Inter prevê inflação mais baixa em 2023, mas corte da Selic somente em 2026

Revisão da Inflação pelo Inter

Uma semana após a divulgação positiva do IPCA-15, o Banco Inter ajustou para baixo suas previsões relativas à inflação para o final deste ano. O banco reavaliou as estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a principal referência de inflação utilizada pelo Banco Central (BC), reduzindo de 4,70% para 4,60% em dezembro. Esta nova previsão está próxima do teto da meta, que é de 3%, considerando uma tolerância de 1,5 ponto percentual.

A projeção do Inter está em linha com as expectativas de mercado. De acordo com o último Relatório Focus, elaborado por economistas consultados pelo BC, a expectativa é de que o IPCA alcance 4,56% ao final de 2025.

Conforme relatou a economista-chefe Rafaela Vitória, “os dados mais recentes do IPCA-15 de outubro confirmam a tendência de desinflação, com uma diminuição nas medidas de núcleos e serviços. A média móvel de três meses anualizada da medida de núcleos está próxima de 2,9%, um patamar que se encontra dentro do intervalo da meta”.

O IPCA-15, que é visto como um indicador preliminar da inflação, apresentou um aumento de 0,18% em outubro, resultando em uma taxa acumulada de 4,94% em doze meses. A projeção do mercado indicava que o índice avançaria 0,24%, o que representaria uma taxa de 5%, respectivamente.

O Inter também revisou suas previsões de inflação para o final de 2026, ajustando de 4,1% para 4,0%, refletindo a mesma tendência observada no Relatório Focus divulgado na última segunda-feira, dia 27.

Perspectivas para a Taxa de Juros

A economista-chefe do Inter, Rafaela Vitória, afirmou que a expectativa é de que o Banco Central inicie um ciclo de cortes na taxa de juros, a Selic, apenas nos primeiros meses de 2026. Contudo, há a possibilidade de que uma flexibilização monetária ocorra ainda neste ano.

Vitória mencionou que “Apesar de identificarmos a possibilidade de redução da Selic a partir de 2025, os membros do Copom continuam a adotar um discurso rígido, o que contribui para a manutenção das expectativas de mercado em relação à manutenção do atual patamar de 15% por um período mais prolongado”.

O Banco Inter considera “plausível” a possibilidade de um corte de 3 pontos percentuais na Selic, levando a taxa para 12% ao ano no próximo ciclo de afrouxamento monetário.

Esse “espaço” para a redução da taxa de juros considera o elevado nível de restrição da atual política monetária, bem como o cenário de desaceleração da atividade econômica, mesmo diante da perspectiva de uma nova expansão fiscal em 2026 e um aumento projetado do déficit abaixo da linha, que deve subir de cerca de R$ 50 bilhões para R$ 110 bilhões no próximo ano.

Dados sobre Atividade Econômica

De acordo com Rafaela Vitória, os indicadores de atividade econômica referentes ao terceiro trimestre de 2025 confirmam a tendência de desaceleração da economia brasileira. Assim, a economista-chefe mantém a projeção de um Produto Interno Bruto (PIB) levemente negativo para o trimestre, com uma expectativa de crescimento anualizado de 1,4%. Para o ano de 2025, a previsão é de um crescimento de 2%, sustentado pelo desempenho positivo do primeiro semestre.

Para o ano de 2026, projeta-se uma desaceleração de 1,8%. Isso se deve, entre outros fatores, à manutenção da restrição monetária por um tempo maior e ao enfraquecimento do crédito, mesmo com sinais de que poderá haver um corte na Selic nos próximos meses.

As estimativas referentes ao déficit primário, que incluem o pagamento de precatórios e outros gastos fora da meta, foram mantidas em 0,4% do PIB para 2025 e 0,8% para 2026. Vitória destacou que, “apesar da arrecadação robusta, já observamos uma desaceleração no seu crescimento, enquanto a alta real dos gastos deve ficar próxima de 5% em 2026”.

Para a economista-chefe, a tendência de queda nos indicadores econômicos pode se manter no longo prazo, a menos que medidas mais efetivas sejam adotadas para controlar o crescimento das despesas obrigatórias. Isso inclui revisões nas políticas de aumento real do salário mínimo e vinculação dos gastos à receita.

Fonte: www.moneytimes.com.br

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