Projeção do IPCA indica a primeira deflação do ano, coincidente com a divulgação de dados dos EUA; confira os principais destaques desta quarta-feira (10) – Tempo Real – Principais notícias do mercado financeiro.

As atenções da agenda econômica desta quarta-feira (10) estarão voltadas para a retomada, no Supremo Tribunal Federal (STF), do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus por tentativa de golpe de Estado. O voto do ministro Luiz Fux será um dos momentos-chave desse processo, que ocorre em meio a ameaças do governo americano à soberania do Brasil.

Na esfera externa, o Comitê Bancário do Senado americano vota a indicação de Stephen Miran à presidência do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. Enquanto isso, o Departamento de Energia dos Estados Unidos está agendado para informar os estoques de petróleo referente à semana encerrada em 5 de setembro.

Na China, o Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo estará em reunião, embora ainda não tenha um horário definido.

Ibovespa hoje: o que você deve ficar atento nesta quarta-feira (10)

Bolsas globais apresentam baixo ânimo à espera do PPI dos EUA

As bolsas na Europa e o mercado futuro em Nova York estão apresentando desempenho moderado nesta manhã, com o Dow Jones futuro registrando queda. Os investidores estão atentos aos conflitos geopolíticos, à guerra tarifária e aos dados de inflação nos EUA.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitou à União Europeia que imponha tarifas de até 100% sobre produtos da Índia e da China, como parte de uma estratégia conjunta para aumentar a pressão sobre a Rússia a fim de que cesse a guerra na Ucrânia, conforme publicado pelo Financial Times. Trump também declarou que fará uma “declaração completa” sobre Israel, logo após o governo israelense realizar um ataque contra o Hamas no Catar.

Além disso, um tribunal federal em Washington decidiu na terça-feira (9) que a diretora do Fed, Lisa Cook, pode continuar no cargo durante a tentativa de Trump de removê-la.

IPCA em agosto pode registrar a primeira deflação do ano

O IPCA de agosto é previsto para apresentar um recuo de 0,16%, após uma alta de 0,26% em julho. As previsões para esta leitura, que também indicam queda, variam de 0,27% a 0,07%. Para a inflação acumulada em 12 meses, a mediana sugere uma desaceleração de 5,23% para 5,09%.

É esperado que o IPCA registre em agosto a primeira variação negativa do ano, conforme estimativas de todas as 38 instituições de mercado consultadas pelo Projeções Broadcast. Esse movimento provavelmente refletirá a entrada do bônus de Itaipu nas tarifas de energia elétrica residencial, além da pressão de baixa nos preços dos alimentos.

A economista Thalita Silva, da EQI Asset, projeta um recuo de 0,17% para o IPCA do mês, com uma expectativa de deflação na ordem de 5% para o item energia elétrica residencial. Segundo ela, o impacto da energia deve levar a uma reversão no grupo Habitação, que deve mudar de +0,91% para -1,17%.

Silva ainda aponta que o IPCA de agosto não deve apresentar sinais claros do tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre a oferta e, consequentemente, sobre os preços de alguns alimentos que o Brasil costuma exportar para o mercado americano. “Provavelmente veremos um reflexo nos próximos meses, mas para agosto ainda é muito cedo”, afirmou a economista.

Commodities em alta: comportamento dos ADRs de Vale e Petrobras

Os contratos futuros do petróleo estão subindo pela terceira sessão consecutiva. Este aumento ocorre após Israel ter lançado um ataque contra alvos do grupo militante Hamas no Catar, o que intensificou as tensões no Oriente Médio. Além disso, o presidente Trump requisitou à União Europeia que imponha tarifas sobre compradores de petróleo russo. Nesta manhã, o barril do petróleo WTI para outubro estava cotado a US$ 66,90, apresentando um aumento de 0,77%, enquanto o do Brent para novembro subia 0,80%, alcançando US$ 63,13.

Entre as commodities desta quarta-feira, o minério de ferro fechou em alta de 0,25%, para o contrato futuro com entrega em janeiro de 2026, cotado na Bolsa Dalian, na China, a 805 yuans, o que equivale a US$ 113,02 por tonelada.

Os American Depositary Receipts (ADRs), que permitem que investidores adquiram ações de empresas não americanas nos Estados Unidos, da Vale (VALE3) estavam em alta de 0,19% no pré-mercado de Nova York. Por outro lado, os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) avançaram 0,57%.

Expectativas para o Ibovespa em meio ao julgamento de Bolsonaro

As ameaças de Trump direcionadas ao Brasil durante o julgamento de Bolsonaro podem resultar em um apetite reduzido por parte dos investidores. O governo brasileiro pressionou contra a intimidação proposta pela Casa Branca, afirmando que considera inaceitável o uso do poderio econômico e militar como forma de “proteger a liberdade de expressão”.

Segundo informações do Itamaraty, os Três Poderes não serão intimidados “por qualquer forma de atentado à nossa soberania”. Até o momento, o STF já conta com os votos favoráveis dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino pela condenação dos oito réus envolvidos, e há expectativas de que o ministro Fux apresente uma divergência relacionada à pena.

Dessa forma, esses e outros dados relevantes do dia permanecem sob a observação de investidores e poderão impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa ao longo desta quarta-feira.

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