Curva de Juros em Queda
A sessão desta quinta-feira, 4 de setembro, foi um alívio para o mercado de juros futuros no Brasil, com a curva de juros apresentando queda em praticamente todos os vencimentos. Este movimento refletiu um ambiente externo mais favorável, alinhado à sessão positiva de Wall Street, além da expectativa crescente de redução de juros pelo Federal Reserve, prevista para setembro. No cenário doméstico, fatores políticos também estavam no foco dos investidores, mas não impediram a pressão de baixa nas taxas de juros.
Desempenho dos Vértices da Curva de Juros
Entre os diferentes vértices da curva de juros, os contratos com vencimento em janeiro de 2031 (BMF:DI1F31) e janeiro de 2034 (BMF:DI1F34) foram os que mais recuaram, apresentando quedas de 0,22%. Ao final do dia, esses contratos estavam cotados a 13,63% e 13,83% ao ano, respectivamente. Nos vértices intermediários, contratos com vencimento em janeiro de 2028 (BMF:DI1F28) e janeiro de 2029 (BMF:DI1F29) também se destacaram, com quedas de 0,19%, finalizando as negociações a 13,32% e 13,31% ao ano.
Os contratos mais líquidos do DI Futuro concentraram-se nos vértices de curto e médio prazo. O contrato com vencimento em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) movimentou um total de 448.976 negócios, encerrando o dia em 13,98% ao ano, com uma queda de 0,11%. Por sua vez, o contrato de janeiro de 2026 (BMF:DI1F26) registrou 290.522 negócios, permanecendo praticamente estável em 14,89% ao ano. Esses vencimentos continuam sendo os principais indicadores da liquidez na B3.
Vértices de Longo Prazo
Nos vértices de longo prazo, que são mais suscetíveis ao cenário fiscal e político do Brasil, o contrato com vencimento em janeiro de 2029 (BMF:DI1F29) se destacou ao somar 354.086 negociações, encerrando o dia em 13,31% ao ano. O contrato de janeiro de 2031 (BMF:DI1F31) também apresentou um volume considerável, com 169.934 negócios, recuando para 13,63% ao ano.
Acompanhamento do Mercado Externo
O pregão acompanhou a cena positiva de Wall Street, que ocorria às vésperas da divulgação do Payroll de agosto nos Estados Unidos. Este dado é crucial para a próxima decisão do Federal Reserve. Os investidores reagiram ao relatório da ADP, que indicou a criação de apenas 54 mil vagas no setor privado em agosto, um número abaixo da expectativa de 65 mil. Esse resultado reforça os sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho norte-americano.
Além disso, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA subiram para 237 mil, atingindo o maior nível desde junho, o que aumentou a percepção de que o Federal Reserve pode optar por reduzir as taxas de juros já na reunião programada para setembro.
Fatores Políticos Locais
No cenário local, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) e as discussões sobre possíveis sanções dos Estados Unidos ao Banco do Brasil trouxeram uma sensação de cautela entre os investidores, mas não alteraram o viés de baixa nas taxas de juros do dia. A melhora nos ativos externos, aliada à percepção de que a curva de juros doméstica já inclui um prêmio relevante, contribuíram para o fechamento das taxas de juros de forma mais favorável.
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