Brasil pode não atingir o prazo para aumentar a mistura de biodiesel em março de 2026, afirma o MME.

Brasil pode não atingir o prazo para aumentar a mistura de biodiesel em março de 2026, afirma o MME.

by Ricardo Almeida
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Atraso na Aumento da Mistura de Biodiesel no Brasil

Possível Postergação do Prazo

A implementação de uma mistura de 16% de biodiesel no diesel, conhecida como B16, prevista para março do próximo ano, pode não ser viável dentro do cronograma estabelecido. A informação foi compartilhada por Marlon Arraes, diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, na última segunda-feira (6).

Arraes apontou que pode não haver tempo suficiente para a realização de todos os estudos técnicos necessários para elevar a mistura, que atualmente está fixada em 15%. Durante um evento promovido pela BiodieselBR, ele destacou: “É possível que a gente não consiga cumprir este prazo em março. É altamente desafiador, pois ainda temos alguns passos a dar até que possamos ter um relatório que konkretize essa realidade técnica”.

Impactos na Indústria do Óleo de Soja

A possível prorrogação do prazo de implementação pode afetar significativamente a indústria de óleo de soja, que representa mais de 75% da produção de biodiesel no Brasil. O setor já está realizando investimentos na expectativa de uma mistura mais elevada do biocombustível, prevendo um aporte de R$5,9 bilhões nos próximos 12 meses, conforme estimativa da associação Abiove.

Vale ressaltar que a mistura prevista de B15, que deveria ter entrado em vigor em março deste ano, foi implementada apenas em agosto, devido a preocupações do governo relacionadas à inflação.

Legislação e Viabilidade Técnica

Conforme Arraes, a pasta ministerial está empenhada em cumprir o que está estabelecido na Lei do Combustível do Futuro, mas a legislação exige que o aumento da mistura seja acompanhado da devida viabilidade técnica. A lei prevê um aumento gradual na mistura, de 1 ponto percentual por ano, com a meta de alcançar 20% até 2030.

Arraes também expressou satisfação ao constatar que o setor produtivo de biodiesel está mantendo um bom relacionamento com entidades representativas das indústrias automotiva e de peças de veículos, o que pode acelerar a realização de testes necessários. Ele mencionou: “Isso pode se traduzir em testes mais simples e mais curtos”.

Comitê para Análise da Mistura de B16

Ao ser questionado sobre um prazo para a implementação da mistura B16, Arraes não quis se comprometer com uma data específica. Ele comentou que o governo deverá instalar um comitê que incluirá representantes da indústria de biodiesel e da indústria automotiva, para definir os testes relacionados à nova mistura. No entanto, Arraes não apresentou uma previsão de quando esse comitê será formado.

Para o diretor, é fundamental que o processo seja construído sobre uma base sólida, de modo que a viabilidade da nova mistura não seja contestada futuramente.

Indústria Otimista quanto ao B16

Viabilidade Técnica Declarada

Em contraste com a opinião de Arraes, Donizete Tokarski, diretor superintendente da União Brasileira do Biodiesel e do Bioquerosene (Ubrabio), afirmou que a viabilidade técnica para a utilização da mistura B16 já existe. Ele relatou que diversas empresas estão utilizando B100 e que várias montadoras já realizaram testes com a mistura B20.

Tokarski enfatizou a necessidade de um estudo mais profundo, caso necessário, mas defendeu que esses estudos sejam realizados ao longo do próximo ano para garantir a continuidade dos planos da indústria. Ao ser questioned sobre o motivo do eventual não cumprimento do prazo para a mistura B16, Tokarski declarou que o governo enfrenta pressões diversas.

Oportunidade de Avançar com a Mistura

Tokarski observou que o Brasil está vivenciando uma "super safra de soja", o que assegura a oferta de matéria-prima. Ele ressaltou que o aumento do uso de biodiesel é crucial para fomentar investimentos e gerar empregos e renda. “A oportunidade que temos de avançar com a mistura é agora, para que possamos dar confiança a todo o mercado do agronegócio brasileiro, possibilitando maior utilização do óleo e do farelo de soja”, declarou.

O farelo de soja, além do óleo, é um derivado do esmagamento da soja e destina-se à fabricação de ração animal.

Capacidade Produtiva do Setor

Atualmente, o setor brasileiro possui capacidade produtiva instalada, aprovada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), de 15 bilhões de litros por ano. Entretanto, novas empresas estão entrando no mercado e aquelas que já possuem fábricas estão expandindo suas operações. Tokarski explicou que para atender à mistura B15 serão necessários quase 10 bilhões de litros de biodiesel. Caso a mistura B16 seja implementada em março de 2026, serão necessários mais 700 milhões de litros adicionais.

Fonte: www.moneytimes.com.br

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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