O Pixel 10 do Google foi uma manobra estratégica em Inteligência Artificial.

Lançamento da Linha Pixel 10

Apesar do alarde em torno do lançamento da linha Pixel 10, o foco do Google reside nos recursos de software, essenciais para a empresa se manter competitiva contra nomes como OpenAI e Perplexity no segmento de IA para o consumidor.

Durante a apresentação de seus novos dispositivos na quarta-feira (20), a Alphabet, controladora do Google, enfatizou diversas funcionalidades de inteligência artificial impulsionadas pelos modelos Gemini. Entre essas, o “Magic Cue”, que pesquisa informações em diferentes aplicativos e as entrega ao usuário no momento adequado. O “Camera Coach” oferece dicas para enquadrar fotos e ajustar detalhes visando obter a imagem ideal. Há também a funcionalidade de tradução simultânea em chamadas telefônicas.

Esses avanços representam uma prévia do futuro da “IA agente”, onde assistentes inteligentes conseguem realizar tarefas complexas de forma autônoma.

Desafios e Oportunidades no Mercado de IA para Consumidores

Este é um momento crucial para o Google, que precisa apresentar respostas diante do aumento da preocupação com uma possible redução no número de usuários e na receita de sua principal fonte, a busca online. Um número crescente de pessoas está migrando para concorrentes como Perplexity e ChatGPT da OpenAI.

O Google possui uma vantagem: é responsável pelo Android, sistema operacional presente em mais de três bilhões de dispositivos em todo o mundo, principalmente smartphones.

Neil Shah, sócio da Counterpoint Research, afirmou à CNBC que a empresa está superando concorrentes como OpenAI e DeepSeek ao aproveitar o acesso a bilhões de usuários do Android, permitindo uma distribuição, integração e exploração do Gemini em uma escala muito maior.

Ben Wood, analista-chefe da CCS Insight, ressaltou que o smartphone é “o dispositivo de consumo mais presente no planeta”, e que o Google agora tem a chance de “fazer o público se apaixonar pelo Gemini”.

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Estratégia do Google para Expandir o Uso da IA em Dispositivos Android

O Google não precisa vender uma grande quantidade de aparelhos Pixel para alcançar sucesso com a IA para consumidores. Na verdade, o Pixel teve apenas 0,3% de participação no mercado global de smartphones no primeiro semestre do ano, enquanto a Samsung deteve 23% e a Apple 11,8%, conforme dados da International Data Corporation (IDC).

O principal objetivo do Google com seus dispositivos é demonstrar o que há de melhor no Android em termos de software e inteligência artificial. Assim, fabricantes que utilizam Android, como Samsung e Xiaomi, podem integrar essas funções em seus próximos lançamentos.

Esse ciclo resulta em um ampliação do uso do Gemini e das ferramentas de IA do Google para um número ainda maior de usuários.

“Essa vasta base de usuários cria um ‘efeito bola de neve’ de adoção, uso e retorno, fortalecendo ainda mais o Gemini como o principal agente de IA no dispositivo mais popular do mundo — o smartphone”, disse Neil Shah.

Concorrência e Janela de Oportunidade diante da Apple

O cenário também é favorável em razão das dificuldades da Apple. A gigante de Cupertino tem gerado preocupações entre os investidores devido à falta de uma estratégia clara em IA, visto que o iPhone apresenta poucos recursos nessa área em comparação com o Google.

“O Google está em uma posição privilegiada porque a Apple deixou a desejar. Quando a Apple evoluir na IA, a experiência será notável. Mas, no momento, Google e todos os fabricantes que utilizam Android têm uma janela de oportunidade”, comentou Ben Wood.

Entretanto, apesar da corrida por usuários entre os principais players da IA, permanecem dúvidas sobre como o Google irá transformar seus serviços de inteligência artificial em receita no futuro.

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