Inflação no Reino Unido surpreende e recua para 3,8% em setembro; mercado intensifica expectativa de redução das taxas de juros.

Inflação no Reino Unido

A taxa anual de inflação ao consumidor no Reino Unido manteve-se em 3,8% no mês de setembro, um número abaixo das expectativas de analistas. Os dados oficiais foram divulgados nesta quarta-feira, 22 de setembro. A manutenção desse índice animou o mercado financeiro, aumentando as expectativas de um possível corte nas taxas de juros no país.

A maioria dos economistas consultados pela Reuters e pelo Banco da Inglaterra (BoE) esperava que a inflação apresentasse uma elevação para 4,0%. Esse aumento era projetado após o índice permanecer em 3,8% tanto em agosto quanto em julho. Na semana anterior, o Fundo Monetário Internacional (FMI) declarou que o Reino Unido enfrentará uma das mais altas taxas de inflação entre as economias do G7 em 2025 e 2026, cenário que pode complicar o esforço do BoE em reduzir as taxas de juros para estimular uma economia já enfraquecida.

O BoE tinha expectativa de que a inflação ao consumidor britânica alcançasse a marca de 4% em setembro, com a previsão de enfraquecimento gradativo desse índice, que só chegaria ao objetivo de 2% entre abril e junho de 2027.

Corte de Juros

Os números revelados nesta quarta-feira geraram otimismo entre os investidores, que passaram a aumentar suas apostas na possibilidade de cortes nas taxas de juros do BoE ainda neste ano.

Os futuros das taxas de juros passaram a mensurar uma probabilidade de aproximadamente 75% de que o Comitê de Política Monetária (MPC) do BoE promove uma redução da taxa básica, que atualmente é de 4%, para 3,75% durante a reunião agendada para dezembro. Essa probabilidade representa uma alta significativa em relação aos 46% que eram estimados antes da divulgação dos dados relacionados à inflação. Além disso, os mercados passaram a calcular integralmente um corte de 25 pontos-base para fevereiro de 2026, antecipando essa decisão em um mês, comparado à previsão anterior à publicação dos resultados do índice de preços ao consumidor.

No contexto do mercado, os rendimentos dos gilts de dois anos diminuíram em 8 pontos-base, registrando 3,769% no início do pregão de hoje, o que marca o nível mais baixo desde o dia 2 de maio. Da mesma forma, o yield dos gilts de 10 anos também alcançou o menor patamar desde o dia 7 de abril, com uma queda semelhante de cerca de 8 pontos-base, situando-se agora em 4,393%.

Rob Wood, economista-chefe para o Reino Unido na Pantheon Macroeconomics, comentou que “surpresas generalizadas para baixo nos componentes do IPC fazem deste um dado importante para o MPC e aumentam as chances de um corte de juros em dezembro”. Ele complementou que “ainda acreditamos que o MPC não fará mudanças na reunião de novembro, pois os dados relacionados ao crescimento e a estabilização do mercado de trabalho sugerem que eles podem esperar mais um pouco. Além disso, o orçamento que ocorrerá em 26 de novembro parece justificar essa espera, assim como mais uma rodada de dados de inflação”.

Os mercados agora projetam reduções de cerca de 66 pontos-base na taxa de juros do BoE até dezembro de 2026, o que se traduz em quase três cortes de 0,25 ponto percentual. Essa estimativa estava em 57 pontos-base antes da divulgação dos dados sobre a inflação.

Fonte: www.moneytimes.com.br

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