Banco da Inglaterra e Expectativas sobre a Taxa de Juros
As principais corretoras, como Goldman Sachs, Citigroup e J.P. Morgan, não preveem novos cortes na taxa de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE) neste ano, uma vez que o banco central britânico optou por manter sua taxa básica inalterada.
Pausa Esperada e Inflação
A aguardada pausa do BoE, anunciada na quinta-feira (18), seguiu-se a um corte de 0,25 ponto percentual em agosto. O banco central enfrenta o desafio de lidar com uma inflação persistente e um cenário de crescimento econômico e emprego que apresenta incertezas.
Um dia antes da decisão do BoE, dados mostraram que a inflação britânica em agosto ficou em 3,8%, o que representa o nível mais alto entre as principais economias avançadas.
Projeções das Corretoras
Atualmente, Goldman Sachs e J.P. Morgan projetam que o próximo ciclo de afrouxamento monetário começará em fevereiro de 2026, com reduções trimestrais subsequentes. No entanto, analistas dessas corretoras reconhecem que um corte em dezembro poderia ser justificável caso os dados econômicos a curto prazo se deteriorem drasticamente.
A corretora Peel Hunt também revisou suas expectativas, prevendo que não haverá continuidade nos cortes da taxa de juros em 2025.
Expectativas do Mercado
Conforme dados compilados pela LSEG, os mercados estão precificando apenas 7,5 pontos-base de afrouxamento até o final deste ano, o que implica uma chance de cerca de 30% de que o BoE reduza os juros novamente em 2024. O BoE manteve sua expectativa de que a inflação atinja um pico de 4% neste mês antes de decrescer lentamente até alcançar a meta de 2% em meados de 2027.
Andrew Bailey, presidente do banco, alertou que a economia ainda enfrenta riscos e que eventuais cortes na taxa de juros precisarão ser feitos de forma gradual e com uma avaliação cuidadosa das condições econômicas.
Análise do Citigroup e Barclays
“Essa abordagem reativa do Comitê de Política Monetária (MPC) deixa espaço significativo para mudanças de curto prazo”, afirmaram analistas do Citigroup em nota.
Enquanto isso, a corretora Barclays manteve sua previsão de que um corte possa acontecer em novembro, pois acredita que os dados futuros poderão ser mais fracos. Isso apoiaria a necessidade de um afrouxamento monetário, especialmente considerando que o banco central se baseia em dados para tomar suas decisões.
Perspectivas do BNP Paribas
Por outro lado, o BNP Paribas espera que o próximo corte aconteça em dezembro em vez de novembro. Essa estratégia de adiamento permitiria ao banco central ganhar uma margem de segurança diante de incertezas econômicas.