Movimentação das Ações de Azul e Gol
No pregão desta segunda-feira, dia 8, as ações da Azul (código AZUL4) e da Gol (código GOLL54) se destacaram na Bolsa de Valores fora do índice Ibovespa (IBOV). Ambas apresentaram uma forte alta, mesmo sem a divulgação de eventos relevantes que justificassem tal movimentação no mercado. Por volta das 15h25, as ações AZUL4 tiveram uma valorização de 63,48%, negociadas a R$ 1,88 na B3. Por sua vez, as ações GOLL54 também foram objeto de leilão, apresentando uma elevação de 43,40%, cotadas a R$ 8,69.
Análise do Mercado e Possíveis Motivos para a Alta
O especialista em investimentos, Felipe Sant’Anna, do grupo Axia Investing, avaliou que a alta das ações é uma continuidade do aumento das compras nos últimos dias, especialmente em ativos considerados de risco e papéis com preços mais acessíveis da bolsa brasileira. Sant’Anna destacou que o volume de compra das ações da Azul é notável, mencionando que instituições financeiras como JP Morgan, UBS e Goldman estão no topo da lista, adquirindo até 4 milhões de papéis. Ele sugere que pode estar ocorrendo um fenômeno conhecido como short squeeze, especialmente com as ações da Azul, que pode impulsionar as cotações para além de R$ 2 em um curto espaço de tempo.
Além disso, o especialista acrescentou que a B3 suspendeu temporariamente as negociações, colocando as ações AZUL4 em leilão como uma medida para estabilizar a cotação e acalmar o mercado.
Entendendo o Short Squeeze
O fenômeno do short squeeze ocorre quando o preço de uma ação aumenta rapidamente, forçando investidores que haviam apostado na queda do ativo (através de venda a descoberto) a recomprarem as ações para limitar suas perdas. Essa recompra, por sua vez, contribui para uma nova valorização dos preços.
Sant’Anna também observou que a possível autorização para uma fusão entre as duas empresas pode intensificar esse fluxo de compras em um prazo curto.
Fusão entre Azul e Gol e Impasses
No início do ano, a potencial fusão entre as companhias Azul e Gol despertou interesse entre os investidores. Contudo, a conclusão do processo de Chapter 11 (recuperação judicial nos Estados Unidos) da Gol era uma condição essencial para que as negociações avançassem. Com o decorrer dos meses, o cenário se alterou: enquanto a Gol finalizou o seu processo de recuperação, a Azul anunciou sua própria entrada nessa mesma recuperação judicial, estabelecendo assim um caminho similar às demais grandes empresas aéreas que enfrentaram dificuldades financeiras no Brasil.
Em declarações feitas no final de maio, Fabio Campos, que ocupa o cargo de vice-presidente institucional e corporativo da Azul, informou a jornalistas que a prioridade da companhia está, no momento, 100% focada na reestruturação de suas operações.