Alckmin reúne ministros para abordar a crise de segurança no Rio de Janeiro

Alckmin reúne ministros para abordar a crise de segurança no Rio de Janeiro

by Fernanda Lima
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Reunião de Emergência sobre Crise de Segurança

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, convocou uma reunião de emergência nesta terça-feira (28) com os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social). O objetivo do encontro foi discutir a crise de segurança no Rio de Janeiro, que foi acentuada pela megaoperação policial que resultou na morte de 64 pessoas nos complexos do Alemão e da Penha.

Impacto Econômico e Social da Violência

Além das vidas perdidas, o clima de insegurança afeta severamente a economia da cidade. Ruas encontram-se desertas em diversos bairros, com lojas fechadas e um senso geral de medo que se expande até áreas distantes do conflito. Comerciante relataram que a atmosfera de temor impede o funcionamento normal de suas atividades, e a maioria ainda não conseguiu avaliar a extensão dos prejuízos.

No setor do turismo, que é vital para a economia carioca, as imagens dos confrontos estão sendo disseminadas pelo mundo, criando uma sensação de insegurança que pode afastar visitantes e impactar hotéis, restaurantes e serviços. Há dois anos, um estudo realizado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) já indicava que a violência urbana no Rio de Janeiro gera um prejuízo anual de R$ 11 bilhões para a economia local.

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Crise Política e Respostas Governamentais

Reunião de Alinhamento

De acordo com fontes do Planalto, a reunião convocada por Alckmin teve como foco alinhar informações e definir a postura do Executivo diante das declarações do governador Cláudio Castro. O governador declarou que o Estado estaria “sozinho na guerra contra o crime” e acusou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não prestar a ajuda necessária.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, contestou as afirmações do governador, afirmando que “ele tenta jogar a culpa nos outros, mas nunca fez qualquer pedido nesse sentido”. Segundo Lewandowski, para isso, o governo do Rio precisaria declarar formalmente que suas forças locais não têm capacidade para lidar com o crime. Ele sugeriu que, se o governador sentir que não pode enfrentar a situação, deveria solicitar uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) ou intervenção federal.

Retratação do Governador

Após a reação em Brasília, Cláudio Castro telefonou para a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, para se retratar. Ele alegou que não teve a intenção de responsabilizar o governo federal, afirmando que apenas respondeu a uma pergunta de um jornalista sobre os eventos.

Durante a conversa, Gleisi questionou o governador sobre eventuais pedidos de auxílio, ao que Castro reconheceu que não solicitou a edição de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que é o instrumento legal que permite o apoio das Forças Armadas em questões de segurança pública.

Operação de Grande Escala

A operação, que foi realizada por forças de segurança estaduais, mobilizou aproximadamente 2,5 mil agentes para capturar lideranças criminosas e barrar a expansão territorial do Comando Vermelho. De acordo com o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da UFF (Geni/UFF), essa ação é considerada a mais letal da história do Estado, contabilizando 64 mortes — entre policiais e criminosos, um número que mais que dobra as vítimas da operação no Jacarezinho em 2021.

Estatísticas de Operações Policiais

Operações mais letais no Rio de Janeiro:

  • Complexos do Alemão e da Penha (2025): 64 mortos
  • Jacarezinho (2021): 28 mortos
  • Penha (2022): 23 mortos
  • Complexo do Alemão (2007): 19 mortos
  • Complexo do Alemão (2022): 17 mortos

O relatório “Chacinas Policiais”, elaborado pelo Geni/UFF, indica que, entre 2007 e 2021, ocorreram cerca de 17.929 operações policiais em favelas da Região Metropolitana do Rio, das quais 593 resultaram em chacinas, totalizando 2.374 mortos, o que representa cerca de 41% dos óbitos nesse período.

Consequências da Violência na Cidade

Durante a referida operação, 48 escolas interromperam suas atividades, e o Centro de Operações e Resiliência (COR-Rio) declarou a cidade em Estágio 2, citando motivos de segurança pública e impactos na mobilidade. Mais de 120 linhas de ônibus tiveram seus trajetos modificados, e bloqueios foram realizados na Linha Amarela, Linha Vermelha e Avenida Brasil.

Entre as vítimas fatais está o policial Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, que atuava na 53ª DP (Mesquita). O governador também confirmou que há policiais feridos, embora não tenha especificado o número.

A escalada da violência, somada à troca de acusações entre as várias esferas do governo, contribuiu para exacerbar a crise política que está em curso. Em Brasília, Geraldo Alckmin tenta lidar com a situação de maneira moderada e institucional, enquanto o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, reafirma que a responsabilidade constitucional pela segurança é dos Estados. Ele enfatiza que o combate ao crime organizado deve ser realizado com inteligência, planejamento e integração, não apenas por meio da força.

Fonte: timesbrasil.com.br

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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