Produção de Proteínas no Brasil
O Brasil está projetando um novo recorde na produção de proteínas para o ano de 2026, conforme as "Perspectivas para a Agropecuária Safra 2025/26", divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira, dia 18 de outubro. De acordo com essa previsão, o país pode produzir 32,3 milhões de toneladas de carnes bovina, suína e de frango.
Comparativo de Produção
Caso essa projeção se confirme, o volume superará o recorde atual de 32,1 milhões de toneladas que é estimado para o presente ano, estabelecendo um novo marco na série histórica da Conab. A entidade destaca que o positivo resultado é atribuído ao aumento na produção das carnes suína e de frango, que devem totalizar aproximadamente 5,8 milhões de toneladas e 15,9 milhões de toneladas, respectivamente, os maiores volumes já registrados pela estatal.
Reversão de Ciclo na Carne Bovina
Conforme a Conab, as grandes protagonistas desse recorde na produção de proteínas serão as carnes suína e de frango. A carne bovina, que atingiu um recorde em 2024 com a produção de 11 milhões de toneladas, começará um processo de reversão de ciclo. Este processo é caracterizado por uma ligeira retração, resultando em uma produção estimada de 10,9 milhões de toneladas em 2025 e 10,6 milhões de toneladas no ano seguinte. A reversão de ciclo refere-se a um movimento de mercado transitório, oscilando entre a baixa e a alta nos preços, sendo influenciado pela quantidade de fêmeas destinadas ao abate e de bezerros utilizados para reposição.
Efeitos do Tarifaço dos EUA
Gabriel Correa, gerente de Fibras e Alimentos da Conab, comentou sobre as consequências do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Correa observou que a expectativa inicial era de que essa tarifa forçaria os produtos a permanecerem no Brasil. Entretanto, o efeito foi oposto, já que algumas das principais empresas do setor possuem operações nos EUA e puderam importar e armazenar altos volumes antes da implementação da tarifa.
Importância do Mercado Chinês
Correa também enfatizou a relevância do mercado chinês para a exportação da produção nacional. Ele mencionou que a China, que já absorve mais da metade da carne produzida no Brasil, acabou adquirindo boa parte da quota que os Estados Unidos deixaram de importar. Como resultado, o Brasil tem registrado, por dois ou três meses consecutivos, recordes de exportação.
Perspectivas para a Carne de Frango
A demanda internacional e o bom andamento do mercado interno sugerem que a produção de carne de frango permanecerá estável, mesmo após a ocorrência de um caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul, em maio deste ano. A Conab prevê que as exportações de carne de frango continuem crescendo em 2026, com um volume estimado de 5,4 milhões de toneladas.
A Conab informou que, mesmo com o aumento das vendas de carne de frango para o mercado internacional, a disponibilidade interna também deve registrar um incremento no próximo ano, podendo alcançar 10,6 milhões de toneladas. Isso resultará em uma disponibilidade per capita estimada em 51,1 quilos por habitante, assegurando o abastecimento do mercado interno.
Expectativas para a Carne Suína
Uma situação semelhante é esperada para a carne suína. A produção recorde dessa proteína está projetada para permitir um aumento na disponibilidade interna, que deve totalizar 4,3 milhões de toneladas em 2026, além de um novo crescimento nas exportações.
Impulsos ao Desempenho Externo
De acordo com a Conab, o bom desempenho das exportações é impulsionado pela competitividade do produto brasileiro e pela demanda contínua de novos mercados asiáticos, mesmo diante da desaceleração da demanda da China. Os países que se destacam nesse contexto incluem as Filipinas, que superaram a China como maior comprador, além do Japão, Coreia do Sul e Cingapura. Com isso, as vendas externas devem alcançar um novo recorde, superando a marca de 1,5 milhão de toneladas, resultado da manutenção da demanda asiática.
Conclusão sobre a Produção e Exportação
No cenário atual, o robusto desempenho da produção e das exportações de proteínas continua a impactar positivamente os preços das carnes no mercado interno, bem como o fluxo cambial relacionado ao setor agroexportador. Esse desenvolvimento reafirma a posição do Brasil como um protagonista no comércio global de alimentos.
