S&P Global Ratings Mantém Nota de Crédito dos EUA
A decisão da S&P Global Ratings de manter sua nota de crédito para os Estados Unidos considera as receitas tarifárias, embora ainda permaneçam incertezas sobre o impacto econômico das políticas comerciais do país. Segundo analistas da agência, essas políticas podem influenciar a classificação nos próximos anos.
Reafirmação da Nota "AA+"
Na segunda-feira (19), a S&P reafirmou sua nota de crédito "AA+" para a economia americana, destacando que a receita das tarifas implementadas durante a presidência de Donald Trump pode compensar, em parte, o impacto fiscal da extensa lei de corte de impostos aprovada durante seu governo.
Perspectiva Estável
A S&P, que foi a primeira agência de classificação a reduzir a nota máxima do governo dos EUA em 2011, afirmou que a perspectiva da recomendação dos EUA permanece estável.
Importância das Políticas Comerciais e Orçamentárias
Lisa Schineller, principal analista dos EUA na S&P Global Ratings, destacou que a execução das políticas comerciais e orçamentárias é crucial para as classificações futuras. Em entrevista à Reuters, ela afirmou que a forma como a legislação orçamentária é implementada, além das receitas tarifárias e seus efeitos no crescimento e investimento, será um foco importante.
Impacto da Legislação Orçamentária
Analistas independentes afirmaram que o projeto de lei sancionado por Trump no mês anterior poderia aumentar a dívida do país em US$ 3,3 trilhões na próxima década. Schineller mencionou que o horizonte de previsão da S&P para avaliar a qualidade de crédito dos EUA é de aproximadamente três a quatro anos.
Embora não considere que a lei de corte de impostos reduzirá o déficit orçamentário dos EUA, ela observou que as receitas tarifárias esperadas nesse período poderiam, até certo ponto, compensar o efeito da legislação.
Aumento nas Cobranças de Tarifas e Crescimento do Déficit
Os Estados Unidos relataram um aumento de US$ 21 bilhões nas receitas provenientes de tarifas alfandegárias em julho, mas o déficit orçamentário do governo cresceu quase 20% nesse mês, totalizando US$ 291 bilhões. Vale destacar que a dívida nacional dos EUA ultrapassou a marca recorde de US$ 37 trilhões na semana passada.
Rebaixamentos Recentes
Em maio, a agência Moody’s rebaixou a nota de crédito soberano dos EUA em um nível, citando o aumento dos níveis de endividamento, retirando do país sua recomendação máxima “AAA”. Esse rebaixamento ocorreu após uma avaliação pela Fitch em 2023, que apontou a deterioração fiscal esperada e as contínuas negociações em torno do teto da dívida.