Brasil continua sem Nobel, mas relatos de quase laureados deixam sua marca – Estadão e-Investidor.

Brasil continua sem Nobel, mas relatos de quase laureados deixam sua marca – Estadão e-Investidor.

by Ricardo Almeida
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Histórico do Prêmio Nobel e a Ausência Brasileira

Em mais de um século de existência, o Prêmio Nobel continua sendo um território não explorado por brasileiros. Até o momento, nenhum escritor, cientista ou ativista brasileiro recebeu a medalha e o prêmio monetário em cerimônias realizadas em Estocolmo, ou em Oslo, no caso do Nobel da Paz.

Essa situação não significa que o Brasil não tenha chegado perto de conquistar essa honraria. Ao longo da história, houve exemplos de contribuições significativas, nomes cotados para receber a premiação e distinções alternativas que giram em torno da mais prestigiosa premiação do mundo.

Medawar: Nobel Nascido no Brasil, Mas Registrado Como Britânico

Um dos casos mais notáveis é o de Peter Brian Medawar, que foi laureado com o Nobel de Medicina em 1960. Medawar nasceu no Rio de Janeiro, filho de uma mãe britânica e um pai de origem libanesa. Aos 13 anos, ele se mudou para a Inglaterra, onde construiu sua carreira científica.

Medawar, juntamente com Frank Macfarlane Burnet, foi reconhecido pela descoberta da tolerância imunológica adquirida, um avanço que abriu caminho para os transplantes modernos. Embora a Academia Nobel o registre oficialmente como britânico, para muitos brasileiros persiste a dúvida: Medawar pode ou não ser considerado o primeiro Nobel “brasileiro”?

César Lattes: O Gênio Preterido no Nobel

Outro capítulo marcante na história brasileira de ciência e prêmios Nobel é o do físico César Lattes (1924–2005). Ele foi uma figura central na descoberta do píon, uma partícula que comprovou experimentalmente a teoria das forças nucleares proposta por Hideki Yukawa, que recebeu o Nobel de Física em 1949.

Lattes trabalhou ao lado de Giuseppe Occhialini e Cecil Powell, realizando experimentos em grandes altitudes que foram decisivos para a identificação do píon. No entanto, o Nobel de Física de 1950 foi concedido apenas a Powell, o chefe do laboratório em Bristol, excluindo Lattes, que teve um papel essencial na comprovação experimental.

A decisão da premiação gerou debates que ainda persistem atualmente, e no Brasil, o episódio é frequentemente lembrado como uma das grandes injustiças da ciência moderna. Em reconhecimento à sua importância, o CNPq nomeou sua principal plataforma acadêmica em homenagem a Lattes: o Currículo Lattes, um sistema que reúne e divulga a produção científica nacional.

Artur Avila: O “Nobel da Matemática”

No ano de 2014, o Brasil registrou um feito inédito ao ter o carioca Artur Avila Cordeiro de Melo como o primeiro brasileiro a conquistar a Medalha Fields, considerada o prêmio mais prestigioso na área da Matemática e frequentemente equiparado ao Nobel em outras disciplinas.

Naturalizado francês, Avila é especialista em sistemas dinâmicos e possui um histórico de reconhecimentos internacionais, incluindo a Legião de Honra da França. Desde 2018, ele atua como professor na Universidade de Zurique, na Suíça, mantendo fortes vínculos acadêmicos tanto no Brasil quanto na Europa.

A conquista de Avila posicionou o Brasil no cenário da elite científica global em um campo onde o Nobel não atua, a matemática.

Mariangela Hungria: O “Nobel da Agricultura”

O Prêmio Nobel também se tornou uma referência indireta para outras áreas do conhecimento que não foram contempladas pelo prêmio original. Um exemplo disso é o World Food Prize, conhecido como o “Nobel da Agricultura”.

No ano de 2025, a distinção foi concedida à agrônoma e microbiologista Mariangela Hungria, que é pesquisadora da Embrapa. Ela se tornou a primeira brasileira a receber o prêmio, que tem um valor de US$ 500 mil.

Hungria foi reconhecida por sua pesquisa sobre a fixação biológica de nitrogênio, uma tecnologia aplicada em milhões de hectares de cultivo no Brasil, e que contribuiu significativamente para a redução do uso de fertilizantes químicos. O prêmio já homenageou figuras históricas como Norman Borlaug, considerado o “pai da Revolução Verde”.

O Futuro do Nobel Brasileiro

A trajetória do Brasil em relação ao Prêmio Nobel passa por figuras como Medawar, Lattes e Hungria, mas ainda permanece sem um Nobel oficial. Entretanto, essas histórias orbitam a trajetória da premiação e representam um rico legado científico e cultural.

Neste momento, o sonho de conquistar um Prêmio Nobel continua sendo um objetivo almejado, distante, mas não impossível, para os brasileiros.

Fonte: www.moneytimes.com.br

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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