Desempenho da Petrobras no 3T25
A Ágora Investimentos se destaca como a corretora mais otimista entre as consultadas pelo portal E-Investidor. A corretora projeta um lucro da Petrobras atingindo o teto das estimativas, estimando US$ 5,52 bilhões para o terceiro trimestre de 2025. Esse valor representa uma diminuição de 7% em comparação ao mesmo período do ano anterior, mas uma alta de 35% em relação ao segundo trimestre de 2025.
Expectativas de Lucro e Ebitda
Vicente Falanga, do Bradesco BBI, e Ricardo França, da Ágora Investimentos, mencionam em seu relatório que "Prevemos essa melhora trimestral impulsionada pelo maior lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), bem como pela variação cambial positiva relacionada à valorização do real".
A Ágora Investimentos prevê um Ebitda ajustado de US$ 11,16 bilhões, o que indica uma alta de 9% em relação ao segundo trimestre de 2025 e uma baixa de 4% quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior. Os analistas destacam que essa melhoria em comparação ao trimestre anterior deve-se a um incremento de 200 mil barris por dia na produção de petróleo bruto em comparação com o segundo trimestre de 2025.
- Olhando para o mercado cambial, destaca-se que o dólar fechou outubro com uma valorização de 1,08% e inicia novembro impactado pelas taxas de juros dos Estados Unidos e pelas contas do governo Lula.
Análise do Itaú BBA
Por sua vez, a equipe do Itaú BBA calcula um lucro líquido de US$ 4,01 bilhões para a Petrobras no terceiro trimestre de 2025, o que representa uma queda de 32% em relação ao mesmo período do ano passado. Quando comparado ao segundo trimestre de 2025, a expectativa é de uma redução de 2%. Para o Ebitda, os analistas do Itaú BBA projetam uma alta trimestral de 13%, totalizando US$ 11,59 bilhões.
Esta melhoria no resultado é atribuída ao aumento na produção de petróleo bruto, com um avanço de 8% em comparação ao trimestre anterior, além de preços levemente superiores da commodity (+2%), embora isso tenha sido parcialmente contrabalançado por margens de refino menores.
Despesas de Capital
Os analistas do Itaú BBA também preveem um aumento de 4% nas despesas de capital reportadas, somando US$ 4,6 bilhões no terceiro trimestre de 2025, em comparação com US$ 4,4 bilhões no segundo trimestre de 2025. Isso implica um desembolso em caixa para despesas de capital, utilizado para cálculos de dividendos, de US$ 3,9 bilhões para o trimestre, abaixo dos US$ 4,1 bilhões do segundo trimestre de 2025.
Expectativas do Santander
O Santander projeta um aumento de 7% nas receitas na comparação anual, elevando-as para US$ 25,09 bilhões. De acordo com os analistas do banco espanhol, esse crescimento será impulsionado pelo aumento nas vendas de petróleo bruto. Para o segmento de Gás e Energia, a expectativa é de uma melhora sequencial nos resultados do terceiro trimestre de 2025, devido à maior disponibilidade de gás natural e à geração de energia.
Rodrigo Almeida, Eduardo Muniz e Nicole Alonso, que assinam o relatório do Santander, afirmam que, "apesar do sólido desempenho operacional, acreditamos que o terceiro trimestre de 2025 da Petrobras poderá apresentar outro aumento sequencial na alavancagem, visto que os dividendos provavelmente permanecerão superiores à geração de Fluxo de Caixa Livre da empresa".
O banco prevê um lucro de US$ 4,46 bilhões para a Petrobras no terceiro trimestre de 2025, o que representa uma diminuição de 24% na comparação anual e uma redução de 6% em relação ao trimestre anterior. Além disso, a previsão de Ebitda é de US$ 11,29 bilhões, refletindo uma alta de 10% em comparação ao trimestre anterior e estabilidade em relação ao mesmo período do ano passado.
Projeções de Dividendos
Os analistas calculam uma média de US$ 2 bilhões em pagamento de dividendos da Petrobras para o balanço do terceiro trimestre de 2025.
O Santander ressalta que as otimizações em investimentos, conhecidos como capex, continuam sendo essenciais para a empresa estatal equilibrar a geração de fluxo de caixa com os proventos ordinários. A administração da Petrobras fornecerá mais detalhes sobre este assunto após a divulgação de seu plano estratégico para o período de 2026 a 2030, marcado para 27 de novembro. O banco estima que a empresa deve pagar US$ 2,2 bilhões em dividendos nesse trimestre.
Os analistas do Santander mencionam: "Mantemos nossa classificação neutra enquanto aguardamos mais detalhes para avaliar a geração de caixa e a estrutura de capital para 2026 e 2027. Contudo, acreditamos que o fraco desempenho recente das ações, somado ao baixo posicionamento, pode restaurar o interesse dos investidores antes da divulgação de melhores resultados e do plano estratégico".
Recomendações de Análise
O Santander mantém uma classificação neutra para a Petrobras, com preço-alvo de R$ 40 para o final de 2025, representando uma alta de 29,6% em relação ao fechamento de quarta-feira (5), quando a ação foi encerrada a R$ 30,87.
Por outro lado, o Itaú BBA apresenta uma recomendação de compra, com um preço-alvo de R$ 43 para o fim de 2025, que indica um avanço de 39,3% em comparação ao último fechamento.
"Esperamos um dividendo ordinário de US$ 2,2 bilhões, com rendimento de 3,1%. Os sólidos dados de produção de petróleo do trimestre foram impulsionados principalmente pela plena operação da Plataforma Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência (FPSO) de Almirante Tamandaré, pelo aumento da capacidade de produção da Plataforma de Duque de Caxias, assim como pela aceleração de outras plataformas”, afirmam os analistas do Itaú BBA.
A Ágora Investimentos, por sua vez, estima um retorno em dividendos de US$ 2,1 bilhões para o 3T25. Esta corretora mantém um tom otimista e recomenda a compra das ações da Petrobras (PETR4), apontando um preço-alvo de R$ 40 para os próximos 12 meses, sinalizando um avanço de 29,6% quando comparado ao fechamento do dia anterior.
Fonte: einvestidor.estadao.com.br