Montadoras podem suspender produção por até 3 semanas devido à escassez de chips

Crise de Chips Ameaça Produção de Montadoras no Brasil

Situação Atual

O secretário do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Uallace Moreira, anunciou na terça-feira, 28 de fevereiro, que algumas montadoras de veículos no Brasil poderão interromper suas atividades em um prazo de duas a três semanas, caso a crise internacional relacionada à oferta de chips continue a afetar o setor.

“Se não houver uma solução nesse espaço de tempo curto, em duas ou três semanas, pode haver um processo de paralisação de algumas montadoras”, afirmou o secretário.

Reunião com Representantes do Setor

Moreira se reuniu anteriormente com o presidente em exercício e ministro do Mdic, Geraldo Alckmin, e o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Igor Calvet. Durante este encontro, foram abordados os desafios enfrentados pelas montadoras em função da escassez de chips.

Causas da Crise

A atual crise de fornecimento de chips é resultado de um impasse entre a China e a Holanda sobre a fabricante de microprocessadores Nexperia. A disputa gerou incertezas no abastecimento dos componentes necessários para a fabricação de veículos.

Até o momento, Moreira não revelou quais montadoras estabelecidas no Brasil correm o risco de serem as primeiras a enfrentar problemas devido à falta de chips.

Preocupações do Setor Produtivo

Na semana anterior, a Anfavea já havia expressedido sua preocupação com a situação, fazendo referência a riscos semelhantes aos experimentados durante a pandemia, quando a escassez de chips trouxe desafios significativos para a produção automotiva.

O secretário também disse que o setor produtivo busca um diálogo com a administração do governo chinês. O objetivo é assegurar que o Brasil não se torne um ator nesse conflito geopolítico e que, portanto, não enfrente as repercussões deste embargo.

Iniciativas Diplomáticas

Moreira confirmou que Alckmin se colocou em contato com o embaixador brasileiro na China, assim como com o embaixador chinês no Brasil, para dar início a negociações entre os países. O representante chinês assumiu compromissos de diálogo com autoridades em sua nação, enquanto o embaixador brasileiro deverá facilitar as comunicações entre as embaixadas e a Nexperia.

Impacto do Fornecedor Nexperia

O secretário destacou que, devido ao papel significativo que a Nexperia desempenha no mercado de semicondutores, representando aproximadamente 40% da sua operação, não é viável simplesmente mudar o fornecimento de peças para outros fornecedores. Isso torna a situação ainda mais crítica, já que a empresa fornece chips que, embora não sejam considerados de alta sofisticação, são essenciais em grandes quantidades e amplamente utilizados tanto na indústria automotiva quanto na de eletrônicos de consumo.

Repercussões da Crise

A maioria dos chips fabricados pela Nexperia é produzida na Europa e, em seguida, finalizada na China. Contudo, não há clareza sobre a duração dos estoques disponíveis. A Anfavea mencionou que um veículo moderno pode utilizar, em média, de 1.000 a 3.000 chips, o que dá uma ideia da magnitude do problema enfrentado pelas montadoras.

Alternativas de Fornecimento

Fontes do setor informaram à agência Reuters que a troca de fornecedores de chips é uma opção viável, sendo a Infineon, NXP e Texas Instruments citadas como possíveis alternativas. No entanto, esse processo demanda tempo, uma vez que envolve complexos trâmites e aprovações necessárias pelas montadoras.

Considerações Finais

Com a manutenção da crise na oferta de chips, a situação das montadoras brasileiras se torna cada vez mais crítica. Os esforços do governo em buscar interlocução com as autoridades chinesas e o compromisso de diálogo por parte dos representantes chineses poderão ser fundamentais para mitigar os impactos dessa crise no setor automotivo brasileiro nos próximos dias.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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