Destaques do Mercado: Vale, Americanas, MRV e Outras Empresas
Na quarta-feira, 13 de setembro de 2025, diversas empresas se destacaram no cenário corporativo brasileiro, trazendo novidades cruciais para investidores e analistas do mercado. Entre elas, o fim do processo de recuperação judicial da Samarco, a divulgação dos balanços financeiros de Americanas e MRV&Co, e novos desdobramentos em empresas como Petrobras, Bradespar, Porto Seguro e Oi.
Encerramento da Recuperação Judicial da Samarco
Vale (VALE3) e o Futuro da Samarco
A Samarco, joint venture entre a Vale e a BHP, conseguiu a aprovação judicial para finalizar seu processo de recuperação judicial, um desdobramento significativo para o futuro da empresa. O processo de recuperação envolveu a reestruturação de passivos que superaram a marca de R$ 50 bilhões, afetando cerca de 10 mil credores.
Esse processo teve início em função do rompimento da barragem em Mariana, Minas Gerais, em novembro de 2015, que causou um desastre ambiental e a paralisação das operações da mineradora. A decisão do juiz da 2ª Vara Empresarial de Belo Horizonte foi respaldada por um parecer positivo do Ministério Público, que assessora que a recuperação judicial atingiu suas metas e objetivos, permitindo à empresa recomeçar suas atividades e garantir sua função social.
Resultados Financeiros da Americanas
Prejuízo Reduzido no 2T25
A Americanas apresentou um prejuízo líquido de R$ 98 milhões no segundo trimestre de 2025, o que representa uma queda de 94,7% em comparação com o prejuízo de R$ 1,86 bilhão do mesmo período do ano anterior. Essa significativa redução no prejuízo é um indicativo de que a empresa está se recuperando de crises passadas.
O Gross Merchandise Volume (GMV) totalizou R$ 5,2 bilhões, com um crescimento de 15,6% em relação ao ano anterior. O GMV do segmento físico subiu 35,7%, atingindo R$ 4,35 bilhões, enquanto o GMV digital enfrentou uma queda expressiva de 68,7%, totalizando R$ 213 milhões. O segmento “outros” também apresentou crescimento, aumentando 4,0% e atingindo R$ 634 milhões.
A receita líquida da Americanas alcançou R$ 3,84 bilhões, um aumento de 24,7% no ano. O Ebitda ajustado teve um crescimento impressionante de 1.216%, chegando a R$ 329 milhões, revertendo o resultado negativo do ano anterior. Após ajustes relacionados ao IFRS 16, o Ebitda ajustado foi de R$ 94 milhões positivos.
O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 38 milhões, uma melhoria significativa em relação ao prejuízo de R$ 1,55 bilhão registrado no mesmo trimestre anterior.
Resultados da MRV&Co
Prejuízo Ajustado e Foco na Reestruturação
O grupo MRV&Co anunciou um prejuízo líquido ajustado de R$ 774,7 milhões no segundo trimestre, revertendo o lucro de R$ 29,4 milhões do mesmo período de 2024. O resultado negativo foi fortemente influenciado pelas operações de sua subsidiária norte-americana, a Resia.
A receita operacional líquida totalizou R$ 2,7 bilhões, um crescimento de 18% em comparação com o segundo trimestre do ano passado. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo segmento de incorporação da MRV&Co, que inclui marcas como MRV e Sensia.
A Resia, que está em processo de reestruturação, reportou um prejuízo líquido ajustado de R$ 886,9 milhões nos três meses encerrados em junho. Esse resultado inclui perdas contábeis estimadas, resultantes da venda antecipada de ativos, que englobam aproximadamente US$ 144 milhões, que incluem perdas em terrenos e desinvestimentos em projetos considerados de "safra legado", ou seja, ativos que devem ser vendidos abaixo do custo.
Petrobras e a Bacia da Foz do Amazonas
Novos Passos para Perfuração
A Petrobras, representada por sua diretora-executiva de Exploração e Produção, Sylvia Anjos, anunciou que a data para a execução de um simulado na Bacia da Foz do Rio Amazonas foi estabelecida, com a divulgação oficial a cargo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Essa simulação é um passo importante no processo de licenciamento para a perfuração de um poço exploratório na área. A Bacia da Foz do Amazonas é vista como uma região com grande potencial para descoberta de novas reservas de petróleo; no entanto, também traz desafios significativos em termos socioambientais.
