Produção recorde e expectativas impulsionam ações da Vale
Desempenho das ações da Vale na B3
Na quarta-feira, 29 de outubro, as ações da Vale (BOV:VALE3) e (NYSE:VALE) destacaram-se no mercado em meio a um clima de otimismo em relação ao minério de ferro. Os papéis fecharam em alta na B3, encerrando a sessão cotados a R$ 63,40, o que representa uma valorização de 1,93%. Durante o pregão, o volume de negociações foi expressivo, com 30,8 milhões de ações transacionadas, superando a abertura em R$ 62,82 e testando uma máxima de R$ 63,69, antes de alcançar uma mínima de R$ 62,71. Essa performance positiva se alinhou com a tendência de alta do índice Ibovespa, onde a Vale continua sendo um ativo de grande peso, respondendo por cerca de 10% do índice e atraindo a atenção de investidores locais interessados em commodities.
Atuação da Vale nos mercados internacionais
No cenário internacional, a American Depositary Receipts (ADR) da Vale na NYSE acompanhou o movimento positivo do mercado doméstico, com uma alta de 3,47%, alcançando US$ 12,0231. O volume de negócios foi robusto, totalizando 48,9 milhões de ADRs, começando com uma abertura a US$ 11,86 e apresentando oscilações que variaram entre uma máxima de US$ 11,94 e uma mínima de US$ 11,745. Esse desempenho superior à B3 evidenciou um interesse crescente de investidores estrangeiros por ativos emergentes, especialmente em um dia em que o S&P 500 também atingiu novos patamares, impulsionado pelo setor tecnológico, refletindo um spillover positivo para os materiais básicos, motivado pela recuperação contínua do minério.
Cenário do mercado de minério de ferro
A correlação entre os preços do minério de ferro e as ações da Vale tornou-se evidente na quarta-feira, com a commodity apresentando ganhos que sustentaram a valorização dos papéis da mineradora. O contrato de referência para minério com 62% de teor de ferro em Singapura fechou em US$ 106,45 por tonelada, com uma alta de 0,7%. Em Dalian, o contrato para janeiro de 2026 subiu 1,96%, atingindo 804,5 iuanes (equivalente a cerca de US$ 113,32). Esses resultados, marcando o terceiro dia consecutivo de altas, foram impulsionados pelo otimismo quanto a um potencial acordo comercial entre os EUA e a China, assim como pela firme demanda por aço no país asiático, o maior importador global. Apesar da volatilidade nos preços, que se mantêm em torno de US$ 105 a US$ 113, a tendência positiva está ajudando a Vale a superar a média do setor, reforçando sua posição como a maior produtora de pelotas e minério fino.
Relatório de produção e suas implicações
Um ponto alto no dia foram os resultados do relatório de produção do terceiro trimestre de 2025, que revelou a extração de 94,4 milhões de toneladas de minério de ferro, o maior volume desde 2018. Esse resultado representa um crescimento de 5,5% em relação ao segundo trimestre de 2025, e reflete um foco em eficiência operacional nas minas de Carajás e Itabira. Esse recorde é resultado do aumento gradual em projetos como Vargem Grande e da redução de custos, que caiu 8% devido à otimização logística, reacendendo as expectativas em torno de margens de EBITDA superiores a 50%. No entanto, a atenção dos investidores deve ser dada à próxima reunião da liderança chinesa, que pode anunciar estímulos fiscais voltados para infraestrutura, mas também advertir sobre a rentabilidade das siderúrgicas locais, o que pode limitar a euforia do mercado.
Aspectos de sustentabilidade e negócios internacionais
A Vale também avançou em sua agenda de sustentabilidade, explorando rotas para descarbonizar o processo de mineração no Brasil em eventos globais, alinhando-se à transição energética e atraindo fundos focados em ESG (Ambiental, Social e Governança). Além disso, a companhia está em negociações com a Ma’aden, da Arábia Saudita, para um investimento de R$ 8 bilhões em pesquisa mineral no Brasil, uma iniciativa anunciada pelo governo federal, que pode diversificar as fontes de receita além do minério. Contudo, a controvérsia em torno de barragens, especialmente após as tragédias como a de Brumadinho, continua sendo uma questão sensível. As auditorias ambientais estão pressionando os custos, mas a empresa reportou zero incidentes graves no terceiro trimestre, o que tranquilizou investidores preocupados com riscos regulatórios.
Desempenho em comparação com outras mineradoras
Ao comparar o desempenho da Vale com seus pares globais no setor de mineração, a mineradora brasileira se destacou ao superar a maioria de seus concorrentes em ganhos, embora tenha ficado atrás de algumas líderes australianas. A BHP (NYSE:BHP) e (ASX:BHP) avançou 1,31% para US$ 57,8775 na NYSE e 2,82% para AU$ 2,227 na ASX, beneficiada por sua diversificação em cobre e potássio, além de um yield de dividendos de 5,2%. A Rio Tinto (NYSE:RIO) e (LSE:RIO) apresentou uma performance ainda mais expressiva, subindo 0,31% para US$ 72,21 na NYSE e 2,55% para £ 5,546 na LSE, impulsionada por projetos em lítio e alumínio que mitigar a dependência de minério de ferro. Por outro lado, a Cleveland-Cliffs (NYSE:CLF), que apresenta maior exposição ao setor de aço nos EUA, sofreu uma queda de 9,58%, encerrando o dia a US$ 12,74, penalizada por tarifas comerciais e margens apertadas.
