Futuro Financeiro dos Filhos
Garantir um futuro tranquilo para o filho ou filha — seja para custear a faculdade, um intercâmbio ou o pontapé inicial na vida adulta — é um objetivo mais fácil de ser alcançado se planejado com antecedência e disciplina. Mas quanto seria necessário investir mensalmente, começando quando a criança ainda é um bebê, para que os pais acumulem R$ 1 milhão quando a criança completar 18 anos?
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Perfis de Investidor
O planejador financeiro e especialista em investimentos Gustavo Moreira calculou os valores necessários para alcançar R$ 1 milhão ao longo de 18 anos considerando três perfis diferentes de investidor:
- Conservador: Prioriza a segurança, mesmo que isso signifique uma rentabilidade menor;
- Moderado: Busca um equilíbrio entre segurança e rentabilidade, aceitando correr um pouco mais de risco para obter ganhos maiores;
- Arrojado: Foca no maior potencial de retorno e tolera bem os riscos, concentrando seus investimentos em renda variável e aceitando as oscilações do mercado.
Quanto Investir para Ter R$ 1 Milhão em 18 Anos
Perfil | Rentabilidade média ao mês | Investimento mensal necessário |
Conservador | 0,80% | R$ 2.216 |
Moderado | 1,20% | R$ 1.446 |
Arrojado | 1,80% | R$ 973 |
Entenda a Simulação
Para calcular as simulações, Gustavo Moreira utilizou a taxa básica de juros média dos últimos dez anos, que, segundo ele, seria um pouco acima dos 9%. Para simplificar o cálculo, foi arredondada para 10%, resultando em uma rentabilidade mensal de 0,80%. Assim, o investidor conservador precisaria guardar, por mês, R$ 2.216.
Para os perfis moderado e arrojado, Moreira considerou uma rentabilidade desejada. O moderado busca cerca de 50% acima do conservador, enquanto o arrojado espera mais do que o dobro. Assim, os valores a serem investidos seriam R$ 1.446 e R$ 973, respectivamente.
É importante destacar que um investidor com perfil moderado ou arrojado não necessariamente alcançará a rentabilidade exibida na tabela. Esses perfis envolvem correr riscos, o que pode resultar em perdas e rentabilidades próximas ao perfil conservador.
Onde Colocar o Dinheiro?
Perfil Conservador
O investidor conservador direciona seus recursos para aplicações de baixo risco, com o objetivo principal de preservar seu patrimônio. A maior parte de sua carteira é composta por produtos de renda fixa, como o Tesouro Selic, CDBs de grandes bancos, LCIs e LCAs. Esses ativos, por serem previsíveis e seguros, protegem o investidor das grandes oscilações do mercado.
O principal risco enfrentado pelo conservador não é o de perder o capital aplicado, mas sim o risco de liquidez, que pode resultar em perdas caso precise resgatar um investimento antes do prazo.
Perfil Moderado
O investidor moderado busca um equilíbrio, aceitando um nível de risco controlado para obter uma rentabilidade superior à da renda fixa tradicional. Sua carteira é diversificada, combinando a segurança da renda fixa (como Tesouro IPCA+ e debêntures) com uma exposição considerável à renda variável, que inclui fundos multimercado, fundos imobiliários (FIIs) e uma parcela em ações de empresas consolidadas.
Perfil Arrojado
O investidor arrojado tem alta tolerância ao risco e seu principal objetivo é maximizar a rentabilidade no longo prazo. A maior parte de sua carteira está alocada em renda variável, incluindo ações de empresas de crescimento e small caps, BDRs (ações de empresas estrangeiras), ETFs, criptomoedas e fundos de ações com estratégias mais voláteis. Uma pequena parte pode ser mantida em renda fixa para proteção adicional.
Os riscos enfrentados pelos investidores arrojados estão relacionados ao mercado, que pode provocar desvalorizações de seus ativos em curtos períodos, resultando em perdas significativas. A volatilidade do mercado exige um controle emocional maior, devido às oscilações rápidas de preços.
A reserva de emergência é um pilar fundamental de qualquer planejamento financeiro, independentemente do perfil de investidor. Trata-se de um valor correspondente a 6 a 12 meses dos custos de vida essenciais, que deve ser alocado em investimentos de altíssima liquidez e baixo risco, como o Tesouro Selic ou CDBs de resgate diário. Essa reserva serve para cobrir despesas inesperadas, como emergências médicas, perda de emprego ou reparos urgentes.
Esse tipo de proteção se torna ainda mais crucial para perfis moderado e arrojado, uma vez que suas carteiras estão mais expostas à volatilidade do mercado. A reserva de emergência atua como uma blindagem, evitando que investidores precisem liquidar ativos em momentos desfavoráveis.