Esclarecimento da Petrobras à CVM
A Petrobras (PETR4) precisou fornecer esclarecimentos à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) após a agência de notícias Reuters, com base em fontes, noticiar que avaliações preliminares para a retomada de investimentos em etanol estariam mais inclinadas à utilização do milho como matéria-prima.
Interesse na Produção de Etanol
Ainda segundo a Reuters, a Petrobras estaria interessada no aumento da produção de etanol nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Essas áreas, que enfrentam um déficit no mercado do biocombustível, apresentam, no entanto, um crescimento significativo na produção de milho, especialmente na região do Matopiba, que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Em resposta a essas informações, a CVM questionou a veracidade da notícia e solicitou explicações sobre a razão pela qual essas informações não foram caracterizadas como um fato relevante para o mercado.
Plano de Negócios e Estratégias da Petrobras
A Petrobras informou que, no plano de negócios para o período de 2025-2029, divulgado em novembro de 2024, estão previstos investimentos no segmento de etanol. Esses investimentos seriam feitos preferencialmente por meio de parcerias estratégicas minoritárias ou de controle compartilhado com empresas relevantes do setor.
“Neste sentido, a Petrobras está conduzindo diversos estudos e análises sobre oportunidades de negócios nos segmentos de bioprodutos, que incluem as cadeias de etanol. A companhia ressalta que não existe uma definição quanto à matéria-prima a ser utilizada nos projetos de produção de etanol”, afirma o comunicado da empresa.
Critérios para Investimentos
A Petrobras também destacou que suas decisões sobre investimentos são baseadas em análises criteriosas e estudos técnicos. A empresa indicou que, quando uma situação se configurar como um fato relevante, haverá uma comunicação ao mercado, mas argumenta que isso não se aplica ao momento atual.
Potencial para Retomada de Investimentos em Etanol
De acordo com a Reuters, embora a Petrobras não exclua o etanol proveniente da cana-de-açúcar, há uma tendência maior em favor do etanol de milho.
Entre os fatores que poderiam favorecer essa mudança estão a queda no custo de produção devido à expansão dos cultivos e o forte crescimento do segmento de etanol de milho, que registrou mais de 30% de aumento no ano passado, enquanto a produção de etanol de cana permaneceu praticamente estagnada, em função da concorrência com o açúcar pela mesma matéria-prima.
Uma das fontes destacou: “O custo do etanol de milho diminuiu consideravelmente, seu alcance é maior e ele entra no Norte e Nordeste”, referindo-se à região do Matopiba.
Acordos de Investimento e Raízen
Caso a Petrobras avance na aquisição de participações em empresas produtoras de etanol de milho, a Raízen (RAIZ4), que apenas utiliza cana como matéria-prima em suas mais de 20 usinas em operação, estaria excluída desse processo.
Em entrevista recente, a Petrobras afirmou que não existem projetos ou estudos de investimento em etanol ou distribuição em parceria com a Raízen, que é uma joint venture entre Shell e Cosan, sem fornecer mais detalhes.
Com informações da Reuters