O que a nova pesquisa Datafolha mostra sobre a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas.

O que a nova pesquisa Datafolha mostra sobre a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas.

by Ricardo Almeida
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Pesquisa sobre exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas

A maioria dos brasileiros acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria proibir a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas, uma região que apresenta diversos desafios socioambientais, mas que possui um elevado potencial para a produção de petróleo. Essa informação foi revelada em uma pesquisa nacional realizada pelo instituto Datafolha, que foi enviada exclusivamente à Reuters.

Metodologia da pesquisa

O levantamento foi encomendado pela organização de responsabilização corporativa Ekō e incluiu a opinião de 2.005 brasileiros antes do evento climático COP30, que ocorrerá em Belém no próximo mês. A pesquisa foi realizada entre os dias 8 e 9 de setembro de 2023.

De acordo com os resultados, 61% dos entrevistados se manifestaram contra a extração de petróleo na Foz do Amazonas, em um momento em que a Petrobras está em busca de perfurar um poço exploratório na região, como parte dos esforços para descobrir reservas de petróleo.

Opinião dos jovens

A rejeição à exploração de petróleo é ainda mais acentuada entre os jovens com idade de até 24 anos, onde 73% se opõem ao projeto. Este projeto enfrenta um longo caminho em termos de licenciamento ambiental e ainda não recebeu a devida aprovação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Com o poço planejado em áreas profundas do Amapá, a Petrobras pretende investigar o potencial petrolífero da região, que já foi identificado pela indústria. Vale destacar que as questões abordadas na pesquisa não mencionaram diretamente a estatal petrolífera.

Resposta da Petrobras

A Petrobras emitiu uma nota à Reuters na terça-feira, afirmando que “os resultados causam estranheza, pois divergem significativamente de uma série de pesquisas de opinião realizadas pela Petrobras sobre a Margem Equatorial nos últimos anos.” A empresa também informou que o levantamento mais recente dela, realizado no segundo trimestre de 2023, indicou que o tema ainda não é bem conhecido pela população, mas que existe uma alta confiança na Petrobras e no Ibama para decidir sobre a exploração.

A Reuters não teve acesso aos resultados dessas pesquisas realizadas pela Petrobras. A companhia enfrenta forte resistência de diversos grupos na sociedade e, até mesmo, de alguns membros do governo federal. Entretanto, o presidente Lula já manifestou publicamente várias vezes a defesa do direito do Brasil em explorar o potencial de reservas de petróleo na área.

Aprovação do Ibama

No final de setembro, o Ibama informou que havia aprovado um simulado de emergência na área destinada à perfuração do poço, mas que foram solicitados ajustes adicionais e mais informações à Petrobras antes de emitir sua decisão final a respeito do licenciamento.

Atualmente, a Petrobras já acumulava despesas de aproximadamente R$180 milhões para manter um navio sonda em prontidão na Bacia da Foz do Amazonas, enquanto aguarda a decisão do Ibama sobre a possibilidade de realizar a perfuração na região.

Interesses na região

Apesar das dificuldades que a Petrobras enfrenta para avançar na Foz do Amazonas, o governo continua a oferecer áreas e as petroleiras demonstram grande interesse em explorar a região. Em junho deste ano, a Petrobras, junto com ExxonMobil, Chevron e a CNPC, arrematou 19 de 47 blocos exploratórios de petróleo e gás que foram licitados na bacia.

Oposição à exploração petrolífera

Em nota ao divulgar a pesquisa encomendada ao Datafolha, a Ekō expressou sua oposição aos planos de abrir uma nova fronteira petrolífera na região amazônica, salientando que o levantamento aponta a resistência de uma boa parte dos brasileiros ao projeto.

Declarações da Ekō

“Os próximos meses serão decisivos para o legado de Lula. A maioria dos eleitores brasileiros deseja que ele proteja a natureza e o clima, mas, no momento, ele está permitindo que empresas poluidoras tomem as decisões”, comentou a coordenadora de campanhas da Ekō, Vanessa Lemos, em uma declaração formal.

Ela acrescentou: “Com apenas alguns anos restantes para reduzir rapidamente as emissões e preservar ecossistemas frágeis como a Amazônia, Lula precisa parar de apoiar os poluidores e cumprir as ambiciosas ações climáticas que prometeu, e que a população tanto anseia.”

Apoio à proteção da Amazônia

De maneira geral, a pesquisa também revelou um amplo apoio público à proteção da floresta amazônica. De acordo com os dados, 77% dos entrevistados concordam com a meta do governo Lula de eliminar todo o desmatamento ilegal até 2030. Entretanto, apenas 17% acreditam que o governo conseguirá cumprir essa meta.

No aspecto das mudanças climáticas, 60% dos participantes da pesquisa afirmaram que os efeitos provocados por fenômenos como enchentes e ondas de calor têm gerado um impacto negativo em suas vidas e em suas famílias. Além disso, 81% dos entrevistados acreditam que o governo deveria intensificar os esforços para proteger as comunidades marginalizadas dos efeitos das mudanças climáticas.

Fonte: www.moneytimes.com.br

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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