Alta nos Mercados
As ações subiram significativamente na sexta-feira após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizar que uma redução na taxa de juros pode estar a caminho.
Desempenho dos Índices
O Dow Jones subiu 860 pontos, representando um crescimento de 1,93%. O S&P 500, por sua vez, ganhou 1,6%, enquanto o Nasdaq Composite, com forte ênfase em tecnologia, registrou um aumento de 1,95%. O Dow estava prestes a fechar em sua primeira alta recorde desde 4 de dezembro.
Expectativas Global e Declarações de Powell
Investidores de diversas partes do mundo estavam atentos ao discurso de Powell em um fórum anual de banqueiros centrais em Jackson Hole, Wyoming. Os mercados reagiram positivamente às suas declarações de que uma mudança na política de taxas de juros pode ser necessária, embora qualquer corte ocorra em resposta a um crescimento mais lento no mercado de trabalho.
Powell afirmou, "A perspectiva básica e o equilíbrio de riscos em mudança podem justificar o ajuste em nossa postura de política." Ele acrescentou que "os riscos negativos para o emprego estão aumentando" e que, caso esses riscos se concretizem, isso poderia ocorrer rapidamente por meio de demissões em massa e aumento do desemprego.
Sentimento dos Investidores
José Torres, economista sênior da Interactive Brokers, comentou que "os investidores estão entusiasmados com a possibilidade de que o Fed provavelmente retome seu ciclo de afrouxamento no próximo mês." Ele observou que taxas mais baixas estão aumentando o otimismo dos comerciantes e ampliando a possibilidade de um rali mais amplo até o final do ano.
O Federal Reserve manteve sua taxa de juros de referência inalterada desde dezembro. Um corte na taxa incentivaria o gasto e o investimento ao reduzir as taxas de poupança e empréstimos, estimulando a atividade empresarial e criando uma vantagem sustentada para o mercado de ações.
Impactos sobre Títulos e Expectativa de Corte
Um corte de juros também pode reduzir os rendimentos dos títulos, tornando ativos de maior rendimento, como ações, mais atraentes para os investidores. David Laut, diretor de investimentos da Abound Financial, destacou que "os comentários mais dovish de Powell em Jackson Hole sugerem que o Federal Reserve está preparado para cortar as taxas de juros em setembro, que é exatamente o que os investidores esperavam, dado o recente desaquecimento no mercado de trabalho."
Laut acrescentou que "o mercado de ações tende a favorecer taxas de juros mais baixas e, uma vez que Powell insinuou a probabilidade de um corte em setembro, esperamos que a tendência de alta do mercado continue a curto prazo."
Reação do Mercado
Wall Street estava dividida sobre se Powell indicaria cortes de taxas ou se enfatizaria que a incerteza em relação à inflação justificava uma abordagem de espera. Entretanto, as ações e os títulos apresentaram uma forte alta na sexta-feira, à medida que os negociantes digeriam os comentários de Powell sobre a probabilidade de cortes.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 2, 10 e 30 anos caíram, pois os investidores compraram títulos para garantir altas taxas antes de um possível corte pelo Fed em setembro. Chip Hughey, diretor administrativo de renda fixa da Truist Advisory Services, comentou em um e-mail que "o presidente Powell claramente abriu a porta para um corte de 0,25% na reunião de setembro do FOMC, em grande parte baseado na recente desaceleração no mercado de trabalho."
Os rendimentos e preços negociam em direções opostas. Se um corte de juros é esperado, os investidores compram títulos para garantir as altas taxas atuais, levando a uma queda nos rendimentos.
Expectativas no Mercado
Torres observou que "as ações estão disparando e a curva de rendimento está despencando, à medida que o presidente Powell aponta para possíveis cortes de taxas." Os negociantes agora estão precificando uma chance de 91% de que o Fed corte as taxas em setembro, um aumento em relação a 75% antes de Powell iniciar suas declarações.
Por outro lado, o índice de volatilidade CBOE de Wall Street caiu 11,5%, sinalizando um relativo calmaria nos mercados. O índice do dólar dos EUA, que mede a força do dólar em relação a seis principais moedas estrangeiras, teve uma queda de 0,75% em expectativas de cortes de taxas e sinais de desaceleração econômica.