Israel e Hamas firmam pacto de armistício e libertação de reféns em Gaza.

Acordo de Cessar-fogo Entre Israel e Hamas

Israel e o grupo militante palestino Hamas firmaram um acordo, nesta quinta-feira (9), que estabelece um cessar-fogo e a libertação de reféns israelenses em troca da soltura de prisioneiros palestinos. Este é o primeiro passo da iniciativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para pôr fim a uma guerra de dois anos em Gaza, que tem afetado profundamente a estabilidade no Oriente Médio.

A Recepção do Acordo

A população israelense e palestina reagiu com otimismo ao anúncio do acordo, considerado um avanço significativo em relação a qualquer outro esforço para interromper um conflito que já resultou na morte de mais de 67.000 palestinos. O anúncio também visa a devolução dos últimos reféns sequestrados pelo Hamas durante os ataques que iniciaram a guerra.

Garantias e Aprovação do Acordo

O chefe exilado do Hamas em Gaza, Khalil Al-Hayya, afirmou que recebeu garantias dos Estados Unidos e de outros mediadores de que a guerra chegou ao fim. O governo de Israel se reuniu para ratificar o acordo, o que viabilizaria a implementação do cessar-fogo.

Conforme estipulado no acordo, as hostilidades cessarão, Israel realizará uma retirada parcial de Gaza, e o Hamas se comprometerá a libertar todos os reféns restantes em troca de centenas de prisioneiros palestinos que estão detidos em Israel. Trump anunciou que a libertação dos reféns deve ocorrer no início da próxima semana.

Além disso, caminhões transportando alimentos e suprimentos médicos poderão acessar Gaza para auxiliar a população civil, que, devido aos ataques, está em grande parte abrigada em tendas após a destruição de suas casas.

Ainda Há Desafios a Serem Enfrentados

Embora o acordo signifique um avanço importante, a implementação completa ainda apresenta desafios. Uma fonte palestina informou que a lista de prisioneiros palestinos a serem libertados não está finalizada. O Hamas busca a liberação de alguns dos prisioneiros palestinos mais notórios mantidos em Israel, além de centenas de pessoas detidas durante a ofensiva israelense.

Outros aspectos do plano de 20 pontos apresentado por Trump ainda não foram debatidos, incluindo questões sobre a administração da Faixa de Gaza após a cessação dos combates e o futuro do Hamas, que até agora se opôs à desmilitarização exigida por Israel.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enfrenta ceticismo interno. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, de extrema-direita, declarou que apoiaria a queda do governo caso o Hamas não fosse desmantelado e planeja votar contra o acordo.

Reações à Anúncio do Cessar-fogo

Apesar da incerteza política, o anúncio do cessar-fogo e da devolução dos reféns gerou celebrações. Abdul Majeed Abd Rabbo, residente em Khan Younis, na parte sul da Faixa de Gaza, afirmou: “Graças a Deus pelo cessar-fogo, o fim do derramamento de sangue e das mortes.” Ele continuou dizendo que “toda a Faixa de Gaza está feliz”, refletindo a disponibilidade do povo árabe e da comunidade internacional em apoiar a paz na região.

Em Tel Aviv, Einav Zaugauker, cujo filho Matan é um dos reféns, expressou sua emoção na Praça dos Reféns, onde as famílias dos capturados se reúnem. “Não consigo respirar, não consigo respirar, não consigo explicar o que estou sentindo… é uma loucura”, relatou, sob os flashes de sinalizadores comemorativos.

Eventos Antes do Cessar-fogo

Antes do início oficial do cessar-fogo, os ataques israelenses persistiram, mas com um número de vítimas bem menor do que nas semanas anteriores, quando o número de mortos era diário. Autoridades de saúde em Gaza informaram sobre um ataque aéreo que resultou na morte de pelo menos quatro palestinos e ferimentos em dezenas de outros, com várias pessoas ainda desaparecidas sob os escombros. A rádio do Exército israelense reportou que o alvo do ataque eram militantes do Hamas.

Além disso, outros três palestinos foram mortos durante confrontos com as forças israelenses. Testemunhas relataram que as tropas israelenses aparentavam estar se preparando para realizar uma retirada, com explosões de posições abandonadas sendo observadas, assim como o uso de granadas de fumaça perto da principal área de operações militares israelenses na região.

Liberação de Reféns em 72 Horas

Um porta-voz do governo israelense confirmou que o cessar-fogo teria início 24 horas após a ratificação do acordo, e a libertação dos reféns detidos em Gaza deverá ocorrer em até 72 horas após esse período. Estima-se que 20 reféns israelenses ainda estejam vivos, enquanto 26 são considerados mortos e o status de dois outros permanece desconhecido. O Hamas indicou que a recuperação dos corpos dos mortos poderia levar um tempo maior do que a libertação dos que ainda estão vivos.

Trump anunciou que viajará à região no domingo para participar de uma cerimônia de assinatura no Egito, e o presidente do Knesset israelense, Amir Ohana, o convidou para falar no Parlamento, um evento que marcará a primeira vez desde 2008 que um presidente dos EUA discursará naquele espaço.

Aceitação e Implicações do Acordo

Trump expressou suas expectativas quanto ao potencial do acordo para gerar “uma paz eterna” na região. O entendimento recebeu apoio de países tanto árabes quanto ocidentais e foi amplamente compreendido como uma vitória diplomática para o presidente dos EUA, que alega ser um passo inicial rumo à reconciliação no Oriente Médio.

O governo brasileiro também se manifestou positivamente em relação ao acordo e reafirmou seu compromisso com a solução de dois Estados para o conflito. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil destacou a importância da dimensão humanitária do acordo, ressaltando que o cessar-fogo deve proporcionar alívio à população civil.

O Itamaraty reiterou que a paz duradoura necessita da implementação da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável coexistindo pacificamente ao lado de Israel.

O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, e o genro do presidente, Jared Kushner, discutiram o acordo em Jerusalém antes da reunião que visava formalizar a ratificação do governo israelense. A realização bem-sucedida do acordo sinalizaria um feito importante para o presidente americano, que busca cumprir suas promessas de trazer paz ao conflito de Gaza e lidar com outras crises geopolíticas, como a invasão russa na Ucrânia.

Uma conferência foi realizada em Paris, onde ocidentais e árabes se reuniram para debater a formação de uma força internacional para a manutenção da paz, além de discutir assistência à reconstrução de Gaza após o término dos combates.

Netanyahu descreveu o acordo como “um sucesso diplomático e uma vitória nacional e moral para o Estado de Israel”. Contudo, membros de extrema-direita de sua coalizão expressaram oposições históricas a qualquer acordo com o Hamas. O ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich, reiterou que a extinção do Hamas deve ser uma prioridade após a devolução dos reféns.

Desde o início da guerra, mais de 67.000 palestinos foram mortos, após militantes do Hamas realizarem incursões em comunidades israelenses e um festival de música em 7 de outubro de 2023, resultando na morte de 1.200 pessoas e na captura de 251 reféns.

Fonte: www.moneytimes.com.br

Related posts

Itaú BBA considera Vivara (VIVA3) um dos principais destaques do 3T25 e prevê um aumento superior a 30% nas ações.

Alckmin afirma que Lula solicitou a Trump a suspensão da tarifa de 40% sobre produtos do Brasil.

China responsabiliza os EUA pelo aumento das tensões comerciais e apoia restrições às terras raras.

Utilizamos cookies para melhorar sua experiência de navegação, personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Ao continuar navegando em nosso site, você concorda com o uso de cookies conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Você pode alterar suas preferências a qualquer momento nas configurações do seu navegador. Leia Mais