Federal Reserve se Reúne para Definir Política Monetária
O Federal Reserve (Fed) realiza uma reunião nesta quarta-feira para discutir os próximos passos da política monetária dos Estados Unidos, em um contexto marcado pela falta de dados econômicos devido ao shutdown do governo.
Expectativas de Corte de Juros
A decisão do Fed não deve causar surpresas no mercado. Um novo corte na taxa de juros é amplamente anticipado. Segundo a ferramenta CME FedWatch, 96,7% das apostas indicam uma expectativa de afrouxamento de 0,25 ponto percentual.
Na reunião de setembro, o Fed divulgou projeções atualizadas de seus dirigentes. A mediana das expectativas mostra que a taxa de juros deve encerrar 2025 em 3,6%, sugerindo mais cortes nas reuniões restantes deste ano. Se confirmado, este será o segundo corte do atual ciclo do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que levará a taxa para um intervalo de 3,75% a 4% ao ano.
Desafios e Pressão Política
Diante deste cenário, a atenção se volta para o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed. A principal dúvida é como a entidade lidará com a escassez de dados econômicos, o que pode dificultar análises e resultar em uma pausa nos cortes.
Powell também enfrenta pressão política. Recentemente, o presidente Donald Trump o criticou, indicando que há uma "longa lista" de nomes preparados para assumir a liderança do Fed. Durante um jantar em Tóquio, Trump afirmou: “Temos um chefe incompetente no Fed… um cara ruim, mas ele sairá em alguns meses e teremos alguém novo.”
O mandato de Powell termina em maio do próximo ano. Entre os possíveis sucessores indicados por Trump estão o chefe do Tesouro, Scott Bessent, e o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, além de outros nomes como Kevin Warsh, Christopher Waller, Michelle Bowman e Rick Rieder, executivo da BlackRock.
Ibovespa Registra Alta
Cenário Positivo no Brasil
No Brasil, o dia começou com resultados positivos. O Senado dos EUA aprovou um projeto de lei que propõe a revogação das tarifas adicionais de 40% aplicadas ao Brasil, resultado de avanços nas negociações bilaterais e um recente encontro entre os presidentes dos dois países. A medida é justificada pelo impacto das tarifas sobre os preços, especialmente do café. Agora, a proposta seguirá para análise na Câmara dos Deputados, que é dominada por republicanos.
Além disso, investidores estão atentos à temporada de resultados corporativos. Nesta manhã, o Santander (SANB11) apresentou os primeiros resultados dos grandes bancos, registrando um lucro líquido gerencial de R$ 4 bilhões no terceiro trimestre de 2025, uma alta de 9,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Ainda neste dia, o mercado terá uma agenda intensa, que incluirá a divulgação dos resultados trimestrais de empresas como Motiva (MOTV3), Bradesco (BBDC3), ISA Energia (ISAE4), Kepler Weber (KEPL3) e Mercado Livre (MELI34).
Questão Fiscal em Foco
O retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Brasil traz novamente a questão fiscal à tona. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que partes da Medida Provisória 1.303, que prevê cortes de gastos, devem ser incluídas em um projeto de lei que já está em tramitação na Câmara dos Deputados. Haddad informou que o presidente da Câmara, Hugo Motta, mencionou que há deputados dispostos a incorporar os cortes de despesas em projetos de sua autoria. Caso essa proposta seja aprovada, espera-se que uma boa parte do problema orçamentário do governo seja resolvida.
No último pregão, o Ibovespa (IBOV) fechou em alta de 0,31%, alcançando 147.428,90 pontos, marcando o quinto avanço consecutivo e um novo recorde nominal histórico. O fechamento anterior foi de 146.969,10 pontos. Este representa o 16º recorde do Ibovespa em 2025.
Além disso, o dólar à vista (USBRL) terminou as negociações cotado a R$ 5,3597, apresentando uma queda de 0,20%. O iShares MSCI Brazil (EWZ), o principal fundo de índice brasileiro em Nova York, subiu 0,74% no after-market da véspera, cotado a US$ 31,15.
Situação dos Mercados Internacionais
Temporada de Balanços Global
No cenário internacional, os investidores estão atentos a uma semana crítica da temporada de resultados. Cinco das chamadas "Sete Magníficas" devem apresentar seus balanços: Microsoft, Alphabet e Meta divulgam hoje, enquanto Apple e Amazon ficarão para amanhã.
Outro ponto de destaque é o encontro entre Trump e o presidente da China, Xi Jinping. A expectativa é que sejam discutidos avanços nas negociações de tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos. Existem sinais do lado chinês indicando que o governo pode adiar restrições às exportações de minerais raros e recomeçar a compra de soja americana. Em retorno, os EUA poderiam suspender a implementação de novas tarifas sobre produtos chineses.
Desempenho das Bolsas e Commodities
Na Ásia, as bolsas encerraram o pregão de forma mista. Na Europa, os principais índices e os futuros de Nova York apresentaram um desempenho variado nas primeiras horas do dia.
Preços das Commodities
-
Petróleo:
Os preços do petróleo operam perto da estabilidade, com investidores aguardando o próximo encontro da Opep+, previsto para domingo (2), onde um aumento moderado na produção poderá ser discutido. - Criptomoedas:
As criptomoedas estão apresentando um desempenho negativo, com o bitcoin (BTC) sendo negociado a US$ 112 mil, uma queda de 1,3%. O ethereum (ETH) recua 2,8%, com negociações ao preço de US$ 4 mil.
Agenda Econômica para Hoje
Indicadores Econômicos
- 11h – EUA – Vendas de imóveis pendentes de setembro.
- 11h30 – EUA – Estoques de petróleo da semana.
- 14h30 – Brasil – Fluxo cambial semanal.
- 14h30 – Brasil – Relatório Mensal da Dívida Pública de setembro.
- 15h – EUA – Decisão de política monetária do Fed.
- 15h30 – EUA – Coletiva de imprensa de Jerome Powell.
Agenda – Lula
- A agenda do presidente não foi divulgada.
Agenda – Fernando Haddad
- A agenda do ministro não foi divulgada.
Agenda – Gabriel Galípolo
Morning Times: Atualização dos Mercados
Bolsas Asiáticas
- Tóquio/Nikkei: +2,37%
- Hong Kong/Hang Seng: Feriado
- China/Xangai: +0,70%
Bolsas Europeias (Mercado Aberto)
- Londres/FTSE100: +0,44%
- Frankfurt/DAX: -0,05%
- Paris/CAC 40: -0,01%
Wall Street (Mercado Futuro)
- Nasdaq: +0,28%
- S&P 500: +0,10%
- Dow Jones: -0,27%
Commodities
- Petróleo/Brent: +0,03%, a US$ 63,84 o barril.
- Petróleo/WTI: -0,02%, a US$ 60,14 o barril.
- Minério de ferro: +1,93%, a US$ 111,63 a tonelada em Dalian.
- Ouro: +1,34%, a 4.035,50 por onça-troy.
Criptomoedas
- Bitcoin (BTC): -1,3%, a US$ 112.981.
- Ethereum (ETH): -2,8%, a US$ 4.003,60.
Fonte: www.moneytimes.com.br