Ouro atinge recorde histórico
Após o ouro registrar um novo recorde nesta segunda-feira, dia 13, ao alcançar o valor de US$ 4.100 por onça-troy pela primeira vez na história, o mercado demonstra otimismo em relação à continuidade do aumento no preço do metal precioso para o próximo ano, 2026.
Expectativas para o preço do ouro
Rafael Furlanetti, presidente da Ancord (Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários), em entrevista ao CNN Money, expressou a expectativa de que o preço do ouro poderá atingir US$ 5 mil por onça-troy em 2026. Segundo ele, o aumento do risco fiscal nos Estados Unidos, aliado a um cenário geopolítico instável, contribui de maneira positiva para a valorização do ativo.
Furlanetti comentou: "Existe uma corrida nesse ambiente de tensão geopolítica para o ouro. Em ambientes de incerteza, há uma migração para ativos reais."
Alternativas para proteção de carteiras
Além do ouro, Furlanetti mencionou outros investimentos como alternativas viáveis para proteger carteiras em tempos incertos. Ele citou o bitcoin e ações da Bolsa de Valores que consigam repassar a inflação como opções adicionais. O papel dos bancos centrais na valorização do metal dourado também foi ressaltado pelo especialista.
Contexto da política comercial dos EUA
Na última sexta-feira, dia 10, após anunciar tarifas adicionais sobre as importações da China, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suavizou seu discurso em relação a Pequim, afirmando que "tudo ficará bem" entre os dois países.
Furlanetti destacou que as flutuações na política comercial norte-americana são consideradas normais e comentou a necessidade de o mercado "aprender a trabalhar com essa volatilidade".
Cenário das contas públicas no Brasil
Referente à situação fiscal brasileira, Furlanetti indicou que a preocupação com as contas públicas sempre foi uma constante dentro do país. Mesmo com a recente queda da Medida Provisória alternativa ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), a questão fiscal continua presente nas discussões.
O especialista enfatizou que existem maneiras de compensar a arrecadação em 2025 através de medidas microeconômicas. Contudo, ele alertou que em 2026 a situação será "um pouco mais dura para fechar".
Mercado e eleições
Para o próximo ano, Furlanetti previu que o mercado deve se comportar em função das eleições. "O mercado deve acompanhar as pesquisas eleitorais e as perspectivas sobre quem será o governo em 2027. Independentemente de quem assumir, será necessário implementar reformas rigorosas para normalizar o crescimento da dívida em relação ao PIB", afirmou.
O especialista concluiu sua análise mencionando a importância de o governo abordar esses debates para que o país possa transitar de um crescimento de "voo de galinha" para um crescimento sustentável a longo prazo.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
