Reunião entre Estados Unidos e Argentina
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está agendado para se reunir com seu colega argentino, Javier Milei, em duas semanas. A informação foi divulgada pela Argentina nesta terça-feira, 30 de outubro, enquanto Milei busca uma linha de swap de crédito dos Estados Unidos. Esta iniciativa tem gerado desconforto entre alguns membros do Partido Republicano, já que o país sul-americano vendeu bilhões de dólares em soja para a China.
Data e Local da Reunião
Os dois líderes se encontrarão na Casa Branca no dia 14 de outubro. A data coincide com a semana em que o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) se reunirão em Washington.
Objetivos da Reunião
O Ministério das Relações Exteriores da Argentina descreveu a reunião como "uma nova oportunidade para continuar a fortalecer a parceria estratégica entre os dois países".
Negociações de Swap
Na semana passada, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, anunciou que estavam em andamento negociações para uma linha de swap no valor de US$ 20 bilhões com o banco central da Argentina. Esse acordo proporcionaria acesso a dólares que são considerados essenciais no atual cenário econômico do país.
Flutuações no Mercado
Após o anúncio das negociações por Bessent, os preços dos títulos argentinos denominados em dólares, assim como o valor do peso argentino, experimentaram uma alta. Contudo, esses valores caíram novamente devido à falta de clareza sobre o suporte prometido pelos EUA.
Austeridade e Preocupações Econômicas
As medidas de austeridade implementadas por Milei, que seguem uma abordagem libertária, têm ajudado a lidar com problemas de solvência acumulados ao longo de décadas. Entretanto, ainda persistem preocupações em relação a uma possível crise de liquidez. Analistas alertam que as eleições de meio de mandato, marcadas para outubro, podem comprometer os avanços já conquistados.
Reações Internas aos Acordos
A busca por apoio dos Estados Unidos tem gerado protestos entre o círculo próximo a Trump. Recentemente, a agência de notícias Associated Press divulgou uma imagem de Bessent lendo uma mensagem de texto que supostamente foi enviada pela secretária de Agricultura, Brooke Rollins. A mensagem classificava o acordo como infeliz.
Críticas ao Acordo
Na mensagem, um contato identificado como "BR" mencionou: "Nós socorremos a Argentina… e, em troca, os (argentinos) removeram suas tarifas de exportação de grãos, reduzindo seu preço, e venderam um monte de soja para a China, em um momento em que normalmente estaríamos vendendo para a China".
Respostas à Mensagem
Tanto Bessent quanto Rollins não comentaram publicamente sobre a troca de mensagens, e os gabinetes deles não forneceram resposta imediata a um pedido de comentário da Reuters.
Suspensão de Impostos sobre Exportações
No intuito de garantir uma entrada de moeda estrangeira e estabilizar o mercado financeiro antes das eleições de meio de mandato, o governo argentino decidiu suspender temporariamente os impostos de exportação de grãos na semana passada. Essa medida levou a um recorde de US$ 7 bilhões em vendas em poucos dias.
Destino das Exportações
A maior parte das cargas, particularmente de soja, está prevista para ser enviada à China, segundo informações de comerciantes do setor.
Impacto no Mercado Agrícola dos EUA
Esses negócios representam um desafio para os agricultores americanos, que estão perdendo bilhões de dólares em vendas no auge de sua principal temporada de comercialização. Isso ocorre em meio a negociações comerciais não resolvidas entre Washington e Pequim, que estão interferindo nas exportações, permitindo que fornecedores sul-americanos ganhem espaço no mercado.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br