Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10)
O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) apresentou um avanço de 0,08% em outubro, após um aumento de 0,21% em setembro, conforme informações divulgadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com esse desempenho, o índice acumula uma queda de 0,98% no ano de 2025 e uma alta de 1,60% em comparação aos últimos 12 meses. É importante ressaltar que, em outubro de 2024, o IGP-10 havia registrado um incremento de 1,34% no mês e uma variação positiva de 5,10% no acumulado de 12 meses, o que evidencia uma desaceleração expressiva na atualidade.
Análise dos Preços e Grupos
De acordo com Matheus Dias, economista do FGV IBRE, os preços ao produtor, especialmente os do setor agropecuário, demonstraram quedas significativas nos preços de arroz (em casca), soja (em grão) e bovinos. Apesar de algumas altas em milho (em grão) e café (em grão), estas ocorreram com menor volatilidade, o que foi crucial para a ligeira queda percebida no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA). Além disso, serviços e preços administrados continuam influenciando os preços ao consumidor, apresentando uma pressão ascendente em outubro, com ênfase nas altas em passagens aéreas, seguros facultativos e condomínios residenciais, bem como nas tarifas de energia elétrica residencial. Por outro lado, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) segue em desaceleração, sendo influenciado principalmente pelo avanço mais moderado da mão de obra.
Composição do IGP-10
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que compõe 60% do IGP-10, registrou um recuo de 0,04% em outubro, revertendo a alta de 0,27% observada em setembro. O grupo Bens Finais acelerou de -0,10% para 0,45%, enquanto o subgrupo de Bens Finais (excluindo alimentos in natura e combustíveis) teve uma variação de -0,04% para 0,40%. Em contraste, o grupo de Bens Intermediários caiu 0,25%, após uma queda de 0,35% no mês anterior. O índice de Bens Intermediários (excluindo alimentos e combustíveis) recuou 0,29%, mostrando uma queda mais intensa em comparação aos 0,18% observados em setembro. O estágio de Matérias-Primas Brutas também perdeu força, apresentando uma queda de 0,23% em outubro, após uma alta de 0,95% em setembro.
Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem um peso de 30% na estrutura do IGP-10, acelerou para 0,48% em outubro, depois de uma queda de 0,13% no mês anterior. Sete das oito classes de despesas que compõem o índice mostraram aumento. As variações foram as seguintes:
- Habitação: de 0,07% para 1,41%
- Educação, Leitura e Recreação: de -0,70% para 1,27%
- Transportes: de -0,03% para 0,33%
- Alimentação: de -0,37% para -0,12%
- Saúde e Cuidados Pessoais: de 0,02% para 0,06%
- Despesas Diversas: de -0,14% para -0,12%
- Comunicação: de 0,05% para 0,06%
A única classe que apresentou um leve recuo foi o grupo Vestuário, que passou de 0,21% para 0,19%.
Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que representa 10% do IGP-10, apresentou um aumento de 0,21% em outubro, em um ritmo mais modesto do que a alta de 0,42% registrada em setembro. A análise dos grupos que compõem o INCC revela que:
- Materiais e Equipamentos avançaram de 0,21% para 0,27%
- Serviços desaceleraram de 0,28% para 0,15%
- Mão de Obra teve uma queda significativa, caindo de 0,71% para 0,16%
Implicações do IGP-10
A leve alta do IGP-10 indica um cenário de inflação sob controle, mas com algumas pressões advindas do setor de serviços e de preços administrados. Essa dinâmica pode gerar uma postura cautelosa no mercado de juros e na curva de títulos públicos. No que se refere ao mercado de câmbio, as expectativas tendem a se manter neutras, visto que o dado reforça a expectativa de manutenção das políticas monetárias no curto prazo.
Considerações Finais
Ainda que o índice tenha apresentado uma desaceleração, o panorama de preços reflete uma economia em fase de transição, caracterizada pelo ajuste nos preços das commodities agrícolas e pelo custo elevado dos serviços. Esse quadro reforça a importância do IGP-10 como um indicador no monitoramento do mercado de títulos e nas projeções de inflação para os meses subsequentes.
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Fonte: br.-.com