Substituição do Dólar no Comércio Internacional
O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, do PSB, enfatizou que a substituição do dólar nas transações comerciais internacionais deve ser encarada como uma política comercial de longo prazo. Em uma entrevista concedida nesta segunda-feira, dia 27, ao ICL Notícias, o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços abordou o tema.
Negociação com Países Vizinhos
Alckmin destacou que já é viável a negociação entre o Brasil e países vizinhos sem a intermediação do dólar. Exemplificou ao mencionar os BRICS, que têm discutido a possibilidade de criar uma moeda comum para facilitar as trocas comerciais entre suas nações membros.
O presidente em exercício afirmou: "Imagine que exporto para um país vizinho cerca de 1 bilhão. E ele exporta para o Brasil 1,1 bilhão. Nós não precisamos fazer tudo isso em dólar. Podemos compensar no que eu exporto para ele e no que ele exporta para mim. Eu acho que essa questão do dólar é uma coisa muito a longo prazo", declarou em entrevista ao ICL Notícias.
Apoio do Presidente Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, também se mostrou favorável à proposta. Lula manifestou sua intenção de incentivar os países do BRICS a realizarem transações comerciais utilizando moedas diferentes do dólar americano. Segundo ele, essa estratégia precisa ser testada para evitar que o Brasil fique excessivamente dependente da moeda dos Estados Unidos.
Encontro entre Lula e Trump
Avaliação do Encontro
Geraldo Alckmin analisou a reunião entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizada no último domingo, dia 26, em Kuala Lumpur, na Malásia. O presidente em exercício considerou o encontro como "muito positivo".
Segundo Alckmin, a reunião vai promover um aprofundamento no diálogo comercial entre os Estados Unidos e o Brasil. Ele destacou que as negociações devem envolver tanto questões tarifárias quanto não tarifárias, que incluem aspectos como terras raras e centros de dados.
Oportunidade para o Brasil
Alckmin aproveitou a ocasião para ressaltar que essa é uma oportunidade significativa para o desenvolvimento de data centers no Brasil, uma vez que os Estados Unidos são considerados o maior investidor nesse setor. Ele acredita que o Congresso deve aprovar ainda neste ano a Medida Provisória (MP) do Redata, uma legislação que traria segurança jurídica necessária para atrair investimentos bilionários em data centers e inteligência artificial.
"Eu entendo que o Congresso deveria votar ainda neste ano a MP do Redata porque isso traz segurança jurídica. Ninguém vai investir bilhões em data center e inteligência artificial sem ter uma legislação aprovada e consolidada", afirmou Alckmin.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br