Ainda no Ibovespa hoje, repercutem o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da primeira quadrissemana de outubro e a produção de veículos divulgada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Enquanto isso, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reúne-se com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em Brasília, com o objetivo de discutir assuntos institucionais relevantes.
Ibovespa hoje: os destaques desta quarta-feira (8)
Bolsas globais avançam à espera da ata do Fed
Após uma queda na véspera, as expectativas são de uma abertura positiva hoje para as Bolsas de Nova York, um dia em que o foco está na ata do Fed e em discursos de diretores do banco central. O documento pode reafirmar a divisão existente dentro do Federal Reserve, corroborando incertezas em relação ao ciclo completo de quedas de juros.
As bolsas europeias também registram alta, impulsionadas por ações de siderúrgicas que reagem a uma proposta de tarifação do aço importado pela União Europeia. O dólar hoje avança diante de outras moedas fortes, enquanto o ouro opera em níveis recordes. O metal precioso tem sido sustentado pela paralisação do governo dos Estados Unidos, que completou hoje seu oitavo dia. Por sua vez, os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) voltam a apresentar queda.
Aprovação de Lula cresce após encontro com Trump
A aprovação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em seu melhor patamar desde janeiro, quando o país enfrentou a crise do Pix, seguida por um escândalo envolvendo o INSS e um tarifação nos Estados Unidos que afetou as exportações brasileiras.
Conforme a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, a gestão do presidente Lula é aprovada por 48% dos entrevistados e desaprovada por 49%. Ambos os percentuais oscilaram no limite da margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Em setembro, a aprovação era de 46% enquanto a desaprovação era de 51%. Em janeiro, os índices eram 47% e 49%, respectivamente.
Além disso, a pesquisa indica que a maioria dos brasileiros acredita que o presidente Lula saiu politicamente fortalecido após seu encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas.
De acordo com o levantamento, 49% dos entrevistados consideram que Lula ganhou força após a aproximação com o mandatário norte-americano. Outros 27% avaliam que ele se tornou “mais fraco”, enquanto 10% afirmam que sua posição permaneceu a mesma. Um total de 14% dos entrevistados não souberam ou não responderam à pergunta.
A Quaest entrevistou presencialmente 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais entre os dias 2 e 5 de outubro. O nível de confiança extrapolado para a pesquisa é de 95%.
Commodities hoje: petróleo sobe, e minério não opera
Os contratos futuros do petróleo apresentam uma alta superior a 1% nesta manhã, impulsionados por riscos de cortes na oferta. O Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE) deve publicar hoje um balanço semanal sobre estoques de petróleo e derivados. Nesta manhã, o barril do petróleo WTI para novembre estava em alta de 1,38%, cotado a US$ 62,58, e o do Brent para dezembro avançava 1,27%, a US$ 66,28.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro permanece sem operação na China em razão de um feriado nacional.
Os American Depositary Receipts (ADRs, que são recibos que permitem que investidores adquiram ações de empresas não americanas nos EUA) da Vale (VALE3) apresentavam uma alta de 0,72% no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) avançavam 0,65%.
O que esperar do Ibovespa hoje?
Os ativos podem experienciar uma recuperação após um dia negativo, com o Índice Bovespa hoje possivelmente se beneficiando da alta dos preços do petróleo e dos futuros em Nova York. O real pode se valorizar em razão do aumento do preço do petróleo, mas a força do dólar limita essa expectativa. A redução nos rendimentos dos Treasuries também representa uma pressão de baixa sobre os juros futuros.
No entanto, o quadro fiscal exige cautela, especialmente após a aprovação apertada da MP alternativa ao aumento do IOF pela comissão mista do Congresso, ocorrida ontem. A MP, que prevê um aumento do Imposto de Renda (IR) de 17,5% para 18% sobre rendimentos financeiros, além de manter inalterado o tributo sobre apostas, precisa da aprovação da Câmara e do Senado para não expirarem.
A proposta original tinha como objetivo arrecadar R$ 10 bilhões neste ano e R$ 20 bilhões em 2026, mas foi reduzida após pressão de setores afetados. O relator, deputado Carlos Zarattini, aponta que as alterações diminuem a arrecadação em R$ 3 bilhões para 2026, mas economistas acreditam que o impacto pode ser ainda maior. A aprovação da MP nos termos atuais, contudo, pode resultar em uma arrecadação levemente maior para o governo.
Esses dados e outros fatores presentes no dia devem estar no radar dos investidores e podem interferir nas negociações na bolsa de valores brasileira, afetando o índice Ibovespa hoje.
Fonte: einvestidor.estadao.com.br