Semana será marcada pelo início do ciclo de redução da taxa de juros nos EUA; no Brasil, a Selic deve permanecer em 15%.

Projeções Econômicas da Semana

O economista André Galhardo apresenta as principais projeções para os indicadores econômicos da semana.

IBC-Br deve indicar expansão em julho

A projeção da Análise Econômica sugere uma alta de 0,7% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central, conhecido como IBC-Br, na margem, após um período de dois meses consecutivos de queda. Esse movimento de recuperação tende a compensar parcialmente as perdas acumuladas no segundo trimestre do ano. Embora esse dado sugira algum respiro no curto prazo, os sinais de desaceleração econômica tornam-se cada vez mais evidentes. Fatores como a moderação do mercado de trabalho, o menor impulso no crédito e os efeitos defasados da política monetária limitam a trajetória de recuperação econômica. Por outro lado, iniciativas como o pagamento de precatórios e a implementação de programas de estímulo ao consumo, como o Gás do Povo, podem proporcionar algum suporte adicional à demanda, atenuando o déficit de dinamismo observado nos últimos meses. O indicador deverá ser divulgado pelo Banco Central na segunda-feira, dia 15.

Taxa de desocupação deve registrar novo recuo em julho

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) deve apresentar uma queda na taxa de desocupação, que deve recuar de 5,8% para 5,6% no trimestre finalizado em julho. Essa redução confirmaria a continuidade do processo de melhoria no mercado de trabalho. Apesar da evidente desaceleração da economia brasileira, o mercado de trabalho exibe uma dinâmica distinta, já impactada pelo aperto monetário, como pode ser observado no volume de criação de novos postos formais. Mesmo assim, o mercado de trabalho permanece resiliente e pode alcançar mínimas históricas ao longo do segundo semestre de 2025. O indicador será anunciado na terça-feira, dia 16.

Copom deve manter a taxa Selic em 15% ao ano na reunião deste mês

Apesar dos nítidos sinais de perda de impulso da atividade econômica e da inflação, o Comitê de Política Monetária do Banco Central, também conhecido como Copom, deve continuar a sua estratégia focada na preservação da coerência do discurso que vem sendo adotado desde o final do ano anterior, além de considerar os riscos inflacionários ainda existentes. Portanto, a taxa Selic deve permanecer inalterada. Contudo, o comunicado e a ata poderiam, de forma sutil, abrir espaço para a sinalização de um possível corte na reunião final de 2025, prevista para dezembro. Entre as 38 instituições consultadas pela Agência Estado, apenas 10 antecipam a redução da taxa para este ano. A expectativa é que o Copom execute um corte de 0,5 ponto percentual em dezembro. Como 2026 não será um ano eleitoral, a antecipação do início do ciclo de cortes pode ser crucial para aliviar a trajetória da dívida pública, levando em conta um espaço menor para ajustes na política monetária no ano seguinte. A decisão do Copom será divulgada no início da noite de quarta-feira, dia 17.

Fed deve iniciar o aguardado ciclo de cortes de juros

Apesar das críticas recentes sobre o atraso nas decisões, parte da cautela demonstrada pelo Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, deve-se aos riscos que as medidas comerciais recentes apresentam para a dinâmica inflacionária. Nesse contexto, e considerando que os riscos de inflação ainda não foram totalmente dissipados, a autoridade monetária deve optar por um corte marginal de apenas 25 pontos-base na taxa de juros. Um novo aumento de 0,4% no Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de setembro, já previsto pelo modelo do próprio Fed, e um aumento mais contido de 0,3% em outubro, podem levar os EUA a enfrentar um cenário desconfortável de inflação, configurando a maior variação trimestral anualizada desde agosto de 2022. A decisão do Fed será anunciada também na quarta-feira, no período da tarde, conforme o horário de Brasília.

Indústria e varejo devem reforçar desaceleração da economia dos EUA

Apesar dos riscos inflacionários que ainda persistem, as indicações de desaceleração da atividade econômica nos Estados Unidos são cada vez mais visíveis. Nesse cenário, de um lado, a inflação continua a exigir cautela do Federal Reserve, mas, por outro, a fraqueza do mercado de trabalho e da atividade econômica fornece fundamentos técnicos para o início do ciclo de cortes de juros por parte do banco central americano. Os indicadores de vendas do varejo e da produção industrial dos EUA serão divulgados na terça-feira, dia 16.

Outras decisões importantes de política monetária

No Reino Unido, o Banco da Inglaterra pode decidir manter a taxa de juros inalterada diante da persistência da inflação e de alguns sinais de resiliência econômica, embora essa decisão ainda permaneça em aberto após sucessivas divisões internas nas últimas reuniões. A comunicação a respeito dessa decisão será divulgada na próxima quinta-feira, dia 18.

No Japão, a economia tem apresentado sinais de força, e a contínua depreciação do iene frente ao dólar agrega pressão sobre o Banco do Japão. Apesar de a instituição poder manter a taxa estável neste momento, pode preparar o terreno para um novo ajuste em 2025, o que poderá ter efeitos indiretos sobre moedas emergentes, como o real. A decisão será anunciada na madrugada da próxima sexta-feira, dia 19, segundo o horário de Brasília.

Na China, considerando os sinais de que a economia está crescendo a um ritmo mais moderado do que o desejado, o Banco do Povo deverá seguir em frente com uma nova rodada de cortes nas taxas de juros, que valerão para prazos de 1 e 5 anos, reforçando os estímulos à atividade econômica interna. A nova taxa será anunciada na próxima sexta-feira, dia 19.

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