Mobilização Contra Direção do País
A manifestação programada para o próximo sábado reunirá pessoas na capital do país e em diversas comunidades nos Estados Unidos. O evento, denominado "No Kings", é uma resposta ao governo do presidente Donald Trump, que o Partido Republicano chamou de “rally Hate America”.
Contexto da Mobilização
Esta será a terceira grande mobilização desde o retorno de Trump à Casa Branca, e é considerada a maior até o momento. O protesto ocorre em meio a um fechamento do governo que não apenas suspendeu programas e serviços federais, mas também está testando o equilíbrio de poderes, uma vez que a execução agressiva do executivo confronta o Congresso e os tribunais de maneiras que os organizadores advertiram como um deslize em direção ao autoritarismo na América.
Trump, por sua vez, está longe de Washington, em sua residência Mar-a-Lago, na Flórida.
Respostas de Trump
Em uma entrevista ao Fox News, exibida na manhã de sexta-feira, antes de sua participação em um evento de arrecadação de fundos do super PAC MAGA Inc., no qual os ingressos custam um milhão de dólares por plateia, Trump comentou sobre as manifestações. "Dizem que estão me chamando de rei. Eu não sou um rei", declarou.
Organização e Mobilização
As manifestações anteriores realizadas neste ano, que foram em resposta aos cortes promovidos por Elon Musk na primavera e à parada militar de Trump em junho, atraíram participantes, mas os organizadores acreditam que esta mobilização representa um movimento de oposição mais unificado. Líderes proeminentes do Partido Democrata, como o senador Chuck Schumer e o senador independente Bernie Sanders, estão se juntando ao que os organizadores consideram ser uma resposta às ações de Trump, incluindo o endurecimento da liberdade de expressão e as operações de imigração em estilo militar.
Ezra Levin, cofundador da Indivisible e um dos principais organizadores do evento, afirmou: "Não há maior ameaça a um regime autoritário do que o poder do povo patriótico".
Crescimento dos Apoios
Enquanto os republicanos e a Casa Branca menosprezam as manifestações como de radicais à margem da política americana, Levin observou que o número de apoiadores do movimento está crescendo. Estão programadas mais de 2.600 manifestações em cidades grandes e pequenas, organizadas por centenas de parceiros de coalizão. Os organizadores afirmam que a maioria dos americanos terá um evento a uma hora de distância.
Os republicanos têm procurado retratar os participantes das manifestações de sábado como estando fora do mainstream político americano, responsabilizando-os, em parte, pelo fechamento prolongado do governo, que se encontra agora em seu 18º dia.
Declarações de Líderes Republicanos
Desde a Casa Branca até o Capitólio, líderes do Partido Republicano criticaram os manifestantes, chamando-os de “comunistas” e “marxistas”. Eles afirmam que os líderes democratas, incluindo Schumer, estão subordinados à ala mais à esquerda do partido e prontos para manter o governo fechado para agradar essas forças liberais.
O presidente da Câmara, Mike Johnson, do Partido Republicano da Louisiana, incentivou que as pessoas assistissem à manifestação, referindo-se a ela como "o rally Hate America" e listando grupos que estariam presentes, como "tipos do antifa", pessoas que "odeiam o capitalismo" e "marxistas à mostra".
Posição dos Democratas
Os democratas têm se recusado a votar em legislações que reabririam o governo enquanto ainda solicitam financiamento para a saúde. Os republicanos afirmam estar abertos a discutir o assunto posteriormente, mas apenas após a reabertura do governo. Para muitos democratas, o fechamento do governo é visto também como uma forma de resistir a Trump e tentar restaurar o papel da presidência como um dos ramos de governo com igualdade de poder.
Em uma publicação no Facebook, Sanders, que já foi candidato presidencial, declarou: "É um rally de amor à América". Ele mencionou que se trata de uma manifestação de milhões de pessoas em todo o país que acreditam na Constituição e na liberdade americana, afirmando que não deixarão Trump e o Partido Republicano transformarem o país em uma sociedade autoritária.
Reflexão Sobre Mudanças no Cenário Político
A situação parece um revés em relação a seis meses atrás, quando os democratas e seus aliados estavam divididos e desanimados, sem saber como responder à nova administração de Trump. Schumer, em particular, foi criticado por seu partido por permitir que uma proposta anterior de financiamento do governo fosse aprovada no Senado sem usá-la como uma ocasião para desafiar Trump.
Em abril, a marcha nacional contra Trump e Elon Musk teve 1.300 locais registrados. Já em junho, no primeiro dia "No Kings", houve 2.100 locais. Para a manifestação de sábado, mais de 2.600 locais registrados foram confirmados, segundo informações de Levin.
Levin comentou: "O que estamos vendo dos democratas é um pouco de coragem. A pior coisa que os democratas poderiam fazer agora é se render". O líder democrata da Câmara, Hakeem Jeffries, afirmou que não tinha certeza se se juntaria aos manifestantes no sábado, mas discordou da caracterização dos eventos feita pelos republicanos.
"É odioso o que aconteceu no dia 6 de janeiro", ele disse, referindo-se ao ataque ao Capitólio em 2021, quando os apoiadores de Trump invadiram o prédio em protesto à vitória de Joe Biden nas eleições. "O que você verá neste fim de semana é o que patriotismo se parece, pessoas se reunindo para expressar oposição ao extremismo que Donald Trump tem desencadeado sobre o povo americano."
Fonte: www.cnbc.com