Encontro entre Xi Jinping e Donald Trump
No dia 30 de outubro de 2025, o presidente da China, Xi Jinping, se encontrou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Coreia do Sul, antecedendo a Reunião de Líderes Econômicos da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC).
Acordo sobre tarifas e apoio ao comércio livre
Um dia após alcançar um acordo para a redução das tarifas dos EUA, o presidente Xi Jinping fez um apelo para que os países da região Ásia-Pacífico apoiassem o comércio livre e mantivessem a estabilidade nas cadeias de suprimento. "Quanto mais turbulentos os tempos, mais precisamos trabalhar juntos", afirmou Xi, conforme divulgado pela mídia estatal chinesa na sexta-feira, com tradução pela CNBC. Ele estava discursando na primeira sessão da reunião de Líderes Econômicos da APEC, que acontece até sábado.
Xi chegou à Coreia do Sul na quinta-feira e teve sua primeira reunião com Donald Trump desde 2019.
Concessões tarifárias entre EUA e China
Os Estados Unidos e a China concordaram em conceder renúncias de um ano em relação a tarifas, controles de exportação e outros pontos, marcando um relativo afrouxamento nas relações que foram impactadas por medidas comerciais recíprocas. Os EUA cortaram as tarifas sobre produtos chineses em 10 pontos percentuais, enquanto Pequim concordou em permitir a exportação de terras raras, que são criticamente necessárias.
Trump retornou aos Estados Unidos na quinta-feira, enquanto Xi permaneceu para participar da cúpula. Durante seu discurso, o líder chinês reiterou a sua perspectiva de que o mundo está passando por mudanças sem precedentes em um século, e enfatizou como Pequim está oferecendo oportunidades globais diante da crescente instabilidade e incertezas na região Ásia-Pacífico.
Sugestões para cooperação na APEC
Embora não tenha mencionado diretamente os Estados Unidos ou as tarifas em seu discurso, Xi apresentou cinco sugestões para a cooperação na cúpula da APEC:
- Proteger o sistema de comércio multilateral.
- Criar um ambiente econômico aberto.
- Manter a estabilidade das cadeias de suprimento.
- Promover o comércio verde e digital.
- Fomentar o desenvolvimento inclusivo.
Ele destacou a necessidade de que os países unam esforços e "ampliem" as cadeias de suprimento, ao invés de se desconectarem uns dos outros.
Essa proposta pode contrastar com a ênfase dos EUA em trazer de volta a manufatura para o país, mesmo que Xi tenha destacado em sua reunião com Trump que "o desenvolvimento e a revitalização da China vão de mãos dadas com a visão do Presidente Trump de ‘Fazer a América Grande Novamente’".
Evolução das fábricas chinesas
Nos últimos vinte anos, as empresas chinesas têm intensificado a produção, fazendo com que o país responda por aproximadamente 27% da produção líquida global de manufaturas. À medida que os custos trabalhistas e as tarifas aumentaram, as fábricas chinesas se espalharam pela região Ásia-Pacífico, acompanhado do crescimento da demanda local.
Tarifas e políticas de incentivo à fabricação nos EUA
Trump tem buscado utilizar tarifas e outras políticas para incentivar as empresas a trazerem suas fábricas de volta para os Estados Unidos. As novas tarifas norte-americanas anunciadas este ano também visam reduzir transhipments, ou seja, as exportações de produtos chineses que transitam por outros países antes de chegarem ao destino final.
Desde o início das tensões comerciais com os EUA, que se intensificaram há cerca de sete anos, a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) tornou-se o maior parceiro comercial da China, superando a União Europeia.
Abertura do mercado chinês
Na sexta-feira, Xi afirmou que a China continuará a "abrir" seu mercado para negócios estrangeiros, além de oferecer novas oportunidades para a região Ásia-Pacífico e o mundo. Segundo um relatório do Rhodium Group divulgado na quinta-feira, a Ásia foi o principal destino para investimentos chineses no exterior no terceiro trimestre, seguida pela África e Europa. Durante esse período, empresas chinesas anunciaram investimentos de US$ 15,4 bilhões na Ásia, o maior volume desde o início da pandemia, abrangendo acordos que incluíam centros de dados e materiais para baterias.
Fonte: www.cnbc.com