Declarações do Presidente do Fed
O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou nesta terça-feira, 14 de outubro, que "as tarifas estão elevando as pressões sobre os preços" nos Estados Unidos, conforme evidenciado por dados recentes. A declaração foi feita durante o encontro anual da National Association for Business Economics (Nabe). Powell destacou que a inflação subjacente, medida pelo índice de gastos com consumo (PCE), alcançou 2,9% em agosto, um valor ligeiramente superior ao registrado no início do ano. Esse aumento foi impulsionado pelo crescimento nos preços de bens, ao passo que os serviços habitacionais continuam a apresentar sinais de desinflação.
Impacto das Tarifas no Aumento de Preços
Powell declarou que "os dados disponíveis mostram que o aumento dos preços de bens reflete principalmente tarifas, e não pressões inflacionárias mais amplas". Ele enfatizou que as recentes medidas protecionistas estão contribuindo para o encarecimento dos produtos importados. Essa observação explica como as políticas tarifárias estão influenciando a inflação, especialmente em um contexto de globalização crescente.
Acompanhamento dos Indicadores Econômicos
Apesar dos atrasos na divulgação de certos indicadores oficiais devido à paralisação do governo dos Estados Unidos, conhecida como shutdown, Powell assegurou que o Fed continua a monitorar informações de fontes públicas e privadas. Além disso, ele mencionou a importância dos relatos regionais que serão resumidos no Livro Bege, cuja divulgação está prevista para quarta-feira, 15 de outubro.
Crescimento Econômico e Desafios
O presidente do Fed observou que o crescimento econômico "pode estar em uma trajetória um pouco mais firme do que o esperado". No entanto, ele também alertou sobre a inexistência de um "caminho isento de riscos" ao tentar equilibrar as metas de emprego e inflação. Os desafios da política monetária continuam a ser um tema importante nas discussões do comitê.
Postura do Comitê Federal de Mercado Aberto
No contexto atual, Powell revelou que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) considerou apropriado "dar mais um passo em direção a uma postura mais neutra" na reunião de setembro. Ele reiterou que o Fed calibrará sua política monetária "reunião a reunião", conforme a evolução das perspectivas econômicas e do equilíbrio de riscos, sem seguir um caminho pré-determinado. Essa flexibilidade é vital para que a instituição se adapte às mudanças nas condições econômicas.
Reação do Mercado Financeiro
A fala de Powell intensificou a percepção de que o banco central dos Estados Unidos está atento à dinâmica inflacionária e está disposto a ajustar sua política de juros em resposta ao comportamento dos preços e da atividade econômica. A reação do mercado de ações dos Estados Unidos foi cautelosa diante das declarações, refletindo a incerteza sobre a velocidade dos cortes futuros nas taxas de juros. O índice S&P 500 manteve uma leve oscilação, enquanto o dólar norte-americano se mostrou estável em relação ao real. Esses movimentos sugerem que os investidores preferem aguardar novos sinais antes de readequar suas carteiras de investimento.
Expectativas para o Futuro
No cenário atual, o discurso de Powell reforça a ideia de que a política monetária do Fed continuará condicionada a dados econômicos, o que pode gerar um aumento na volatilidade dos mercados nas semanas seguintes. Isso é especialmente relevante para os contratos futuros do S&P 500 e para o índice Nasdaq Composite, que são sensíveis às expectativas em relação a juros e inflação.
Conclusão
As falas de Jerome Powell, combinadas com o atual cenário econômico, revelam o contexto desafiador que o Fed enfrenta ao tentar equilibrar o crescimento econômico com a inflação. A atenção contínua do banco central aos dados econômicos pode impactar significativamente as decisões financeiras e as expectativas dos investidores nas próximas semanas.
Fonte: br.-.com