Recomendações do Goldman Sachs para o Setor Bancário
O banco de investimentos Goldman Sachs atualizou suas recomendações para os papéis de algumas instituições financeiras no Brasil. A mudança mais significativa foi para o Santander (SANB11), cuja classificação passou de neutra para venda. Em contrapartida, o Bradesco (BBDC4) teve sua recomendação alterada de venda para neutra.
Recomendações para Itaú e Banco do Brasil
As recomendações para o Itaú (ITUB4) e o Banco do Brasil (BBAS3) permaneceram inalteradas. O Itaú segue como um ativo recomendado para compra, enquanto o Banco do Brasil mantém a posição neutra.
Para o Santander, além da mudança na recomendação, o preço-alvo foi reduzido de R$ 28 para R$ 26. Esta alteração é justificável por conta dos resultados mais fracos que a instituição apresentou em comparação a seus concorrentes no terceiro trimestre de 2025 (3T25).
Os analistas, liderados por Tito Labarta, mencionam que “vemos maiores ventos contrários para os lucros, dado o crescimento mais lento de empréstimos e o custo de risco ainda elevado”. Assim, consideram que existe um maior risco de baixa nas expectativas gerais para o Santander Brasil, o que fundamenta a recomendação de venda.
O lucro previsto para o Santander Brasil é de R$ 3,7 bilhões, o que representa uma queda de 5% abaixo do consenso de mercado da Bloomberg. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) estimado é de 15,8%. Também se observa um certo ceticismo em relação à performance do banco para este e o próximo ano. As expectativas incluem um crescimento da carteira de 4% em 2025 e 6% em 2026, enquanto instituições privadas devem apresentar um aumento de 8% em ambos os anos. O retorno sobre o patrimônio líquido, que atingiu 17% no 1T25, deve apresentar uma leve queda, estabilizando-se novamente neste percentual apenas no 4T27.
Análise do Bradesco
No caso do Bradesco, a análise sugere que o pior já ficou para trás. A mudança na recomendação para neutra, na visão do Goldman Sachs, advém principalmente da recuperação gradual da rentabilidade, que está ocorrendo de forma mais rápida do que o esperado.
Para o lucro líquido do banco no 3T25, os analistas projetam um valor de R$ 6,3 bilhões, enquanto a previsão para o ROE é de 14,8%. De acordo com os analistas, “o ROE vem melhorando de forma consistente, passando de 9,6% em 2023 para uma projeção de 14,6% em 2025”. O Bradesco tem priorizado empréstimos com garantias, particularmente para pequenas e médias empresas, focando na originação de linhas com garantia governamental como Pronampe e FGO/PEAC-FGI.
Enquanto o Santander, com trajetória de deterioração, está sendo negociado a 6,4 vezes o lucro estimado de 2026, o Bradesco, que está em um cenário de melhora, possui um múltiplo de 6,2 vezes.
- LEIA TAMBÉM: O Money Times publicou as principais recomendações de investimento feitas por diferentes corretoras e bancos, as quais estão disponíveis para consulta.
Desafios Enfrentados pelo Banco do Brasil e Destaque para o Itaú
No que diz respeito ao Banco do Brasil, a recomendação segue sem alterações, embora o preço-alvo tenha sido reduzido de R$ 25 para R$ 23. Os analistas do Goldman Sachs preveem que o banco enfrentará provisões elevadas no trimestre, especialmente em relação à concentração de parcelas de crédito rural. Ficou estipulado que a recuperação da rentabilidade ocorrerá apenas no final de 2025, à medida que as provisões para crédito rural começarem a se reduzir.
O lucro líquido recorrente previsto para o Banco do Brasil é de R$ 3,8 bilhões, representando uma leve alta de 1% em comparação com o trimestre anterior, mas uma queda de 60% em relação ao ano anterior. A expectativa para o ROE é de 8,5%, o que o colocará como o menor entre seus concorrentes.
Entretanto, o banco estatal já está sendo negociado a um múltiplo menor, de 4,7 vezes, o que justifica a manutenção da recomendação. Em contraste, o Itaú se destaca como a principal aposta do Goldman Sachs entre as instituições financeiras brasileiras. As projeções permanecem otimistas, com o ROE estimado para o final do ano em 8,5%, quando comparado aos atuais 8,4%.
Os analistas acreditam que o Itaú continuará a apresentar os maiores retornos sobre o patrimônio do setor, estimados em torno de 23%. Esse desempenho é sustentado por margens sólidas, eficiência operacional e um controle disciplinado sobre custos e provisões.
O relatório também destaca que o Itaú possui uma estrutura de capital robusta, com um índice CET1 de 13,3% e níveis saudáveis de inadimplência. Para o 3T25, os analistas do Goldman Sachs projetam um lucro líquido de R$ 11,9 bilhões e um ROE de 23,3%. Eles afirmam que “o Itaú deve continuar a apresentar o maior retorno sobre o patrimônio (ROE) entre os grandes bancos, sustentando uma vantagem competitiva clara em relação aos seus pares”.
Fonte: www.moneytimes.com.br