Tarifas e Relações Comerciais
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou neste domingo, 19 de setembro, que pode reduzir as tarifas impostas à China, ressaltando que o país asiático precisará "fazer coisas para nós também". Em uma postura enfática, o republicano havia aumentado as tarifas sobre produtos chineses em 100% no início deste mês, acumulando-se às tarifas já vigentes de 30%.
Retomada dos Embarques de Soja
Um dos tópicos abordados por Trump foi a necessidade de retomar os embarques de soja produzida nos Estados Unidos. Ele destacou a importância de que os níveis de exportação alcancem "pelo menos" os patamares anteriores e expressou sua crença de que a China irá chegar a um acordo sobre a compra dos grãos.
O Papel da China na Importação de Grãos
A China se destaca como o maior comprador de grãos do mundo, com parte significativa dessa demanda sendo atendida por produtores norte-americanos. No entanto, a guerra comercial iniciada por Trump no primeiro semestre alterou esse panorama, oferecendo oportunidades para que o Brasil se beneficiasse dessa mudança.
Impactos do Boicote Chinês
No início de outubro, um relatório da American Farm Bureau Federation, uma organização agrícola com mais de 100 anos de história e representação de 6 milhões de agricultores norte-americanos, alertou para os impactos do "boicote" chinês. O estudo apontou que o volume de soja embarcado dos Estados Unidos para a China caiu quase 78% entre janeiro e agosto de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Participação da China nas Exportações de Soja
No ano passado, a China foi responsável pela compra de quase metade das exportações de soja dos Estados Unidos. De acordo com o relatório, durante os meses de junho, julho e agosto, os EUA praticamente não enviaram soja para o país asiático, que não adquiriu nenhum grão da nova safra para o próximo ano comercial. O documento, assinado pela economista Faith Parum, ressalta que, embora a China tenha diminuído suas compras dos Estados Unidos, não deixou de importar soja, apenas substituiu os grãos americanos por produtos de outros países.
Mudanças nas Fontes de Suprimento
O relatório sublinha que, mesmo com os agricultores norte-americanos apresentando safras a preços competitivos, a China tem reduzido sua dependência dos Estados Unidos. O país asiático está se voltando para o Brasil, a Argentina e outros fornecedores. Segundo o documento, as importações de soja pela China não estão em decline; na verdade, elas atingiram níveis recordes, embora a maior parte dessa demanda esteja sendo atendida por concorrentes.
Considerações Finais sobre o Mercado de Soja
A adaptação da China ao novo cenário comercial indica uma mudança significativa nas suas fontes de suprimento, com impacto tanto no mercado norte-americano quanto nas dinâmicas de comércio internacional. A guerra comercial entre Estados Unidos e China continua a moldar as relações comerciais e as estratégias de exportação de grãos entre esses países e outros grandes fornecedores no setor agrícola.
Com informações da Reuters
Fonte: www.cnnbrasil.com.br