Recebo até R$ 5 mil: como fica o meu salário?
Conforme a proposta que deve ser implementada em 2026, indivíduos que têm rendimentos mensais de até R$ 5 mil estarão isentos do pagamento de imposto de renda. Atualmente, na declaração do Imposto de Renda (IR) referente ao ano de 2025, a isenção foi limitada às remunerações que não ultrapassam R$ 2.428,80. Para aqueles que recebem entre R$ 2.428,81 e R$ 5 mil, as deduções variaram, com alíquotas que vão de 7,5% a 27,50% do rendimento.
Recebo entre R$ 5 mil a R$ 7.350: como fica o meu salário?
Para os rendimentos que variam entre R$ 5 mil e R$ 7,5 mil, a proposta indica uma redução parcial das contribuições. De acordo com estimativas feitas por Leonardo Roesler, advogado tributarista e sócio do RCA Advogados, um contribuinte que ganha R$ 6 mil teria uma diminuição de aproximadamente R$ 75 na parcela do imposto de renda. Para aqueles com rendimentos mensais de R$ 7,5 mil, a economia totalizaria cerca de R$ 198,75.
O especialista observa que “Esses cálculos são simulações baseadas no texto em tramitação, que ainda pode sofrer ajustes no Senado. Haverá um alívio significativo em relação ao modelo atual, ainda que não se trate de isenção total.” Para remunerações superiores a R$ 7.350, as regras atuais de cobrança do imposto de renda continuam a ser aplicadas.
Tabela da declaração de 2025 | Alíquota | Projeção de tabela com o PL | Alíquota |
Até R$ 2.428,80 | 0% | Até R$ 5 mil | 0% |
De R$ 2.428,81 até R$ 2.826,65 | 7,50% | ||
De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 | 15,00% | ||
De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 | 22,50% | De R$ 5.001 a R$ 7.350 | Novas alíquotas que serão definidas |
Acima de R$ 4.664,68 | 27,50% | Acima de R$ 7.350 | Regra atual |
Com a aprovação da proposta pelos deputados, o texto agora segue para avaliação do Senado Federal e, se aprovado, será sancionado pelo presidente Lula.
Compensação virá dos mais ricos
Para compensar a redução na arrecadação resultante das novas isenções, o texto estabelece um imposto mínimo de IR para os contribuintes que possuem rendimentos acima de R$ 50 mil por mês. De acordo com a proposta, essa alíquota será gradual, tendo um teto máximo de 10%, que será aplicado para aqueles que recebe mais de R$ 100 mil mensais.
Informações disponíveis na Receita Federal indicam que, caso a nova norma entre em vigor em 2026, aproximadamente 141 mil contribuintes estarão sujeitos à nova legislação. A proposta também inclui a tributação fixa de 10% sobre dividendos que excedam os R$ 50 mil mensais por empresa.
Segundo Marco Antônio Ruzene, sócio do Ruzene Sociedade de Advogados, “Essas medidas tendem a compensar a renúncia fiscal. Contudo, dado o escalonamento proposto para a cobrança dos novos tributos, com início apenas em 2026 para dividendos, parte dessa receita compensatória será postergada, podendo gerar um desequilíbrio temporário”.
Fonte: einvestidor.estadao.com.br