Resultados da MRV Engenharia no 3T25
A MRV Engenharia Participações S.A. (BOV:MRVE3) divulgou, nesta terça-feira, 7 de outubro, os resultados referentes ao terceiro trimestre de 2025 (3T25). A construtora registrou vendas no valor de R$ 2,445 bilhões, o que representa uma queda de 0,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior e um recuo de 8,9% em relação ao trimestre anterior. Os lançamentos totalizaram R$ 2,355 bilhões, marcando uma retração de 9,4% em relação ao 3T24 e de 31,7% em comparação ao 2T25.
Geração de Caixa e Desempenho nos EUA
Apesar da diminuição nas vendas e lançamentos, a MRV apresentou uma geração de caixa ajustada de R$ 30 milhões durante o período. Essa geração foi impactada principalmente por atrasos nos repasses de programas regionais. Segundo a empresa, se não fosse por essas pendências, o valor gerado teria alcançado R$ 123 milhões no 3T25, evidenciando resiliência operacional em um cenário desafiador.
Nos Estados Unidos, a operação Resia, da MRV&Co, teve um consumo de caixa de US$ 1,5 milhão, após ter gerado US$ 34,2 milhões no trimestre anterior e US$ 19,7 milhões um ano antes. Esse desempenho foi influenciado por condições específicas do mercado norte-americano. A empresa já havia reportado uma queima de caixa de R$ 38,2 milhões no 2T25 e de R$ 127,4 milhões no 1T25, sinalizando uma melhora gradual no fluxo financeiro.
Desempenho das Ações no Pregão
No pregão desta terça-feira, as ações MRVE3 recuaram para R$ 6,50, refletindo a volatilidade diante da divulgação dos resultados e os atrasos nos programas regionais. O valor de abertura foi de R$ 6,99, atingindo máxima e mínima de R$ 6,99 e R$ 4,43, respectivamente, demonstrando forte oscilação ao longo do dia.
Sobre a MRV Engenharia
A MRV é uma das maiores construtoras do Brasil, atuando principalmente nos segmentos de habitação popular e médio padrão. A empresa possui presença em diversos estados do país e também atua no mercado internacional, especialmente através de sua operação Resia nos Estados Unidos. Entre os concorrentes da MRV, destacam-se Direcional, Even e Cyrela, que também oferecem empreendimentos residenciais, lançamentos imobiliários e soluções acessíveis de moradia.
Visão do Mercado
Em uma análise geral, o Goldman Sachs classificou os números apresentados pela MRV como neutros a levemente negativos. O banco observou que, embora a queima de caixa tenha diminuído neste trimestre, o resultado não deve alterar substancialmente a alavancagem, que continua sendo um dos principais pontos de atenção na tese de investimento da companhia.
O Itaú BBA, por sua vez, avaliou o trimestre como fraco em termos operacionais. Apesar de as vendas terem se mantido sólidas, com velocidade consolidada de 21%, o fluxo de caixa apresentou pouca melhora, com queima em todos os segmentos de negócios. Segundo o banco, vários fatores pontuais nas operações brasileiras, como os atrasos nas transferências e a suspensão temporária de subsídios regionais, afetaram o desempenho.
Na mesma linha, o Bradesco BBI considerou que a prévia dos resultados foi ligeiramente negativa. O banco destacou que o fluxo de caixa continua volátil, enfrentando diversos ajustes e entraves operacionais. Essas dificuldades estão especialmente relacionadas a mudanças nas regras da Caixa Econômica Federal e a delays em programas habitacionais estaduais.
O BBI também acrescentou que, embora a MRV tenha demonstrado progressos graduais no controle da queima de caixa no Brasil, as pendências relacionadas aos atrasos na liberação de recursos estaduais ainda geram preocupação no mercado. Para a instituição financeira, isso reforça a necessidade de uma recuperação mais consistente no quarto trimestre de 2025, que inclua melhorias em geração de caixa, lançamentos e vendas.
O Morgan Stanley apontou que os resultados da MRV ficaram abaixo das expectativas, influenciados por fatores não recorrentes que pressionaram a receita. O banco destacou que essas distorções dificultam a análise do desempenho real da empresa, sugerindo que as ações devem continuar a negociar em uma faixa de preço limitada até que apareçam sinais mais claros de recuperação estrutural.
Atualmente, a MRV está negociando a 4,3 vezes seu preço sobre lucro (P/L) projetado para 2026 e a 0,8 vez seu preço sobre valor patrimonial (P/VPA). Diante disso, o Bradesco BBI manteve sua recomendação de compra, estabelecendo um preço-alvo de R$ 10 para as ações. O Goldman Sachs, o Morgan Stanley e o Itaú BBA, por sua vez, adotaram uma posição neutra, com preços-alvo definidos em R$ 6,50, R$ 7 e R$ 9, respectivamente.
Fonte: br.-.com