Taxas de Depósitos Interfinanceiros em Baixa
As taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram a sessão desta segunda-feira, 6 de novembro, em tendência de queda. O movimento ocorreu após uma conversa telefônica entre o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que sinalizou avanços nas negociações comerciais entre os dois países.
Comentários do Banco Central
Além disso, os comentários do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, trouxeram à tona a ideia de que a taxa Selic deve permanecer em 15% por um longo período. Essa expectativa foi reforçada no contexto dos anúncios recentes da instituição.
Apesar do aumento contínuo nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, conhecidos como Treasuries, a taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 13,465% no fechamento da tarde, quando comparada com o ajuste anterior de 13,522%. A taxa para janeiro de 2029 apresentava 13,36%, em comparação com o ajuste anterior de 13,43%. No segmento de contratos mais longos, o contrato para janeiro de 2035 tinha uma taxa de 13,660%, levemente inferior aos 13,666% registrados anteriormente.
Oscilações das Taxas dos DIs
No início da sessão, as taxas dos DIs mostraram oscilações em alta nos vértices mais longos da curva, acompanhando o crescimento dos rendimentos dos Treasuries no exterior. Contudo, ao longo da manhã, essa tendência perdeu força e as taxas passaram a cair. Os comentários de Galípolo, assim como o telefonema entre Lula e Trump, desempenharam um papel importante nesse movimento.
Declarações de Gabriel Galípolo
Durante um evento em São Paulo, Galípolo afirmou que a dispersão da inflação havia diminuído após atingir níveis que considerou “bastante elevados” em abril. No entanto, observou que essa diminuição estava ocorrendo de forma concentrada nos preços de bens, enquanto a inflação relacionada a serviços continuava em níveis que não eram compatíveis com a meta estabelecida. Ele destacou que as expectativas do mercado indicavam uma inflação acima da meta até 2028, considerando isso um aspecto “bastante incômodo” para o Banco Central. Galípolo reafirmou a intenção da instituição de buscar uma meta de inflação de 3% e afirmou que as taxas de juros permanecerão em níveis restritivos por um período prolongado.
Impacto da Conversa entre Lula e Trump
Além das declarações de Galípolo, o mercado reagiu positivamente à notícia de que Lula havia conversado com Trump por aproximadamente 30 minutos. De acordo com o Palácio do Planalto, os dois presidentes concordaram em se encontrar pessoalmente em breve. Uma fonte que estava informada sobre o conteúdo da conversa revelou que a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria provocado a imposição de tarifas de 50% dos EUA sobre exportações brasileiras, não foi mencionada. Da mesma forma, a possibilidade de regulamentação das chamadas “big techs” também não entrou na pauta da conversa.
Reações do Mercado
Dois profissionais do mercado consultados pela Reuters comentaram que a notícia do telefonema entre Lula e Trump influenciou a queda das taxas dos DIs, embora as taxas já mostrassem sinais de fraqueza antes da divulgação. Por volta das 10h48, a taxa do DI para janeiro de 2028 atingiu a mínima de 13,345%, resultando em uma queda de 9 pontos-base. No fechamento da sessão, as expectativas indicavam uma probabilidade de 99% de que a Selic fosse mantida em 15% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para o início de novembro.
Projeções de Inflação e Selic
Na manhã do mesmo dia, o boletim Focus do Banco Central mostrou que a mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação em 2025 foi ajustada de 4,81% para 4,80%. Para 2026, a previsão ficou em 4,28%. A expectativa para a Selic no final deste ano permaneceu em 15%, enquanto para o ano seguinte, a previsão é de 12,25%.
Movimentos no Mercado Externo
No cenário internacional, houve um aumento nos rendimentos dos Treasuries dos Estados Unidos, em meio à continuidade da paralisação parcial do governo. Às 16h34, o rendimento do Treasury de dez anos, considerado uma referência global para decisões de investimento, subia 5 pontos-base, alcançando 4,166%.
Fonte: www.moneytimes.com.br