Ações da Cosan enfrentam desafios em 2025
Os acionistas da Cosan (CSAN3) estão passando por um ano desafiador em 2025. A holding de Rubens Ometto já registra uma queda de 32% no ano, e os resultados do segundo trimestre trouxeram ainda mais pressão sobre as ações da empresa.
Resultados financeiros preocupantes
Alguns dos principais números divulgados no balanço incluem:
- O prejuízo líquido aumentou mais de 300%, alcançando R$ 946 milhões entre abril e junho deste ano;
- A alavancagem chegou a 3,4 vezes, um leve aumento de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior;
- O Ebitda registrou uma queda de 18% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Análise do mercado e recomendações
A analista Larissa Quaresma, da Empiricus Research, acompanha de perto as ações da empresa e defende que os números apresentados pela Cosan foram melhores do que o esperado no segundo trimestre de 2025.
Apesar disso, o mercado continua “arisco” em relação à ação, principalmente devido ao endividamento da companhia e ao desempenho das subsidiárias, como a Raízen (RAIZ4).
Para ilustrar, nos últimos 30 dias, o papel da produtora de etanol caiu 30% e já se aproxima do patamar de “penny stock”, custando R$ 1,03. No acumulado do ano, a queda já supera 50%.
Perspectivas para as ações da Cosan
Com quase 90 anos de história, a Cosan é uma das maiores holdings de infraestrutura e energia do Brasil. Sob seu guarda-chuva estão empresas como a Raízen, Rumo, Compass e Moove.
Na visão de Larissa Quaresma, exceto pela Raízen, que está em processo de reestruturação, “os negócios da Cosan seguem com performance sólida”.
Mesmo a Raízen, um ponto crítico do conglomerado devido aos elevados níveis de alavancagem, tem mostrado sinais de recuperação, segundo a analista.
Estratégias de reestruturação
A Raízen tem implementado esforços para reduzir despesas gerais e administrativas e diminuir os investimentos, o que levou à redução da queima de caixa operacional no último trimestre.
Embora ainda haja um longo caminho à frente, a analista considera que a direção da reestruturação está correta. À medida que os negócios melhoram, isso deverá beneficiar a Cosan.
Larissa apresenta projeções otimistas, afirmando que “é possível argumentar que o pior ficou para trás em termos de alavancagem. […] Estamos construtivos com os diversos gatilhos de melhoria progressiva da estrutura de capital da Cosan. Em especial, a venda de ativos (que podem levantar R$ 6 bilhões em um horizonte de 12 meses) e o turnaround da Raízen, que inclui não só o operacional, mas também a venda de até R$ 15 bilhões em ativos”.
Recomendação de compra
Diante desse contexto, a analista recomenda a compra da ação CSAN3 e incluiu o papel em uma carteira que seleciona os 10 melhores investimentos atualmente.
Segundo a equipe de análise da Empiricus, quem aproveitar os preços atuais da Cosan pode se beneficiar das melhorias da companhia a longo prazo:
“Negociando a um desconto de holding próximo de 50% nas nossas estimativas, mantemos CSAN3 na carteira, com paciência para colher os frutos da desalavancagem”.
A ação pode ter potencial para se valorizar até quase 70%, com base no preço justo de R$ 9 estabelecido na carteira Melhores Ações, liderada por Larissa Quaresma.
Entretanto, é importante lembrar que as ações da Cosan requerem resiliência e que os ganhos devem ser esperados no longo prazo. A analista também sugere diversificar o portfólio com outros ativos para mitigar riscos.
Com isso, Larissa recomenda outras 9 ações de setores diversos em uma carteira completa para busca de lucros.