RAIZ4 cai mais 12% e se aproxima dos centavos; descubra as estratégias da Raízen para reverter a situação (e se é uma boa oportunidade de compra)

Resultados da Raízen Impactam Ações

A dívida líquida da Raízen atinge R$ 49,2 bilhões, representando um aumento de 56% em relação ao primeiro semestre da safra anterior (Imagem: Divulgação)

As ações da Raízen (código: RAIZ4) tiveram uma queda acentuada nesta quinta-feira (14), após a divulgação de seus resultados no primeiro trimestre da safra 2025/26 (1T26). Por volta das 11h30, os papéis apresentavam uma desvalorização de aproximadamente 11%.

No acumulado do ano, os papéis já sofrem uma queda de 50%, encontrando-se nas menores cotações desde a abertura de capital da empresa, em 2021. Atualmente, a ação é negociada a R$ 1,04, o que a aproxima da categoria de penny stocks.

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Problemas Financeiros e Operacionais

O principal fator de preocupação dos investidores diz respeito ao elevado nível de endividamento da companhia. A alavancagem financeira disparou, atingindo a relação de 4,5x entre a dívida líquida e o Ebitda, mais de duas vezes superior em comparação ao ano anterior.

A dívida líquida da Raízen agora soma R$ 49,2 bilhões, um aumento de 56% em relação ao primeiro semestre da safra anterior (1T25), quando a empresa reportou um lucro de R$ 1,1 bilhão. Este resultado foi revertido em um prejuízo de R$ 1,8 bilhão no último trimestre.

Esses números refletem uma série de desafios operacionais, incluindo a quebra de safra, dificuldades na moagem, problemas de repasses de custos na Argentina e um expressivo aumento nas despesas financeiras, que cresceram 47,1% em apenas um ano.

Medidas de Reestruturação e Capitalização

A Raízen justifica parte do aumento da dívida como um processo de “limpeza” no balanço, que implica a substituição de dívidas ruins de curto prazo por dívidas de longo prazo, com melhores condições. Em meio a este cenário de aumento do risco financeiro e a elevação das taxas de juros, a companhia afirmou que busca novas formas de capitalização.

“Ainda não temos detalhes ou certeza de uma potencial operação. O que temos são conversas ativas com os controladores, Shell e Cosan (CSAN3), para avaliar mecanismos que acelerem esse processo e reduzam o risco”, declarou Rafael Bergman, CFO da Raízen.

A empresa destacou que os novos aportes podem vir dos acionistas atuais ou envolver novos investidores.

Nova Fase da Raízen

Durante a coletiva de resultados, o CEO Nelson Gomes indicou uma mudança de direcionamento nas prioridades da empresa, que passa a se concentrar na melhoria de ativos e na redução da dívida, em detrimento de grandes projetos de crescimento.

“Este ainda não é o ano para gerar caixa orgânico”, afirmou Gomes, explicando que é necessário “avançar nas questões operacionais e de portfólio” para que a empresa alcance um novo patamar de rentabilidade.

Expectativas e Recomendações para as Ações

De acordo com o UBS BB, a possibilidade de aumento de capital representa um “obstáculo importante e uma potencial diluição para os acionistas”. O banco mantém uma recomendação neutra para as ações da Raízen, com um preço-alvo de R$ 1,50, embora ressalte que o balanço apresentou melhorias visíveis, refletindo os efeitos da reestruturação iniciada nos últimos trimestres.

Os analistas indicam que os sinais positivos estão no controle de custos. A Raízen reportou uma redução de cerca de 20% nas despesas gerais e administrativas em comparação ao ano anterior. Além disso, a empresa apresenta um portfólio mais assertivo após a venda de usinas.

O Itaú BBA e o BTG Pactual analisaram essa economia como uma melhora estrutural resultante do processo de reestruturação e foco em eficiência da companhia.

O setor de distribuição de combustíveis no Brasil também se destacou, apresentando um Ebitda ajustado de R$ 1 bilhão e margens 24% acima do esperado pelo mercado.

O BTG recomenda compra das ações, com um preço-alvo de R$ 3, enquanto o Itaú BBA se mostra ainda mais otimista, estabelecendo um preço-alvo de R$ 4,50.

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