Situação de Jimmy Kimmel na ABC
A continuidade do programa de Jimmy Kimmel na ABC permanece incerta, uma vez que as negociações com a Disney estão em andamento, segundo reportagens recentes. O apresentador de programas noturnos está em discussões com executivos da Disney e da ABC sobre as condições para o retorno de seu famoso programa, "Jimmy Kimmel Live!", ao ar.
Suspensão do Programa
Após uma declaração feita por Kimmel, o programa foi retirado do ar "indefinidamente". A afirmação de Kimmel relacionou o suposto assassino do ativista conservador Charlie Kirk ao movimento "Make America Great Again" do ex-presidente Donald Trump. Kimmel comentou que "a gangue MAGA tenta desesperadamente caracterizar esse garoto que assassinou Charlie Kirk como qualquer outra coisa que não seja parte deles, fazendo tudo ao seu alcance para obter vantagens políticas com isso". Ele também mencionou que, "entre as acusações mútuas, houve luto".
Pressão da Comissão Federal de Comunicações
A suspensão do programa ocorreu sob considerável pressão do presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC), Brendan Carr. Carr declarou que a piada de Kimmel parecia "enganar" o público americano sobre os fatos envolvendo o assassinato do ativista conservador e sugeriu a possibilidade de revogar a licença de transmissão da ABC.
Em uma entrevista no programa "Squawk on the Street" da CNBC, Carr afirmou que a FCC "ainda não terminou" com as mudanças na paisagem da mídia. Carr, que foi nomeado para a presidência da FCC por Trump, assumiu o cargo em janeiro. Além disso, Trump também sugeriu que o governo federal irá revogar as licenças das redes de televisão que se opõem a ele.
Reação de Redes de Televisão
O grupo Nexstar Media, o maior grupo de transmissão de televisão local dos Estados Unidos, informou que suas estações afiliadas à ABC suspenderiam a exibição do programa de Kimmel "por um futuro previsível", após os comentários do apresentador. O Sinclair Broadcast Group, outro proprietário de emissoras de televisão, também decidiu seguir o mesmo caminho.
Morte de Charlie Kirk
Charlie Kirk foi assassinado em 10 de setembro enquanto falava em um campus universitário em Utah. Sua influência entre os jovens conservadores ajudou Trump a garantir a presidência, o que fez com que o ativista conservador fosse bem visto pelo ex-presidente.
Críticas e Apoio à Suspensão
A ABC e a Disney enfrentaram forte retaliação pública em consequência do ocorrido. Comentadores conservadores que criticaram as declarações de Kimmel consideraram a suspensão uma demonstração da "cultura de consequências", enquanto liberais afirmaram que os republicanos estavam praticando a "cultura do cancelamento" que afirmam desprezar.
Diversos apoiadores do apresentador se manifestaram contra sua suspensão. Na última sexta-feira, o ex-CEO da Disney, Michael Eisner, expressou seu apoio a Kimmel em uma postagem em rede social, questionando a falta de liderança e afirmando que Kimmel é "muito talentoso e engraçado".
A deputada Alexandria Ocasio-Cortez, de Nova York, também se posicionou a favor da reintegração de Kimmel, afirmando em uma plataforma social que a Disney/ABC tem a responsabilidade de se recusar a participar de corrupção.
Protestos e Incidentes Relacionados
A suspensão de Kimmel gerou manifestações. Na quinta-feira, centenas de pessoas em Burbank, Califórnia, participaram de um protesto organizado pela Writers Guild of America e pelo grupo Burbank Against ICE, segurando cartazes com mensagens como "Defender a Liberdade de Expressão" e "ABC Se Curva ao Fascismo".
Além disso, na mesma sexta-feira, um homem foi preso após disparos contra a janela de um escritório da afiliada da ABC em Sacramento, Califórnia. A polícia informou que o motivo do incidente continua sob investigação.
Apoio Surpreendente de Senador
O senador republicano Ted Cruz, do Texas, também se uniu aos apoiadores de Kimmel, comparando os comentários do presidente da FCC, Carr, a práticas mafiosas. Cruz afirmou: "Ele diz, ‘Podemos fazer isso do jeito fácil, ou podemos fazer isso do jeito difícil’… isso é puro Goodfellas". Ele destacou que, caso o governo comece a limitar a liberdade de expressão na mídia, isso acabará por prejudicar os conservadores.
— Reportagem de Kevin Breuninger e Dan Mangan, da CNBC.