Invista em ações e evite a tentação da especulação dos anos 90.

Resultados Financeiros e Análise de Ações

Esta semana, tivemos resultados significativos com investimentos em ações e na gestão de portfólio, não se tratando de especulação ou apostas arriscadas, mas de decisões calculadas baseadas em análises de mercado. A Honeywell teve um desempenho excepcional no setor aeroespacial, evidenciando que seu negócio de aviões, com uma robusta participação no mercado de cockpits, é um excelente gerador de lucro. Ademais, o fluxo de caixa proveniente de sua divisão química é substancial, surpreendendo muitos analistas. O setor de automação também apresentou sinais positivos.

Reestruturação da Honeywell

Nesta semana, a Honeywell deu o primeiro passo em seu plano de se dividir em três empresas públicas distintas. Na próxima quarta-feira, a Solstice Advanced Materials será separada e iniciará suas operações como uma nova ação. Para os acionistas da Honeywell, será concedido um título da Solstice para cada quatro ações da Honeywell que possuírem. Nosso plano é manter ambas as ações. A divisão da Honeywell restante, que incluirá as áreas de aeroespacial e automação, deve ocorrer na segunda metade de 2026. Essa reestruturação foi inicialmente proposta pela empresa de gestão de investimentos ativista Elliott Management quase um ano atrás.

Desempenho da Dover

Em relação à Dover, essa ação tem se mostrado decepcionante e mais suscetível a oscilações do mercado do que eu gostaria. Como expresso em meu novo livro, "Como Ganhar Dinheiro em Qualquer Mercado", eu não valorizo a negociação de ações, que exige comprar antes de um ciclo e vender quando esse ciclo se esgota. A Dover possui negócios decentes ligados a data centers e identificação, mas é muito dependente do setor automotivo e de enlatados — e, pior ainda, de vitrines refrigeradas para lojas de varejo, um segmento estagnado que dilui o potencial positivo da empresa.

Na semana passada, durante entrevista no programa "Mad Money", o CEO da Dover, Rich Tobin, apresentou dados que indicam que apenas 20% de seu negócio está em modo de crescimento secular. Essa situação precisa ser revertida, mas não será simples. Tobin já iniciou um programa de recompra, mas quando a ação caiu para a faixa de $160, suas aquisições não foram significativas, o que foi decepcionante. Esse era um momento natural para investimento.

Atualmente, estamos em uma posição de incerteza em relação à Dover. Tobin tem que encontrar uma solução para tornar a empresa menos vulnerável à economia, que está desacelerando. No entanto, as alternativas mais promissoras, especialmente as que estão ligadas a data centers, estão extremamente valorizadas. Esperava-se que as empresas de capital privado oferecessem ativos a preços razoáveis, mas isso não tem acontecido. Portanto, ele está focado em cortar custos até que encontre oportunidades de vendas. Felizmente, Tobin é eficiente nessas ações, o que é positivo.

Desempenho da Capital One

Em contraste, a Capital One teve um desempenho notável, muito devido à habilidade do CEO Richard Fairbank. Ele havia reduzido a concessão de empréstimos para automóveis há alguns anos, e notamos que não houve um aumento no número de empréstimos inadimplentes, ao contrário de outras instituições financeiras. O portfólio de empréstimos da empresa, que ele gerencia melhor do que a maioria dos concorrentes, teve um desempenho extraordinário, com perdas e provisões muito inferiores ao esperado.

Vale ressaltar que a aquisição da Discover mostrou uma boa disciplina. Assim, o crescimento das ações se deve à qualidade dos empréstimos e não apenas ao impressionante programa de recompra de $16 bilhões, considerando que a empresa tem um valor de mercado de $143 bilhões. A rede da Discover permite que a Capital One aumente sua lucratividade ao utilizar seu próprio sistema para processar cartões de crédito, evitando as caras taxas das redes Mastercard ou Visa. Analistas estimam que isso pode gerar uma sinergia de $1,2 bilhões anualmente.

Outras Ações em Destaque

Agora, a Honeywell, Dover e Capital One juntam-se à BlackRock e ao Wells Fargo como vencedores de lucros em nosso portfólio. Também vale mencionar que o Goldman Sachs, meu antigo local de trabalho, apresentou um excelente quarto trimestre. Com a expectativa de um aumento nas fusões, aquisições e ofertas públicas iniciais nos próximos seis meses, é surpreendente que a ação esteja sendo negociada a apenas 16 vezes os lucros. A ideia de que as operações de trading tenham prejudicado seu desempenho é incompreensível. É lamentável, embora não deva desencorajá-lo na compra das ações.

Na semana passada, as percepções adquiridas, especialmente as relacionadas à Honeywell, me fazem sentir que as ações da Boeing e da DuPont, que reportará resultados em 6 de novembro, também se destacarão. Ambas estão um pouco acima do que eu gostaria de pagar, em um mercado que considero sobrecomprado. Atualmente, com o indicador de momentum S&P Short Range Oscillator em 4,9%, é mais prudente estar em modo de venda do que de compra, a menos que uma ação específica sofra uma queda acidental.

Estratégias de Venda

É por essa razão que decidimos vender algumas ações da Eaton à frente de seu relatório de lucros em 4 de novembro. Estou cético sobre a capacidade da empresa de contar uma história convincente. Assim, prefiro acumular liquidez. A gestão de portfólio requer essa prudência e reflexão cuidadosa.

Reflexões sobre o Mercado

Na última sexta-feira, participei de uma conferência notável com meu amigo de longa data Josh Brown e o podcast The Compound & Friends. Josh comentou sobre como, quando era mais jovem, costumava imprimir minha coluna do TheStreet.com e distribuí-la, já que nem todos tinham acesso à internet na época. Havia também essas duas personagens fictícias que criei, Buzz Gould e Batch Hammer, que eram retratos de investidores em fundos hedging nos anos 1990. Ambos se deixavam levar pelas tendências do mercado de forma cômica.

Em nossa reflexão sobre o comportamento do mercado atual, é preciso observar que muitos investidores, especialmente os novos, parecem estar repetindo esses padrões. A manipulação e a especulação se tornaram predominantes, especialmente em ações com forte apelo de marketing, como as tecnologias quânticas e o setor de criptomoedas. O comportamento do mercado atual se assemelha muito à bolha da década de 1990, o que exige uma grande cautela.

Fonte: www.cnbc.com

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