No Brasil, a IBM busca se recuperar após resultados decepcionantes. O que dizem analistas e investidores?

Perspectivas mistas para a IBM após resultados do terceiro trimestre

Desempenho financeiro e preocupações

Os analistas permanecem divididos em relação ao futuro da IBM após a divulgação de métricas financeiras que levantaram bandeiras vermelhas para os investidores, à medida que a empresa se prepara para 2026. Embora a IBM tenha reportado resultados de lucros e receitas do terceiro trimestre que superaram as expectativas do mercado, houve indicadores subjacentes que podem sugerir uma situação preocupante no curto prazo para as ações da companhia, especialmente em relação ao desempenho das divisões Red Hat e de processamento de transações.

Erik Woodring, analista do Morgan Stanley, comentou: "O que afetou o resultado foram os crescimentos do RHT e do TP, que desaceleraram em 2 pontos e 1 ponto em relação ao segundo trimestre, respectivamente." Brian Essex, analista do JPMorgan, adicionou que "bons resultados superficiais foram ofuscados por um desempenho do Red Hat e do TP mais fraco do que o esperado, lembrando-nos da importância de fusões e aquisições (M&A) para manter um crescimento significativo no próximo ano".

As ações da IBM apresentaram uma queda de 1% na última negociação na quinta-feira, mas chegaram a cair até 8% em seus menores níveis do dia. Investidores como Stephanie Link, estrategista-chefe de investimentos na Hightower Advisors, e Malcolm Ethridge, sócio-gerente do Capital Area Planning Group, aproveitaram a queda para adquirir mais ações da empresa. Link afirmou na tarde de quinta-feira, durante o programa "Halftime Report" da CNBC: "A totalidade da transição desta empresa, eu não acho que seja apreciada de forma alguma. As pessoas não acreditam na história da software. Elas não acreditam na gestão."

Reações dos analistas

Após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre da IBM, os analistas permaneceram em lados opostos em relação à empresa, com alguns mantendo uma visão negativa, enquanto outros recomendavam a compra de ações em momentos de baixa. A seguir, um resumo das opiniões de importantes instituições financeiras em Wall Street.

UBS: Avaliação de venda e preço-alvo de US$ 210

O UBS elevou sua previsão de preço-alvo para US$ 210, ante US$ 200 anteriormente. Essa meta implica uma desvalorização de cerca de 30% em relação ao fechamento de quarta-feira. O analista David Vogt afirmou: "A IBM anunciou resultados de alto nível no terceiro trimestre que estão amplamente alinhados com nossas expectativas, liderada por um crescimento de 9% em ‘Software’, receitas de ‘Consultoria’ ligeiramente melhores, mas com assinaturas fracas, sendo a força na divisão ‘Infraestrutura’ o que impulsionou o aumento de receita. No entanto, sob a superfície, métricas importantes de software estão se tornando cada vez mais preocupantes enquanto focamos no ano de 2026. A força no programa z17 (crescimento de 30% em comparação ao z16, o mais forte da história da IBM) cria um desafio de comparação para o próximo ano."

Morgan Stanley: Peso igual, preço-alvo de US$ 252

A previsão do Morgan Stanley foi ajustada para US$ 252, uma queda em relação aos US$ 256 anteriores, representando um potencial de desvalorização de cerca de 12%. O banco observou: "Aonde isso nos deixa em relação às nossas estimativas de crescimento de receita em moeda constante para 2026? Acreditamos que essa será uma discussão crescente até o início de 2026, dadas as dificuldades que apontamos em Software, a falta de ventos favoráveis significativos de M&A em 2026, Consultoria mostrando apenas sinais de crescimento tímido, e a ‘Infraestrutura’ se tornando um desafio relativo ao crescimento em 2026. … Em geral, acreditamos que há mais riscos de baixa do que de alta em relação a essas estimativas, o que, se vier a se concretizar, colocaria a avaliação em risco, considerando a importância do Software na manutenção de múltiplos elevados."

Bernstein: Desempenho de mercado, preço-alvo de US$ 280

A meta da Bernstein sugere uma desvalorização de 3% no futuro. Os analistas afirmam: "Acreditamos que a IBM está totalmente avaliada neste momento, tanto em termos de P/E como com base em SOTP. Vemos risco e recompensa como neutros a levemente negativos, e classificamos a ação como ‘Desempenho de mercado’, mantendo inalterada a meta de preço de US$ 280."

JPMorgan: Neutro, preço-alvo de US$ 290

A previsão de Brian Essex, do JPMorgan, é 1% superior ao fechamento da IBM na quarta-feira. "Continuamos a ver a IBM como um nome relativamente defensivo, com exposição favorável ao Software, atraente em relação aos ventos favoráveis da inteligência artificial e com um ciclo de mainframe saudável em andamento. Estamos ajustando nossas estimativas para refletir os resultados consolidados e uma perspectiva revisada para este trimestre, mas mantemos a classificação Neutra, já que vemos risco e recompensa como equilibrados nos níveis atuais de avaliação".

Bank of America: Compra, preço-alvo de US$ 315

A meta de preço do analista Wamsi Mohan é aproximadamente 10% superior ao fechamento da IBM na quarta-feira. Ele declarou: "Apesar da mistura decepcionante no crescimento de Software, a IBM elevou a orientação para o ano fiscal de 2025 com expectativa de crescimento de receita total em moeda constante acima de 5%, expansão da margem PTI de mais de 1% e fluxo de caixa livre em cerca de US$ 14,0 bilhões. Para RHT, a gestão reconheceu a desaceleração em relação ao trimestre anterior (desafios na execução e serviços de consumo abaixo do modelo) e revisou sua orientação para o ano fiscal de 2025 para o ‘limite inferior dos números de crescimento de anos anteriores’. Reiteramos a classificação de Compra, já que a IBM está se movendo em direção a Software de margens mais altas e gerando fluxo de caixa livre forte, e esperamos revisões positivas contínuas de estimativas."

Goldman Sachs: Compra, preço-alvo de US$ 350

A meta do Goldman Sachs corresponde a uma valorização de 22%. Os analistas afirmaram: "Mantemos nossa classificação de Compra para a IBM, pois acreditamos que a empresa está em trajetória para concluir sua transição para um crescimento de longo prazo, impulsionado pelo aumento no crescimento de software e ganho de participação de mercado na consultoria. Acreditamos que as ações podem ter uma reavaliação positiva à medida que a mistura de software melhora e a empresa continua a demonstrar um desempenho financeiro consistente."

Fonte: www.cnbc.com

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