Curva de Juros Apresenta Viés Positivo
A curva de juros encerrou o dia com viés positivo, impulsionada por vencimentos curtos e médios, enquanto os longos oscilaram com cautela em um cenário político e fiscal instável.
Desempenho do Mercado de Juros Futuros
O mercado de juros futuros fechou na última quinta-feira, dia 11 de setembro, com uma leve alta na curva de juros, refletindo ajustes realizados pelos investidores em resposta a dados econômicos tanto no Brasil quanto no exterior. O sentimento geral foi de cautela, ainda que tenha havido um alívio proporcionado pela situação política interna e pela recente queda do dólar no mercado global.
Entre os destaques do dia, os contratos com vencimento em janeiro de 2028 (BMF:DI1F28) avançaram 0,23%, encerrando com rendimento de 13,315%. Já os contratos que expiram em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) subiram 0,18%, alcançando uma taxa de 14,03%. Por outro lado, os contratos com vencimento em janeiro de 2034 (BMF:DI1F34) apresentaram uma queda de 0,22%, finalizando o dia a 13,61%. Os contratos que vencem em janeiro de 2035 (BMF:DI1F35) também seguiram a tendência negativa, com uma redução de 0,07%, fechando a 13,63%.
Principais Contratos Negociados
Nos prazos mais líquidos do DI Futuro, os contratos que vencerão em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) foram os que mais se destacaram, movimentando um total de 546.122 contratos. Em seguida, os contratos com vencimento em janeiro de 2028 (BMF:DI1F28) registraram 413.763 contratos. Esses pontos da curva são considerados os mais negociados, pois refletem diretamente as expectativas relacionadas à política monetária no curto e médio prazos.
Movendo-se para os prazos mais longos, os contratos que expiram em janeiro de 2031 (BMF:DI1F31) apresentaram um volume significativo de 319.304 contratos, enquanto os contratos com vencimento em janeiro de 2035 (BMF:DI1F35) totalizaram 111.153 contratos. Esses vencimentos são mais afetados pela percepção do mercado em relação ao risco fiscal e à situação política.
Fatores que Impactam o Mercado
O mercado brasileiro respondeu a uma combinação de fatores. Em nível interno, uma pesquisa realizada pelo DataFolha indicou uma melhora na aprovação do governo Lula, o que trouxe um certo alívio ao clima dos investidores. Ao mesmo tempo, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) adicionou um grau de cautela ao ambiente político.
Em termos econômicos, o Ministério da Fazenda revisou sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025, reduzindo as expectativas de crescimento, mas também diminuindo a previsão de inflação.
Cenário Externo e suas Implicações
No cenário internacional, os investidores acompanharam de perto os dados da economia dos Estados Unidos. Um relatório do Departamento do Trabalho, referente ao mês de agosto, mostrou que o índice de preços ao consumidor subiu 0,4%, um aumento que ficou acima das projeções, mas que se manteve em linha com as expectativas para a taxa anual (2,9%). Além disso, os pedidos semanais de auxílio-desemprego surpreenderam, subindo para 263 mil, o maior número desde 2021, o que sinaliza um desaquecimento no mercado de trabalho. Essas informações reforçaram a especulação de que o Federal Reserve deve considerar um corte nas taxas de juros na próxima reunião, um movimento que acabou refletido na queda dos rendimentos dos títulos do Tesouro (Treasuries).
Na China, novos sinais de desaceleração econômica estavam em foco, pressionando commodities, como o minério de ferro. As tensões geopolíticas no Oriente Médio e na Ucrânia também contribuíram para a volatilidade do petróleo Brent (CCOM:OILBRENT). Esse ambiente complexo levou os investidores a procurar proteção nos juros futuros, ajustando suas posições na curva de juros brasileira.
Monitoramento da Curva de Juros
Para acompanhar em tempo real todos os vencimentos do DI Futuro e a evolução da curva de juros, os interessados podem acessar uma página dedicada a esse tema na plataforma -: https://br.-.com/futuros/juros.