Juros futuros se movem em direções opostas com IBC-Br aquém do esperado e apreensão fiscal.

Taxas dos Contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs)

As taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) de curto prazo apresentaram uma leve queda nesta quinta-feira, dia 16 de outubro, influenciadas pelo resultado inferior às expectativas do indicador de atividade econômica do Banco Central, conhecido como Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), para o mês de agosto. Adicionalmente, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os chamados Treasuries, também impactaram o mercado.

Por outro lado, as taxas longas subiram, refletindo preocupações persistentes em relação à política fiscal do Brasil. No final da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2027 foi de 14,02%, representando uma queda de 1 ponto-base em comparação ao ajuste anterior, que foi de 14,031%. Em relação aos contratos com vencimento mais longo, o de janeiro de 2035 atingiu uma taxa de 13,725%, subindo 4 pontos-base frente aos 13,686% anteriores. Vale ressaltar que, na sessão anterior, em 15 de outubro, o movimento observável foi o oposto, com alta na ponta curta e uma queda significativa na ponta longa.

Fatores que Influenciaram o Movimento dos DIs

A sessão começou no Brasil com a divulgação de novos dados econômicos. O Banco Central informou que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) subiu 0,4% em agosto, em relação a julho, quando a série é dessazonalizada. Esse crescimento foi inferior à expectativa de 0,6% projetada por economistas ouvidos pela agência Reuters.

Comparando com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br registrou uma alta de 0,1%. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice teve um aumento de 3,2%, segundo dados não dessazonalizados. O analista Matheus Spiess, da Empiricus Research, comentou que a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), embora represente uma desaceleração esperada, ficou abaixo do que era projetado. Este cenário pode influenciar discussões futuras acerca da possibilidade de cortes na taxa de juros, contribuindo para reduzir a pressão nos pontos mais curtos da curva de juros.

Além disso, a diminuição dos rendimentos dos Treasuries favoreceu uma perspectiva negativa para a ponta curta da curva de juros brasileira, segundo a análise de Spiess. Ele acrescentou que, por outro lado, os pontos longos continuam sendo afetados pela tensão fiscal. O governo ainda busca alternativas para a Medida Provisória 1303, que se tornou um ponto crítico nas discussões fiscais.

Pela manhã, Nilton David, diretor de Política Monetária do Banco Central, afirmou que os dirigentes da instituição reconhecem que a política monetária atualmente está mais restritiva do que em ciclos monetários anteriores. O objetivo é que essa tendência perdure. David também lembrou que no final de 2024 havia dúvidas sobre a eficácia da política monetária e se a economia brasileira estava em uma posição de dominância fiscal, o que, segundo ele, nunca foi o entendimento do BC.

Com essas questões em mente, David enfatizou que a decisão do Banco Central foi ser mais restritivo do que o necessário em outros contextos. “Acreditamos que estamos mais restritivos do que em ciclos anteriores e queremos que essa situação se mantenha, a fim de observar os efeitos defasados na economia. Essa é a fase em que nos encontramos agora”, declarou durante um evento do UBS BB realizado em Washington, nos Estados Unidos.

Cenário Fiscal e Suas Implicações

O cenário fiscal também esteve em foco durante a sessão, especialmente após a Câmara dos Deputados arquivar a Medida Provisória 1.303. Essa decisão deixou lacunas nos Orçamentos de 2025 e 2026, que deverão ser cobertas pelo governo liderado por Lula, embora uma solução ainda esteja sendo discutida. No dia anterior, 15 de outubro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que as partes consideradas “incontroversas” da MP sejam reavaliadas e retomadas pelo Congresso.

Em relação a outras movimentações, na quarta-feira, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu desobrigar o governo de atingir o centro da meta fiscal para 2025. O objetivo estabelecido para o ano de 2025 é conseguir um resultado primário igual a zero, com uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB, o que corresponde a aproximadamente R$31 bilhões para mais ou para menos em relação a esse teto.

Na prática, um déficit primário de R$31 bilhões é considerado um resultado que se enquadra dentro da meta. Apesar de a decisão do TCU ser vista como favorável ao governo, uma parte do mercado expressou preocupação, avaliando que essa movimentação não contribui para a redução do risco fiscal associado à economia do país.

Com esse panorama, perto do fechamento da sessão, o mercado precificava em quase 99% a expectativa de manutenção da Selic em 15% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para o início de novembro.

Fonte: www.moneytimes.com.br

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