Volatilidade do Dólar Durante o Pregão
A expectativa por novos dados provenientes dos Estados Unidos, relacionada às relações comerciais e ao cenário fiscal brasileiro, trouxe volatilidade ao dólar no mercado financeiro.
Nesta quarta-feira, dia 22, a cotação do dólar à vista, indicado pelo USDBRL, encerrou a sessão a R$ 5,3969, apresentando uma alta de 0,12%. Este movimento contrastou com a tendência observada no cenário externo. Por volta das 17h, no horário de Brasília, o índice DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis moedas globais, como o euro e a libra, operava próximo à estabilidade, com uma leve queda de 0,01%, alcançando 98,929 pontos.
Fatores Que Influenciaram o Dólar
Apesar da valorização de mais de 2% do petróleo e do avanço nas commodities — fatores que normalmente favorecem moedas emergentes —, a moeda brasileira continuou sob pressão devido ao cenário fiscal.
Os investidores concentraram sua atenção nas movimentações políticas em Brasília, especialmente em relação às medidas fiscais. No dia anterior, em 21 de outubro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que novas propostas seriam apresentadas ao longo da semana.
De acordo com o ministro, o governo se prepara para enviar dois projetos distintos ao Congresso: um que abordará especificamente o aumento de receitas, com foco na tributação das fintechs e das empresas de apostas esportivas, e outro que será voltado para novos cortes e o controle dos gastos públicos.
No que diz respeito a este novo pacote, o governo pretende incluir a taxação dos bancos digitais e das empresas de apostas, seguindo uma linha semelhante ao que estava estipulado na Medida Provisória 1.303, que previa o aumento da tributação sobre esses setores, mas que não prosperou no Legislativo.
Expectativa de Encontro entre Líderes
O mercado também operou sob a expectativa de um encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, agendado para o próximo domingo, dia 26, durante a abertura da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia. O horário exato do encontro ainda não foi definido.
Tensão nas Relações Comerciais Internacionais
No plano internacional, a relação comercial entre os Estados Unidos e a China voltou a ser uma fonte de preocupação, após a divulgação de que a Casa Branca planeja impor restrições às exportações de produtos baseados em software para o país asiático.
Segundo informações da Reuters, o governo norte-americano pretende restringir a exportação de uma variedade de produtos, incluindo laptops e motores a jato, como forma de retaliar a recente imposição de novas restrições de exportação de terras raras por Pequim.
No final da tarde, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, declarou que “tudo está sobre a mesa” nas discussões comerciais com a China e que uma série de possíveis respostas está sendo considerada. “Estamos entrando nas negociações com boas intenções e muito respeito”, afirmou ele em entrevista a jornalistas.
No último dia 10, o presidente dos EUA, Donald Trump, contestou que pode impor tarifas adicionais de 100% sobre as remessas chinesas destinadas aos EUA, junto com novos controles sobre a exportação de "todo e qualquer software crítico". Caso essas tarifas sejam confirmadas, entrarão em vigor a partir de 1º de novembro.
Fonte: www.moneytimes.com.br
