Psicólogo diz para parar de falar sobre os sentimentos—o que pessoas emocionalmente inteligentes fazem

Inteligência Emocional no Trabalho e na Vida

A inteligência emocional é um ingrediente essencial para avançar tanto no trabalho quanto na vida pessoal. Mesmo que essa habilidade não seja inerente a todos, ter conversas explícitas sobre sentimentos pode facilitar a compreensão mútua. Na verdade, muitos de nós aprendem que o primeiro passo durante um conflito deve ser expressar como nos sentimos em relação ao comportamento do outro.

Como psicóloga social que passou anos utilizando a ciência para ajudar a resolver conflitos interpessoais, sei que a inteligência emocional não se resume apenas à capacidade de expressar e interpretar emoções, mas também ao entendimento de quando devemos abordar esses sentimentos. Às vezes, a melhor abordagem é não se precipitar e contar a alguém como nos sentimos. Veja a seguir alguns pontos a serem considerados.

1. Muitas vezes, não concordamos sobre o que estamos discutindo

Frequentemente, pulamos a etapa de discutir se o evento em questão realmente ocorreu. Parece óbvio. É claro que Tom te interrompeu na reunião, o que te fez sentir desrespeitado. E Kate, sem dúvida, te excluiu ao não te convidar para a festa, gerando a sensação de isolamento.

No entanto, assumir que temos um entendimento compartilhado sobre esses eventos pode ser um salto maior do que imaginamos. Talvez Tom tenha percebido que o grupo ainda estava em um impasse com apenas três minutos restantes. Se ele não tivesse intervido, todos se dispersariam sem tomar uma decisão. E Kate deixou várias pessoas de fora de sua lista de convites, não apenas você.

Em relacionamentos amorosos, é comum que os parceiros discordem sobre a ocorrência ou não de um evento, e o grau de desalinhamento pode prever resultados como bem-estar e estresse diário.

O que fazer

Você pode desejar um pedido de desculpas de Tom. No entanto, a melhor maneira de iniciar casos como esses é discutir o comportamento específico, e não como você se sente em relação a ele.

Tente dizer: “Aqui está o que eu recordo dos eventos. Mas qual é a sua versão?” Deixe claro que você não está assumindo que tem uma recordação precisa do que aconteceu, e que o outro também não deveria.

Concentre-se nos detalhes. Inclua informações que a outra pessoa talvez não esteja ciente. Pode ser que Tom, que te “interrompeu”, tenha sido avisado pelo chefe antes da reunião que, se não conseguisse fazer a equipe decidir, ele seria substituído.

2. Nossas suposições sobre o ‘porquê’ costumam estar erradas

É natural presumir que sabemos por que alguém agiu de determinada maneira. Durante conflitos, essas suposições são frequentemente expressas de maneira direta.

O problema é que essas declarações que começam com “porque” muitas vezes não são específicas, incluem ataques pessoais ou são simplesmente equivocadas.

Essas suposições estão ligadas a como nos sentimos em relação à outra pessoa: se confiamos, optamos por explicações positivas para comportamentos ruins. Se não confiamos, mas ainda gostamos ou amamos a pessoa, escolhemos explicações negativas, mas limitamos essas explicações ao contexto. Se não confiamos nem gostamos, tendemos a concluir o pior.

O que fazer

Converse sobre o motivo que levou à ação. Tente dizer: “Eu fiz algumas suposições sobre por que você agiu assim, mas adoraria ouvir seu lado.” Ou então: “Eu assumi que você me interrompeu porque não me respeita. Você pode esclarecer por que fez isso?”

Reconhecer que você fez uma suposição é um passo importante. Também é útil ser curioso e abrir espaço para uma nova explicação. Pode incluir uma série de fatores, como:

  • Um evento anterior, como no exemplo citado anteriormente.
  • Uma má interpretação de estratégias que poderiam ser eficazes, como contar uma piada que pretendia aliviar a tensão, mas que te pareceu ofensiva.
  • Um valor pessoal profundo que você desconhecia, como: “Eu nunca permitiria que alguém falasse nos últimos três minutos de uma reunião; esse momento é sagrado para a votação.”

Resista à tentação de “provar” ao seu parceiro que a lógica por trás do “porquê” deles é equivocada. Isso inclui evitar frases do tipo “sim, mas”, como: “Sim, mas na semana passada, estávamos sem tempo e você não interrompeu o Mark.” O objetivo é resolver um conflito — não vencê-lo.

3. Nossos sentimentos mudam quando sabemos mais

É provável que, ao passar por essas duas primeiras etapas, você tenha adquirido um novo contexto e não sinta mais as mesmas emoções que desejava expressar inicialmente.

O que fazer

Retorne à discussão sobre sentimentos mais adiante na conversa. Tente: “Agora que nos entendemos melhor, como você está se sentindo em relação a isso?”

Ao seguir esse processo, você fortalecerá seus relacionamentos. Isso acontece quando nos abrimos para os outros sobre o que realmente estamos pensando — e nos interessamos pelo que se passa na mente deles.

Tessa West é psicóloga social e professora na Universidade de Nova York. Ela tem se dedicado a utilizar a ciência para ajudar pessoas a resolverem conflitos interpessoais no ambiente de trabalho. É autora dos livros “Jerks at Work: Toxic Coworkers and What to Do About Them” e “Job Therapy: Finding Work That Works for You“. Além disso, ministra o curso online da CNBC chamado How to Change Careers and Be Happier at Work.

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