Resultados da Bradespar
Lucro e Queda de Receita
A Bradespar reportou um lucro líquido de R$ 450 milhões no segundo trimestre de 2025, apresentando uma queda de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior. Durante o segundo trimestre, a holding conseguiu uma receita operacional de R$ 434,7 milhões, que representou um recuo de 17,2% em comparação anual. Essa diminuição foi atribuída à equivalência patrimonial e aos juros sobre capital próprio da mineradora.
O resultado financeiro da Bradespar alcançou R$ 30,1 milhões, resultado de aplicações financeiras e ações relacionadas a impostos recuperáveis. A holding enfatizou a manutenção de uma posição líquida de caixa, uma vez que todo o seu endividamento financeiro foi quitado em exercícios anteriores.
Porto Seguro e seus Resultados
Crescimento Consistente no Lucro
A Porto Seguro anunciou um lucro líquido de R$ 878,1 milhões no segundo trimestre de 2025, um crescimento impressionante de 50,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior. As expectativas do mercado estavam em torno de R$ 817,2 milhões, conforme reportado por dados da LSEG.
A empresa alcançou uma receita total ao redor de R$ 10 bilhões entre abril e junho, o que representa um crescimento anual de 12%. O resultado financeiro positivo foi expressivo, somando R$ 376 milhões, mais do que o dobro dos R$ 170 milhões obtidos um ano antes. Entretanto, perdas com crédito durante o período totalizaram R$ 520 milhões, um aumento de 20% em relação ao ano anterior.
Desdobramentos da Oi (OIBR3)
Redução de Participação na V.tal
A Oi, que se encontra em recuperação judicial, anunciou uma queda significativa em sua participação acionária na V.tal, a empresa de soluções de infraestrutura digital neutra, reduzindo sua participação para cerca de 27,26%. Essa mudança ocorreu no contexto da venda da ClientCo, que pertencia à Oi, resultando na emissão de novas ações gerais pela V.tal.
A V.tal havia adquirido a ClientCo por R$ 5,71 bilhões em março do mesmo ano e, com a nova emissão, a participação da Oi e suas afiliadas passou a ser de 27,26%.
Light (LIGT3) e Seus Resultados
Prejuízo Estável em Cenário Desafiador
A Light, uma empresa atuante no setor de energia, registrou um prejuízo de R$ 51 milhões no segundo trimestre de 2025, mantendo-se estável em comparação com o ano anterior. A companhia, que também se encontra em recuperação judicial, anunciou uma receita líquida de R$ 3,1 bilhões, registrando uma queda de 10% em relação ao ano anterior.
Esse resultado foi atribuído à diminuição das temperaturas e à migração de clientes do mercado cativo para o mercado livre de energia. O Ebitda ajustado da empresa ficou em R$ 203 milhões no 2T25, uma diminuição de 67% em relação ao ano anterior, o que reflete o impacto nas receitas.
Desempenho da Simpar
Prejuízo e Ebitda Recorde
A Simpar, holding que controla empresas como JSL, Movida, Vamos e Automob, anunciou um prejuízo líquido de R$ 42,9 milhões no segundo trimestre, em contraste com o lucro de R$ 158,8 milhões reportado um ano antes. A companhia atribuiu essa perda à pressão do cenário econômico, caracterizado pela alta das taxas de juros no Brasil e aumento no endividamento.
Apesar do prejuízo, a Simpar apresentou um resultado operacional altamente positivo, com um Ebitda quase alcançando R$ 3 bilhões, marcando um recorde e um crescimento de 12,5% em relação ao ano anterior. A receita líquida totalizou R$ 10,6 bilhões, um aumento de 2,9% ano a ano.
Resultados da CVC
Prejuízo em Crescimento
A CVC anunciou um prejuízo líquido de R$ 46,4 milhões no segundo trimestre de 2025, o que corresponde a um aumento de 109,4% em comparação com o mesmo período do ano passado. Essa elevação nos prejuízos ocorreu mesmo que a empresa tenha registrado um crescimento na receita líquida, com faturamento subindo em 10% no ano, totalizando R$ 348,2 milhões.
Segundo a análise da empresa, o aumento do prejuízo é um reflexo da forte performance comercial registrada tanto no Brasil quanto na Argentina, atribuído às evoluções que foram implementadas desde a nova administração, como a abertura de novas lojas e a integração entre vendas físicas e digitais.
Esse período traz à tona muitos desafios e oportunidades para as empresas brasileiras. Investidores e analistas devem acompanhar as movimentações e resultados do mercado, já que cada um desses fatores pode afetar investimentos substanciais e a dinâmica econômica do país.