Outras mineradoras e suas performances
A ArcelorMittal (NYSE:MT) e (Euronext:MT), uma gigante integrada de minério e aço, teve um desempenho negativo, caindo 3,51% para US$ 38,3746 na NYSE e 1,61% para € 33,61 na Euronext, impactada por custos energéticos elevados na Europa e fraqueza na demanda do setor automotivo. Já no Brasil, a CSN Mineração (BOV:CMIN3) teve uma leve valorização de 0,67%, fechando a R$ 6,00, seguindo a tendência da Vale, mas com um volume de negociações menor. Dessa forma, a Vale teve um desempenho superior ao da ArcelorMittal e da Cleveland-Cliffs, as quais encararam desafios relacionados ao excesso de oferta e questões geopolíticas, mas não conseguiu superar a Rio Tinto, que se beneficia de uma estratégia em metais críticos para veículos elétricos, posicionando-se à frente na transição energética.
Resumo do pregão e expectativas futuras
- Produção Record no 3T: 94,4 milhões de toneladas de minério, +5,5% em comparação ao 2T, impulsionando as margens.
- Minério em Alta: +0,7% em Singapura (US$ 106,45 por tonelada), +1,96% em Dalian (US$ 113,32 por tonelada), favorecidos pelo otimismo nas relações comerciais entre China e EUA.
- Sustentabilidade: Iniciativas de descarbonização e uma parceria com a Ma’aden para R$ 8 bilhões em pesquisa.
- Reunião Chinesa: Potenciais estímulos para o setor de aço, mas o alerta sobre a rentabilidade das usinas restringe o otimismo.
- Custos Logísticos: Redução de 8% que favorece EBITDA superior a 50%.
Para aqueles investidores atentos ao ciclo de commodities, a Vale reafirma seu apelo como uma proteção contra a inflação e uma opção de valor no mercado de minério, especialmente com yields projetados entre 8% e 10% para 2025. O próximo catalisador será o balanço do terceiro trimestre, agendado para 30 de outubro, que pode confirmar a orientação de produção anual entre 320 e 340 milhões de toneladas.
Análise Técnica da Vale – VALE3
Após o pregão de quarta-feira, 29 de outubro, as ações da Vale (BOV:VALE3) foram encerradas cotadas a R$ 63,40, com uma alta significativa de 1,93%, se aproximando da resistência técnica estabelecida em R$ 63,99. Durante o pregão, os papéis variaram entre R$ 62,71 e R$ 63,69, com um forte volume financeiro, totalizando R$ 1,95 bilhão, muito acima da média dos últimos três meses. A análise técnica demonstra uma predominância de indicadores de alta, com seis dos treze indicadores sinalizando uma posição de compra, incluindo as médias móveis de 5 e 21 períodos, bem como os indicadores HILO e Parabólico SAR. Contudo, o rompimento da banda superior de Bollinger e a leitura de um Índice de Força Relativa (IFR) sobrecomprado indicam a necessidade de cautela quanto a uma possível reversão de curto prazo.
A tendência de alta é reforçada pelo Trix em ascensão e pelo Índice de Canal de Commodities (CCI) acima de 100, embora este último também indique risco de uma correção. O ativo tem apresentado uma sequência de formações de candlestick com viés de baixa nas últimas semanas, como as formatações de Harami de Baixa e Engolfo de Baixa, reforçando a necessidade de atenção redobrada. Um rompimento acima da resistência de R$ 63,99 pode abrir espaço para novos alvos em R$ 65,35 e R$ 65,66, enquanto a perda do suporte em R$ 61,33 pode levar a um teste em R$ 59,80 e R$ 59,22.
Possíveis estratégias de trade com VALE3 para quinta-feira (30/10)
Para o pregão de quinta-feira, 30 de outubro, os traders devem monitorar de perto o comportamento da VALE3 em relação à resistência localizada em R$ 63,99. Um rompimento com um volume superior à média pode configurar uma oportunidade de entrada compradora, com metas estabelecidas em R$ 65,35 e R$ 65,66, recomendando-se um stop abaixo de R$ 62,71. A tendência de alta é sustentada por vários indicadores, mas o IFR sobrecomprado e o rompimento da banda de Bollinger sugerem cautela quanto a possíveis realizações.
Na eventualidade de que o ativo não consiga romper a resistência e comece a perder o suporte em R$ 61,33, estratégias de venda podem passar a ser consideradas, com alvos em R$ 59,80 e R$ 59,22. A recomendação é o uso de stops curtos, dado o cenário técnico misto e a presença recente de padrões de reversão baixista. O elevado volume de negócios e o fechamento próximo da máxima do dia sugerem um interesse comprador forte, mas o mercado pode buscar um equilíbrio antes de definir a nova direção.
Aviso ao Investidor! A análise técnica contida neste artigo tem como propósito único fornecer informações e educação, com base em dados obtidos da ferramenta Scanner -. Não se trata de uma recomendação ou oferta de compra ou venda de qualquer ativo financeiro. Os investimentos envolvem riscos e as decisões devem ser tomadas tomando em consideração uma análise pessoal ou após consulta a profissionais financeiros qualificados. A – e os autores não se responsabilizam por perdas, danos (diretos, indiretos ou incidentais), custos ou lucros cessantes decorrentes do uso dessas informações. O desempenho passado não garante resultados futuros. É aconselhável que se invista com cautela e responsabilidade.
Fonte: br.-.com