Ser uma empresa estatal é como correr com um saco de areia nas costas.

Análise da Governança da Cemig

A head de relacionamento com investidores da Cemig (CMIG4), Carolina Senna, abordou as diferenças e desafios enfrentados por uma empresa estatal. Companhias que são controladas pelo governo costumam ser vistas como mais arriscadas pelo mercado financeiro.

Segundo Senna, a percepção de risco aumenta em comparação com outras empresas, o que pode ser comparado a “correr com um saco de areia nas costas.” Ela citou que a resposta do mercado aos papéis da empresa não ocorre da mesma forma que com empresas privadas. Essas dificuldades se intensificam pela desconfiança de investidores estrangeiros, que, devido a fatores políticos, muitas vezes têm dúvidas em relação à empresa.

Entretanto, a presidente acredita que a governança das estatais apresentou avanços significativos. “A Lei 13.303 trouxe uma melhoria significativa. O nosso estatuto e as nossas políticas reforçam ainda mais o que essa lei veio endereçar, ajudando a aumentar a confiança em relação à empresa. Somos reconhecidos por não precisarmos ser privados para entregar resultado”, afirmou Senna.

Ainda de acordo com Carolina Senna, a Cemig mantém foco em negócios regulados e garante que “independentemente de qual governo esteja como nosso acionista controlador, os investimentos e negócios regulados em Minas sempre serão importantes.” Ela enfatizou que, acima de tudo, o que realmente importa é a população mineira, independentemente da administração vigente.

Possíveis Mudanças Estruturais na Cemig

Recentemente, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) iniciou o processo de elaboração de um laudo com a avaliação do valor justo das participações do banco na Cemig e na Copasa (CSMG3). Contudo, o governo de Minas Gerais esclareceu que essas avaliações são de caráter não-vinculante, o que significa que não há uma decisão oficial sobre a transferência do controle das duas companhias até o momento.

Um relatório elaborado pelo Itaú BBA, datado de julho, destacou que durante a CEO Conference em Nova York, realizada em maio, o governo de Minas Gerais reafirmou a intenção de privatizar a Copasa enquanto considera a possibilidade de federalizar a Cemig, após sua transformação em uma sociedade por ações.

“Tivemos uma reunião com o vice-governador de Minas Gerais, que apresentou os 12 projetos de lei e uma emenda constitucional recentemente encaminhados à Assembleia Legislativa do Estado (ALMG). O vice-governador reiterou a intenção do governo de transformar a Cemig em uma sociedade por ações e, posteriormente, federalizá-la”, declarou o relatório.

O vice-governador também esclareceu que a federalização completa da Cemig sob as condições atuais exigiria um aporte de capital da União, especialmente em função dos direitos de tag along e da antecipação de vencimentos de dívidas. Ele mencionou que, conforme as regras do programa PROPAG, esse valor seria descontado do valor de mercado da companhia, o que poderia atuar como um fator negativo para a meta do Estado de reduzir sua dívida.

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