Por que o Brasil gera menos carne do que os EUA, mesmo tendo o dobro do número de bovinos?

Produção de Carne Bovina no Brasil em 2024

O Brasil, apesar de ter o segundo maior rebanho bovino do mundo, contando com aproximadamente 238,2 milhões de cabeças, produziu 10,91 milhões de toneladas de carne bovina no ano de 2024. Este número representa um recorde para o país, no entanto, não é suficiente para superá-lo da produção dos Estados Unidos, que variou entre 11,6 a 12,3 milhões de toneladas, mesmo contando com um rebanho significativamente menor, de cerca de 86,7 milhões de cabeças.

Fatores que Justificam a Diferença na Produtividade

A principal explicação para essa discrepância de produção entre os dois países pode ser atribuída à produtividade nas práticas de criação de gado. Nos Estados Unidos, dois indicadores se destacam na diferenciação da pecuária norte-americana em comparação com a brasileira: o peso de carcaça é maior e o índice de desfrute do rebanho, que é a relação entre o número de abates e o tamanho do rebanho, é consideravelmente elevado.

De acordo com Hyberville Neto, especialista da HN Agro, a prática de abate ocorre em uma fase mais jovem da vida dos animais, resultante de um período de recria bastante reduzido ou até ausente, onde os bovinos são direcionados diretamente para confinamento. Esta técnica permite um número maior de abates anuais em relação à população de gado disponível. Ele explica: “Esses animais são abatidos com um peso médio maior que no Brasil.”

O Papel do DDG na Pecuária Brasileira

O debate acerca das divergências de produtividade entre Brasil e Estados Unidos foi um dos temas centrais discutidos durante o evento Minerva Foods (BEEF3) Day, realizado na última terça-feira, dia 30. O DDG (Grãos Secos de Destilaria), um subproduto gerado na produção de etanol a partir do milho, foi destacado como um dos fatores que pode auxiliar na redução deste gap de produtividade.

Em entrevista ao Money Times, o consultor da MB Agro e conselheiro da Minerva, Alexandre Mendonça de Barros, afirmou que o DDG não é o único elemento que contribui para tal diferença, pois uma série de questões adicionais também precisa ser considerada, como o aumento no número de bezerros desmamados, a melhoria nos índices de prenhez e a oferta de uma nutrição de qualidade.

“O DDG entra, na minha visão, na hora que preciso acelerar essa terminação ou no caso de uma vaca que ficou magra. Ou, de maneira mais ampla, em qualquer animal que eu queira engordar, assim como faço em confinamento. Isso faz uma diferença significativa, e ele é um produto que se aplica de maneira bastante prática. Nesse ponto, eu acredito que ele possa ser um divisor de águas, já que a taxa de ganho de peso pode aumentar de 400 g para 1,6 kg por dia.”

Fonte: www.moneytimes.com.br

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