Ouro alcança novo recorde pelo segundo dia seguido, superando US$ 3,6 mil por onça-troy, com expectativa de redução nas taxas de juros pelo Fed.

Recorde do Ouro

O ouro, considerado um dos ativos mais seguros do mundo, atingiu um novo recorde histórico nesta quarta-feira, dia 3 de outubro, ao ultrapassar a marca de US$ 3.600 por onça-troy. Esse movimento ocorre em um contexto de incertezas fiscais e geopolíticas, refletindo uma crescente expectativa de cortes nas taxas de juros por parte do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos.

Alta e Fechamento

Pela manhã, o metal precioso registrou uma máxima intradia histórica de US$ 3.635,80 por onça-troy. O contrato mais líquido, cuja liquidação está prevista para dezembro, fechou em alta de 1,21%, cotado a US$ 3.635,50 por onça-troy na Comex, a divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), nos Estados Unidos. Esta também foi considerada a maior cotação já registrada para o ativo. O recorde anterior havia sido verificado na sessão anterior, no dia 2 de outubro, quando o ouro encerrou o dia cotado a US$ 3.592,20 por onça-troy.

Mercado da Prata

Além do ouro, a prata também apresentou desempenhos notáveis. O metal fechou em seu maior valor em 14 anos, marcando a segunda sessão consecutiva de alta. O contrato mais líquido da prata, com vencimento em dezembro, registrou um aumento de 1,13%, sendo cotado a US$ 42,06 por onça-troy na Comex. Ao longo do dia, o preço da prata chegou a alcançar US$ 42,29 por onça-troy.

Causas do Aumento do Ouro

O recente crescimento do preço do ouro foi impulsionado por uma intensificação das apostas no corte das taxas de juros nos Estados Unidos. O Federal Reserve planeja discutir essa possibilidade em sua próxima reunião do Comitê de Política Monetária (FOMC), marcada para os dias 16 e 17 deste mês.

Expectativas do Mercado

Conforme indicado pela ferramenta FedWatch, disponibilizada pelo CME Group, o mercado atribui uma probabilidade de 95,4% para que o Fed promova uma redução de 0,25 ponto percentual em setembro. Na véspera, essa probabilidade era de 92,7%. Atualmente, a taxa de juros nos Estados Unidos varia entre 4,25% e 4,50% ao ano.

Esses aumentos nas expectativas podem ser atribuídos à divulgação de dados recentes sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos e a declarações feitas por líderes do Fed.

Relatório de Emprego

Os resultados do relatório Jolts, produzido pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, mostraram que as vagas de emprego em aberto caíram para 7,181 milhões em julho, um número inferior aos 7,37 milhões que haviam sido estimados por economistas consultados pela Reuters. Essa diminuição nas oportunidades de trabalho sugere um arrefecimento no mercado de trabalho americano.

Além disso, o diretor do Fed, Christopher Waller, destacou em uma entrevista à CNBC que, pessoalmente, ele apoiaria um corte nas taxas de juros neste mês, além de possíveis reduções em futuras reuniões.

Perspectivas de Taxas

O presidente da filial do Fed em Atlanta, Raphael Bostic, também afirmou que há indícios de um mercado de trabalho mais fraco que justificariam um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros até o final deste ano. Ele salientou que a inflação, que permanece acima da meta de 2%, continua a ser um grande risco para o Banco Central. Após quatro anos de inflação superior à meta do Fed, a estabilidade de preços é vista como a maior preocupação, segundo Bostic.

Bostic também indicou que existem incertezas sobre os efeitos da política comercial. As possíveis desregulamentações e mudanças tributárias ainda não são claras em termos de impacto e como essas medidas poderão interagir entre si.

Dólar e Cenário Econômico

A perspectiva de futuras reduções nas taxas também provoca pressão sobre o dólar, que mostra um desempenho negativo em relação a outras moedas globais. Desde o início do ano, o índice do dólar, conhecido como DXY, já sofreu uma queda de 11%. Esse cenário ocorre em meio a incertezas sobre a política comercial implementada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em geral, uma moeda mais fraca tende a tornar o ouro, que é cotado em dólares, mais atraente para os detentores de outras moedas.

Adicionalmente, o mercado se mostra mais avesso ao risco em razão das preocupações relacionadas ao cenário fiscal do país. A incerteza sobre a independência do Fed também é um fator relevante, principalmente diante das tentativas da Casa Branca de demitir a diretora Lisa Cook.

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