Aviso da Casa Branca sobre demissões em massa
A Casa Branca notificou as agências federais para que se preparem para demissões em massa caso o Congresso não chegue a um acordo para financiar o governo antes da próxima quarta-feira.
Um comunicado divulgado na quarta-feira pelo Escritório de Gestão e Orçamento (OMB, na sigla em inglês) orientou as agências cujos financiamentos expiram em 1º de outubro a considerar a emissão de avisos de redução de força de trabalho para funcionários, especialmente aqueles que “não estão em conformidade com as prioridades do Presidente” e que não possuem fontes alternativas de financiamento.
Esse alerta aumenta a pressão sobre o Congresso para que chegue a um acordo que evite uma paralisação do governo, uma vez que milhares de empregos de trabalhadores federais podem estar em risco.
Em paralisações anteriores, os trabalhadores federais eram, geralmente, afastados temporariamente até que um acordo orçamentário fosse alcançado. Em 2013, no último ano em que ocorreu uma paralisação total do governo, aproximadamente 850 mil funcionários foram suspensos, conforme informou o Comitê para um Orçamento Federal Responsável.
Impacto do aviso do OMB
No comunicado, o OMB salientou que “programas que não se beneficiaram de uma injeção de apropriações obrigatórias sofrerão as consequências de uma paralisação”. Essa informação foi inicialmente reportada pelo Politico, e a CNBC teve acesso ao documento de forma separada.
O aviso representa mais uma tentativa de pressionar os democratas no Congresso a chegarem a um acordo com os republicanos para evitar a paralisação.
“Continuamos esperançoso de que os democratas no Congresso não provocaram uma paralisação e que os passos mencionados acima não serão necessários”, afirmou o comunicado.
No entanto, com apenas alguns dias restantes até a noite de terça-feira, quando o financiamento do governo deve expirar, os legisladores ainda estão longe de um consenso.
Os democratas mantêm firme a exigência de que qualquer legislação inclua uma extensão dos créditos fiscais melhorados do Ato de Cuidados Acessíveis, que atualmente estão programados para expirar no final do ano.
No início deste mês, a Câmara dos Representantes aprovou uma medida provisória de gastos que financiaria o governo até 21 de novembro. Contudo, os democratas no Senado bloquearam essa medida.
Reações dos líderes democratas
Os democratas rapidamente condenaram o comunicado do OMB. O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, de Nova York, classificou-o como “uma tentativa de intimidação”.
“Donald Trump tem demitido trabalhadores federais desde o primeiro dia — não para governar, mas para assustar”, comentou Schumer. “Isso não é novidade e não tem relação com o financiamento do governo”, afirmou.
O líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, acusou Trump e os “extremistas MAGA” de “planejarem demissões em massa de trabalhadores federais a partir de 1º de outubro”. Jeffries, também de Nova York, fez uma postagem no X criticando o diretor do OMB, Russell Vought.
“Escute, Russ, você é um político maligno. Não seremos intimidados pela sua ameaça de realizar demissões em massa”, escreveu Jeffries. “Desapareça”.
Em outra postagem, ele disse: “O objetivo deles é arruinar sua vida e punir famílias trabalhadoras que já estão lutando com as tarifas de Trump e a inflação”.
Jeffries ainda acrescentou: “Lembre-se em novembro”, referindo-se às eleições de meio de mandato do próximo ano, quando todas as cadeiras da Câmara estarão em disputa.
Fonte: www.cnbc.com