Desempenho dos Títulos da Raízen e Preocupações com Endividamento
Os títulos da Raízen S.A (BOV:RAIZ4), uma joint venture focada na produção de açúcar e etanol controlada pela Shell e pela Cosan (BOV:CSAN3), enfrentaram uma desvalorização significativa de quase 19% na última semana. Essa queda reflete as crescentes preocupações dos investidores em relação ao elevado nível de endividamento das empresas brasileiras. Os títulos, que totalizam US$ 1 bilhão e têm vencimento previsto para 2035, atingiram mínimas históricas. No entanto, nesta terça-feira, 14 de outubro, houve uma recuperação parcial das perdas, com os títulos aumentando cerca de 4 centavos por dólar, resultando em um rendimento próximo a 9%.
Fatores Contribuintes para a Desvalorização
A desvalorização dos títulos da Raízen ocorre em um cenário de custos crescentes, somados a safras ruins para a empresa. Além disso, o foco em etanol de biomassa e combustíveis de aviação sustentável ainda não se traduziu em retornos financeiros. A inquietação entre os investidores foi intensificada pelo histórico recente de quedas em títulos corporativos brasileiros, como os da Ambipar (BOV:AMBP3) e da Braskem (BOV:BRKM5), promovendo um estado de cautela no mercado de crédito nacional.
Situação Financeira da Raízen
Entre abril e junho deste ano, a Raízen reportou um consumo de R$ 7 bilhões em caixa e uma elevação de 56% na comparação anual de sua dívida líquida, que totalizou R$ 49,2 bilhões. O custo do serviço da dívida alcançou R$ 1,62 bilhão, representando 86% do lucro antes de juros e impostos da companhia. Em um comunicado divulgado na sexta-feira, 10 de outubro, a Raízen afirmou que não possui planos para reestruturar sua dívida, destacando sua "posição de caixa robusta" de R$ 15,7 bilhões e acesso a US$ 1 bilhão em linhas de crédito rotativo. A empresa também mencionou que negociações para fortalecimento de capital estão em andamento.
Desempenho das Ações na Bolsa de Valores
No pregão de 14 de outubro, as ações RAIZ4 valorizaram-se em 3,53%, sendo negociadas a R$ 0,88, com valores de abertura a R$ 0,85 e mínima do dia em R$ 0,84. Essa movimentação sugere uma tentativa do mercado de capitalizar sobre a recente desvalorização, mesmo diante da preocupação abrangente com o nível de endividamento da empresa. Os investidores devem monitorar com atenção a evolução da liquidez e os possíveis impactos futuros no balanço da companhia.
A Raízen S.A no Mercado
A Raízen S.A se destaca como uma das maiores produtoras de açúcar, etanol e biocombustíveis no Brasil. A empresa, que também se empenha na comercialização de combustíveis e energia, é controlada pela Shell e pela Cosan. No setor de energia renovável e agroindustrial, a empresa enfrenta competição de empresas como a Petrobras Biocombustível e a Biosev.
Considerações Finais
Para os investidores que estão atentos às oportunidades e riscos associados ao setor de biocombustíveis na bolsa de valores, acompanhar os desenvolvimentos da Raízen (RAIZ4) é de suma importância. A dinâmica envolvendo a dívida da companhia e sua performance no mercado deverá ser observada com cautela por aqueles que buscam participar desse segmento econômico em crescimento.
Fonte: br.-.com